Dinheiro dos investidores sai da soja e vai para os juros e ações, após anúncio do FED

Publicado em 04/11/2021 17:14
Dinheiro dos investidores sai da soja e vai para os juros e ações, após anúncio do FED
Edição do Tempo&Dinheiro desta 5a.feira, 4/novembro/21, com João Batista Olivi

Ações de crescimento e de fabricantes de chips levam S&P 500 e Nasdaq a máximas recordes

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(Reuters) - O S&P 500 e o Nasdaq subiram a patamares recordes nesta quinta-feira, com ações de fabricantes de chips disparando após a forte previsão financeira da Qualcomm, enquanto investidores digeriam a decisão do Federal Reserve de começar a reduzir suas compras mensais de títulos.

O Dow Jones recuou de uma máxima histórica de fechamento registrada na quarta-feira, arrastado por ações dos bancos JPMorgan e Goldman Sachs.

O setor financeiro recuou drasticamente com a queda dos rendimentos dos Treasuries, conforme o mercado se desfazia das expectativas de aumentos mais rápidos dos juros pelo Fed um dia depois que o banco central dos EUA sinalizou que não tinha pressa em fazê-lo.

De acordo com dados preliminares, o S&P 500 fechou com alta de 0,42%, em 4.680,25 pontos, enquanto o Nasdaq Composite avançou 0,82%, a 15.941,05 pontos. O Dow Jones teve variação negativa de 0,09%, a 36.126,44 pontos.

Ações europeias fecham em máxima recorde após anúncios de Fed e BC britânico

(Reuters) - O mercado acionário europeu avançou pela quinta sessão seguida nesta quinta-feira para atingir máximas recordes, depois de o Federal Reserve sinalizar que não tem pressa para elevar os custos dos empréstimos, enquanto o banco central britânico deixou inalterada sua taxa de juros.

O índice FTSEurofirst 300 subiu 0,32%, a 1.870 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 ganhou 0,41%, a 483 pontos.

O STOXX 600 passou a maior parte do dia em território positivo depois de o banco central dos Estados Unidos ter dito, como esperado, que vai começar a reduzir suas compras mensais de títulos em novembro, com planos de encerrá-las no próximo ano.

O Banco Central Europeu também sinalizou na quarta-feira que não tem pressa de apertar a política monetária. Mas o Banco da Inglaterra surpreendeu os investidores ao deixar inalterada sua taxa de juros, pressionando a libra e elevando o índice britânico FTSE 100.

"O fato de a votação (do Banco da Inglaterra) não ter sido nem perto de uma maioria a favor da alta dos juros sugere que as taxas podem permanecer onde estão por vários meses à frente", disse David Madden, analista de mercado do Equiti Capital.

O STOXX 600 tem atingido uma série de máximas recordes em novembro, devido a uma temporada relativamente forte de balanços, apesar do aumento das pressões de custos.

Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,43%, a 7.279 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,44%, a 16.029 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,53%, a 6.987 pontos.

Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,53%, a 27.522 pontos.

Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,10%, a 9.039 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,18%, a 5.702 pontos.

Ibovespa cai mais de 2% com preocupação sobre PEC dos Precatórios e balanços

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa chegou a cair abaixo dos 103 mil pontos nesta quinta-feira, em meio a receios com o desfecho da PEC dos Precatórios e uma bateria de balanços, com perspectivas do Itaú Unibanco reforçando receios com a desaceleração da economia em 2022.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em baixa de 2,25%, a 103.237,83 pontos, segundo dados preliminares. No pior momento, chegou a 102.835,17 pontos - mínima intradia desde 13 de novembro de 2020. O volume financeiro somava 28,6 bilhões de reais.

Dólar avança contra real em linha com exterior e em meio a temores fiscais domésticos

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar avançou frente ao real nesta quinta-feira, depois de mudar de sinal várias vezes durante a sessão, com a aprovação do texto-base da PEC dos Precatórios em primeiro turno, receios fiscais domésticos e a força da moeda norte-americana no exterior dominando a atenção de investidores.

A moeda norte-americana à vista subiu 0,35%, a 5,6085 reais na venda. Na B3, onde os negócios vão além das 17h (de Brasília), o dólar futuro subia 0,96%, a 5,6340 reais.

A PEC dos Precatórios, que abre espaço fiscal para o pagamento do benefício social Auxílio Brasil no valor de 400 reais até o final de 2022, foi aprovada com uma margem apertada na madrugada desta quinta-feira, e sua votação em segundo turno deve acontecer na próxima terça-feira.

Embora tenha sido recebido por alguns investidores como esperança de redução das incertezas em torno das contas públicas, o avanço da PEC está longe de ser uma boa notícia para os mercados financeiros, uma vez que prevê mudanças para a regra do teto de gastos.

Além disso, ainda há perspectiva de que o texto possa enfrentar resistência de parlamentares quando chegar ao Senado, disse em nota Jefferson Rugik, da Correparti Corretora. Segundo ele, foram esses receios que levaram o dólar a passear pelas máximas do pregão nesta quinta-feira.

No pico do dia, a moeda foi a 5,6290 reais, alta de 0,71%. Na mínima, de 5,5634 reais, o dólar caiu 0,46%.

Os planos de flexibilização do que é considerada a principal âncora fiscal do país para acomodar mais gastos têm preocupado participantes do mercado há semanas, levando a expectativas de endurecimento ainda mais agressivo da política monetária do Banco Central e a rebaixamentos nas projeções para o desempenho econômico do país por parte de instituições financeiras importantes.

