Mercado climático e impactos na produção da América do Sul devem nortear preços da soja em Chicago
O mercado da soja teve mais um dia estável na Bolsa de Chicago (CBOT), com pequenas quedas nos principais vencimentos e sem grandes oscilações.
Silvio Alface, analista de mercado da Corretora Socopa, destaca que a expectativa de uma forte demanda chinesa, frente a uma safra recorde norte-americana sendo confirmada pela colheita em finalização, bem como o clima na América do Sul, são alguns dos fatores que justificam essa movimentação.
O preço, de acordo com o analista, deve se manter nos atuais patamares, sem motivos para uma queda ou alta brusca. O estresse, daqui para a frente, deve ser climático. Os principais modelos meteorológicos já dão conta de uma forte possibilidade de incidência de La Niña, o que irá diminuir as chuvas em algumas partes da América do Sul, sobretudo o sul do Brasil e a Argentina. Caso esse fator dê indícios de que irá trazer influência para a produtividade esperada, o mercado poderá começar a refletir a situação.
Por sua vez, os preços atuais para o mercado futuro, que giram em torno de R$73, são considerados atrativos para os produtores. Contudo, este é um período no qual os produtores estão plantando. O conselho de Alface, portanto, é que os produtores deixem os preços garantidos para o próximo ano por meio de uma ferramenta disponível na BM&F: as operações de hedge.
Com o hedge, é possível fazer uma operação em conjunto da soja com o dólar, vendendo o grão e vendendo a moeda norte-americana no mercado futuro como forma de proteção frente às oscilações do mercado.