Soja: Foco em Chicago passa ser clima na América do Sul e próximos 15 dias são favoráveis ao plantio

Publicado em 13/11/2017 09:29
Confira a entrevista com Matheus Gomes Pereira - Analista de Mercado da AgResource Chicago, IL - EUA
Modelos americano, europeu e canadense mostram condições semelhantes, com boas chuvas, principalmente na região do Brasil Central com volumes de até 75 mm nos próximos 5 dias. Na sequência, atenção ao desenvolvimento do La Niña, especialmente com os impactos sobre a Argentina. Até que haja um problema efetivo, movimento em Chicago segue lateral.

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O analista de mercado Matheus Pereira, da AgResource, trouxe nove mapas comparando três modelos para as previsões do tempo no Brasil para os próximos 15 dias, em um momento no qual o mercado da soja deve começar a prestar mais atenção no Brasil e na Argentina e seus respectivos desdobramentos de safra.

Para os próximos cinco dias, tanto o modelo americano quanto o canadense destaca chuvas intensas no norte do país, além da região do Matopiba. Essas chuvas podem ser de até 75mm. O norte do estado do Mato Grosso também pode ser beneficiado, em um período que é importante para a germinação e para o andamento dos demais trabalhos de plantio. As demais áreas que não receberão chuvas possuem neste momento um ponto favorável para avançar com o plantio.

De cinco a dez dias, chuvas generalizadas voltam a "tomar conta" das principais regiões produtoras de milho e soja, um cenário benéfico para restaurar os níveis de umidade do solo que também se repete nas previsões de 10 a 15 dias, que ainda cobrem boa parte do Sul do Brasil.

Embora o plantio tenha começado com um atraso em relação ao ano passado, a média atual não difere da média dos últimos dez anos, que é de 61,3%. Neste momento, o Brasil tem 56,7% de soja plantada e, após o período inicial sem plantio, o ritmo semanal tem sido semelhante à safra 2016/17.

Ainda do lado climático, o NOA aumentou a chance de La Niña para 75%. Gráficos demonstrados por Pereira também apontam que as temperaturas do Oceano Pacífico Equatorial devem atingir -8ºC a partir de janeiro e fevereiro. Este fator caracteriza ou deixa "um tom" de La Niña para a América do Sul, tornando preocupante a situação do Sul do país e da Argentina, que tem apresentado dificuldade na permanência das chuvas.

Mercado da soja

Neste momento, a soja se encontra em um movimento lateralizado na Bolsa de Chicago (CBOT). Apenas uma incerteza climática confirmada na América do Sul poderia alterar esses patamares no momento, tendo a questão da Argentina como ponto chave. Pereira acredita que, portanto, o mercado não deve atingir os US$10/bushel até que haja alguma novidade.

A demanda, por sua vez, ainda é intensa, mas os números já estão precificados para este final de ano. Em breve, os chineses também devem entrar no Feriado Lunar, o que pode esfriar este mercado.

Colheita nos EUA e comercialização

Em fase final de colheita, os Estados Unidos receberam um evento de neve, mas este foi apenas localizado. Desde que não vire uma invernada, este não deve ser um favor de tanta atenção. O período foi, como ainda lembra o analista, passageiro.

Os produtores norte-americanos também possuem dificuldade de comercializar milho por conta dos preços baixos. Mas eles devem vender tanto o cereal quanto a oleaginosa para ativar seguros agrícolas. Além disso, os mercados demandadores também devem buscar com mais força pelos norte-americanos.

No Brasil, os sojicultores estão contidos. Pereira salienta que "momentos melhores virão" e que o momento é de focar em plantar uma boa safra e deixar o mercado um pouco de lado.

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Por:
Carla Mendes e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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