"Na nossa opinião, mudar a regra do teto de gastos para temporariamente aumentar os benefícios sociais não apenas reduz a credibilidade do instrumento fiscal, uma vez que em outros momentos de necessidade o governo poderia mudar a regra novamente, mas também aumenta enormemente a probabilidade de a regra ser alterada de novo em 2023, uma vez que será muito difícil para qualquer presidente que seja eleito no ano que vem acabar com o auxílio temporário", disse o Credit Suisse nesta quinta-feira em relatório assinado por Solange Srour, economista-chefe do banco no Brasil, e Lucas Vilela, economista.

O dia também contou com ampla força do dólar no exterior, com o índice da divisa frente a uma cesta de seis rivais fortes subindo mais de 0,5%, o que se espalhou para o mercado local, segundo especialistas.

Na quarta-feira, o Federal Reserve confirmou que começará a desfazer seu estímulo da era pandêmica, o que é, no geral, visto como benéfico para o dólar. No entanto, o banco central deixou claro que terá paciência para elevar os juros e continua enxergando o recente pico de inflação nos Estados Unidos como transitório.

Com o desempenho desta quinta-feira, o dólar acumula agora alta de 8,03% contra o real no acumulado de 2021.

Brasil tem fluxo cambial positivo de US$766 mi em outubro, diz BC

BRASÍLIA (Reuters) - O saldo mensal de entradas e saídas de dólares pelo câmbio contratado no Brasil voltou a ficar positivo em outubro depois de um setembro de fluxo negativo, mostraram dados do Banco Central nesta quinta-feira.

No mês passado, o fluxo total foi positivo em 766 milhões de dólares, com uma entrada líquida de 3,119 bilhões de dólares na conta financeira compensando um saldo negativo de 2,353 bilhões de dólares nas operações comerciais.

Em setembro, o fluxo cambial foi negativo em 1,170 bilhão de dólares, quebrando uma sequência de três meses de entrada líquida de dólares no país.

No acumulado de 2021, o saldo é positivo em 19,478 bilhões de dólares, dado que se compara a um déficit de 20,008 bilhões de dólares no mesmo período do ano passado.

Telefônica Brasil, TIM e Claro arrematam principais lotes em leilão 5G

SÃO PAULO (Reuters) -Telefônica Brasil, TIM e Claro venceram nesta quinta-feira os principais lotes do serviço de 5G no país, no leilão da Agência Nacional de Telecomunicações que garantiu até agora 6,16 bilhões de reais em outorgas.

A Telefônica Brasil ofereceu 420 milhões de reais por bloco de frequência nacional em 3,5 GHz, considerada a principal para serviços 5G. A TIM ofertou 351 milhões por lote na frequência e, a Claro, 338 milhões de reais para ficar levar o seu.

O quarto bloco nacional na frequência de 3,5 GHz ficou sem ofertas, pois 12 outras empresas menores que disputam o leilão não apresentaram propostas e as três operadoras maiores ficaram impedidas de disputá-lo, pois já tinham vencido anteriormente.

Com isso, o bloco B4 foi dividido em partes menores, com as três operadoras - Telefônica Brasil, Claro e TIM - conseguindo espectro adicional para complementar a oferta de 5G, pelo preço mínimo definido no edital, de 80,3 milhões de reais. O quarto sub-bloco acabou ficando sem ofertas.

Apontado por membros do governo como o "maior leilão de frequências" já realizado no país, o certame não tem caráter arrecadatório, segundo seus organizadores, mas trazer bilhões de reais em investimentos nos próximos anos.

O leilão começou com mais de uma hora e meia de atraso devido a uma cerimônia sem distanciamento social, na qual o presidente Jair Bolsonaro discursou sobre temas que incluíram dificuldades na obtenção de licenças para pilotos de jet ski e pesca no lago de Itaipu.

Além da frequência de 3,5 GHz, que permite o chamado "5G puro", o leilão vendeu também a faixa de 700 MHz nacional, que havia ficado vazia em 2014 e que agora servirá para oferta de serviços 5G e obrigações de cobertura em 4G. A vencedora dessa frequência foi a Winity Telecom, focada em clientes corporativos e controlada pelo Patria Investimentos.

Com isso, a Winity, que ofereceu 1,427 bilhão de reais, ágio de cerca de 805% sobre o preço mínimo, será uma nova operadora nacional de telefonia móvel, concorrendo com Telefônica Brasil, TIM e Claro, afirmaram representantes da Anatel.

A Winity afirmou que investirá 2 bilhões de reais para implantar 5 mil torres de telefonia no país até 2029. Entre as obrigações da empresa, está a implantação de serviços 4G em 35 mil quilômetros de trechos de rodovias hoje sem cobertura.

Nos lotes regionais na frequência de 3,5 Ghz a surpresa foi o lance de 1,25 bilhão de reais da Brisanet pelo lote C4, voltado à região Nordeste. A única outra empresa disputando o lote, a Meganet, ofereceu cerca de 9 milhões de reais, o mínimo definido no edital.

O valor de 1,25 bilhão de reais é próximo do levantado pela Brisanet no IPO mais cedo neste ano. A ação da companhia fechou em alta de 1,7% na B3.

A disputa continua com o bloco E, de frequências na faixa de 2,3 GHz, voltada para áreas densamente povoadas, mas que será dividida inicialmente com prestação de serviços 4G.

A Claro obteve quatro dos oito lotes em disputa até agora --E1, E3, E5 e E6, num desembolso de 1,18 bilhão de reais com outorgas. A Brisanet conseguiu o bloco E4 com lance mínimo de 111,8 milhões de reais e a Telefônica ficou com o lote E7 após disputar com a TIM. A oferta da Telefônica Brasil pelo E7 foi de 176,4 milhões de reais, ágio de cerca de 124% segundo a Anatel.

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