Alta de juros nos EUA muda perspectiva do dólar e reforça tendência de alta para os preços da soja no mercado interno

Publicado em 14/12/2017 16:46
Confira a entrevista de Guilherme Zanin - Economista da Apexsim
Alta de juros nos EUA muda perspectiva do dólar e reforça tendência de alta para os preços da soja no mercado interno, via câmbio

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Alta de juros nos EUA muda perspectiva do dólar e reforça tendência de alta para os preços da soja no mercado interno, via câmbio

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O Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) anunciou nesta quarta-feira (14) a elevação das taxas de juros. Agora, a taxa passará a trabalhar entre 0,5% e 0,75%, um aumento de 0,25% que pode ser positivo para o Brasil, que depende do dólar para a formação do preço da soja.

Segundo o economista da Apexim, Guilherme Zanin, essa movimentação do Fed veio dentro do esperado pelo mercado, e o dólar, que antes estava operando em R$ 3,33 e R$ 3,34, chegou a atingir R$ 3,38. “Essa questão do dólar é muito importante para o produtor não só pela questão dos insumos, mas também para a venda e as cotações perante o mercado internacional”, diz.

Reflexo do aumento

A expectativa é que essa alta continue e o mercado, incluindo a soja, passe a se valorizar. Uma alta de juros como essa tende a aumentar os preços no mercado interno, embora as commodities, por serem necessárias e com demanda contínua, não tenham muita alteração nos preços.

Outra expectativa de aumento, segundo o economista, é no prêmio da soja. Se hoje a negociação está entre R$ 80,00 e R$ 85,00, com o aumento deve passar dos R$ 90,00 até o final de janeiro. Para isso, a expectativa é de que o dólar seja mantido acima dos R$3,40.

Sustentação dos preços

Embora o mercado esteja em sua terceira seção de queda consecutiva devido à espera de alguma situação relevante, como essa questão dos juros, a recuperação deve continuar. “Veremos as cotações na bolsa interna valorizando bastante. Esperamos que, lá fora, no mínimo segure nos R$ 10,20 para depois voltar a subir para R$ 10,30, R$ 10,40, que é a resistência de preço”, diz Zanin.

Clima e fundamentos também devem ajudar a recuperação, principalmente na Argentina, onde há maior preocupação. O clima favorável implica em consequente aumento da produção e preços estáveis, não repercutindo em uma queda significativa. Uma vez que o clima não seja positivo ou se mantenham como estão, podemos ver uma valorização dos preços.

China

A China tem ajudado a sustentar os preços com forte demanda e isso deve continuar com a valorização do dólar internacionalmente. Como os fatores cambiais também afetam o iene, “a expectativa é de que a demanda chinesa continue alta. Esperamos uma manutenção, senão uma melhora. E isso não fará com que os preços caiam“ afirma o economista.

“O receio que os representantes têm na economia é que o PIB deles caia, mas eles têm se mantido concreto, principalmente o setor de commodities que se mostra sempre com tendência de alta”, complementa.

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Por:
Aleksander Horta e Jéssica Ruza

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1 comentário

  • Elton Szweryda Santos Paulinia - SP

    Concordo, porem subindo o dolar, lá vem o sr Ilan Godfain (BC) vender alguns milhares de contratos futuros, dará uma entrevista lembrando que o governo tem monte de dolares, e trava tudo de novo... Sempre foi assim desde o FHC, nessa época o real era mais forte que o dolar, 0,85x1 dolar, e aí aconteceu a maior desgraça -- o pt ganhou as eleições, lembram?

    Me parece que ninguém aprende com os erros.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      É isso aí Elton, os analistas das salas da corretora que opero, nesses últimos dias, ficavam desesperados dizendo: não operem dólar,... hoje tem BC. O poder do BC é tão grande que põem o dólar onde quiserem e Ian já declarou que vai manter o dólar "baixo" devido à inflação. Hoje provavelmente vem mais intervenção no câmbio. E para completar a taxa de juros também virou determinante no preço das commodities, petróleo, ferro, soja, milho, ouro,... tudo está girando em torno de taxas de juros e câmbio que é para onde o dinheiro está indo, por isso o volume financeiro na soja está tão baixo, os operadores pararam de operar contratos de soja. Hoje o preço bateu numa linha de tendencia de alta, vamos ver o que vai acontecer, se volta ou rompe essa linha formando nova consolidação com resistencia nos 10,10, ou tenta buscar os 11,30. À conferir.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      O Real foi mantido artificialmente, até o final de 1988, onde todas as privatizações já tinham sido efetivadas e a reeleição de FHC. Nos primeiros meses de 1999, houve a maxidesvalorização do Real, não me lembro bem, mas deve ter chegado perto de R$ 2/ US$ 1 . Segundo consta foi a adoção da politica de câmbio flutuante. Estamos a quase duas décadas da adoção da nova política e, o BC vem atuando com imensas toalhas de enxugar gelo. Infelizmente quem tem que secar essas toalhas são os setores que produzem as riquezas em solo brasileiro e, "HAJA FOLEGO PARA ASSOPRAR ESSAS TOALHAS" ... É que o sistema de secagem que o BC adotou é o de ventilação forçada...

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Sr Paulo o crime do Banco Central e' gastar os dolares da Reserva trazidos pelo setor agro-pecuario , para manter o nivel do cambio favoravel aos banqueiro que tem dividas em dolares.

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    • Eduardo Ferraz Pacheco de Castro Cuiabá - MT

      Paulo Roberto, acredito que você queria mencionar 1998. No mais, compartilho da mesma opinião que a sua! Abraços.

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