Valorização do dólar traz melhora para preços do milho e novas oportunidades de exportação
Valorização do dólar traz melhora para preços do milho e novas oportunidades de exportação
Após fecharem o mês de outubro acumulando valorização de 5,3% na Bolsa Brasileira (B3), os preços futuros do milho registraram quedas ao longo do mês de novembro.
De acordo com o Consultor de Grãos e Projetos na Agrifatto, Stefan Podsclan, os preços no Brasil receberam pressão da combinação entre demanda diminuindo, diante dos grandes compradores do setor de ração parando as compras para o fim de ano, e as boas condições de desenvolvimento da safra de verão deixando boa janela para safrinha de 2025.
Porém, nos últimos dias a forte valorização do dólar ente ao real trouxe um novo cenário para o mercado. Podsclan destaca que as cotações da B3 já tiveram algumas altas no final desta semana e podem ser sustentadas pelas novas oportunidades de exportação que estão surgindo tanto pelo Arco Norte quando pelos portos do Sul.
Olhando para 2025, o Consultor relata que a conjuntura política mundial pode favorecer as exportações brasileiras diante da possibilidade de taxações entre Estados Unidos, México e China. Na visão de Podsclan, isso pode direcionar demanda mexicana e chinesa para o milho brasileiro e dar boas condições de preços ao longo do ano para os produtores brasileiros.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou elevações ao longo deste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou valorizações nas praças de Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT e Itiquira/MT.
O vencimento janeiro/25 foi cotado à R$ 71,65 com valorização de 1,53%, o março/25 valeu R$ 71,68 com ganho de 0,96%, o maio/25 foi negociado por R$ 71,30 com elevação de 1,01% e o julho/25 teve valor de R$ 68,45 com alta de 1,02%.
No acumulado semanal, as cotações do cereal brasileiro registraram quedas de 0,65% para o janeiro/25, de 1,94% para o março/25 e de 1,27% para o maio/25, além de ganho de 0,56% para o julho/25, em comparação com o fechamento da última sexta-feira (22).
Já ao longo do mês de novembro, os vencimentos do milho brasileiro acumularam desvalorizações de 6,4% para o janeiro/25, de 6,51% para o março/25, de 3,16% para o maio/25 e de 1,37% para o julho/25, com relação ao fechamento do dia 31 de outubro.
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho futuro voltaram do feriado de Ação de Graças contabilizando movimentações positivas na Bolsa de Chicago (CBOT).
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho desfrutaram de uma rodada de compras técnicas, apesar de uma rodada um tanto sem brilho de dados de vendas de exportação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) esta manhã.
“As exportações de milho caíram 29% na semana a semana e ficaram 46% abaixo da média das quatro semanas anteriores Isso também estava próximo da extremidade inferior das estimativas dos analistas”, aponta a publicação.
Na análise da Agrinvest, apesar de as vendas semanais de milho americano vierem fracas para esta semana, o acumulado da temporada segue positivo. “Apesar da perda do ritmo das vendas, no acumulado, a temporada 24/25 tem um ritmo bem à frente do ano passado”.
A consultoria acrescenta ainda a força vinda do mercado de óleo de soja para ajudar nas altas do milho nesta sexta-feira. “O mercado observa a forte demanda por óleo de soja nos EUA, com a venda antecipada de um volume muito acima do previsto para toda a temporada 24/25. Isso traz sustentação para o milho, já que o etanol a base de milho pode ser uma alternativa ao biocombustível”, dizem os analistas da Agrinvest.
O vencimento dezembro/25 foi cotado à US$ 4,23 com valorização de 7,25 pontos, o março/25 valeu US$ 4,33 com elevação de 5,00 pontos, o maio/25 foi negociado por US$ 4,39 com alta de 4,50 pontos e o julho/25 teve valor de US$ 4,42 com ganho de 3,75 pontos.
Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última quarta-feira (27), de 1,74% para o dezembro/24, de 1,17% para o março/25, de 1,03% para o maio/25 e de 0,86% para o julho/25.
No acumulado semanal, os contratos do cereal norte-americano registraram altas de 0,59% para o dezembro/24, de 0,52% para o março/25, de 0,62% para o maio/25 e de 0,84% para o julho/25, em relação ao fechamento da última sexta-feira (22).
Ao longo do mês de novembro, as posições do milho em Chicago acumularam valorizações de 2,98% para o dezembro/24, de 1,64% para o março/25, de 1,21% para o maio/25 e de 0,57% para o julho/25, na comparação com o fechamento do dia 31 de outubro.
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