Soja: Clima na América do Sul ainda é o único que pode mudar direção dos preços na Bolsa de Chicago

Publicado em 11/12/2017 16:44
Confira a entrevista com Ginaldo de Sousa - Diretor da Labhoro Corretora
Semana começa com especulação sobre as chuvas na Argentina e divergência entre os modelos climáticos, além do ajuste de posições por parte dos fundos antes do novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA traz nesta terça (12). Para produtor brasileiro, oportunidade pode vir com o câmbio.

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Nesta segunda-feira (11), os preços da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a recuar. Amanhã (12), haverá a divulgação de um novo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que poderá trazer novos fatores para influenciar nesta negociação, enquanto o clima passa por seu momento de pico.

Ginaldo de Sousa, diretor da Labhoro Corretora, destaca que a convergência desses fatores afetou diretamente nesta queda. Ontem à noite, o modelo climático europeu começou a mostrar algumas divergências em relação ao modelo climático norte-americano no que diz respeito ao padrão de chuvas e, assim, o mapa de Chicago acrescentou mais chuvas para o Sul do Brasil e para a Argentina. Entretanto, essas chuvas são abaixo do normal para a necessidade dessas regiões.

Por sua vez, o relatório do USDA não deve vir com mudanças substanciais nos números, devido a um histórico de se manter estável no mês de dezembro. Sousa acredita que, se vier alguma alteração, ela será pequena e focada em exportações e esmagamento.

O diretor comenta que a oferta de soja, mundialmente falando, é grande. Assim, o clima é um dos únicos fatores capazes de mudar o cenário dos preços. O momento atual, com divergência dos modelos, também é típico do mercado climático. Por sua vez, os indícios na América do Sul "dão uma nota clara" de que o padrão climático do La Niña está se configurando e este fator pode ganhar espaço entre os especuladores nos próximos meses.

Além do Sul do Brasil e da Argentina, o Paraguai também é uma região de alerta. O país foi o que recebeu mais chuvas até o dia 15 de novembro. Depois, essas começaram a ficar escassas e as temperaturas, por sua vez, bastante elevadas.

Sousa também comenta que o câmbio influenciou de forma significativa nas últimas sessões. As instabilidades políticas no Brasil dão conta da flutuação da moeda norte-americana, que tende a se estabelecer entre R$3,30 e R$3,35 frente a essa situação.

Para os produtores brasileiros, Sousa diz não ver prejuízo com a soja em US$10/bushel e o câmbio nos R$3,30, embora "cada produtor saiba melhor das suas contas". Os meses de janeiro e fevereiro devem contar com uma maior atenção dos chineses para a soja da América do Sul, enquanto os Estados Unidos devem ter uma participação menor. Existem ainda, no radar, questões políticas a serem ajustadas entre os governos norte-americano e chinês.

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Por:
Carla Mendes e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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2 comentários

  • Liones Severo Porto Alegre - RS

    corrigindo safra de 2016/17.

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  • Liones Severo Porto Alegre - RS

    Caro amigo Ginaldo, se me permite, quando você diz: "a oferta de soja, mundialmente falando, é grande?, você poderia mencionar números e em que países se encontram essa grande oferta ?... Não sei se você concorda, mas a situação de estoques no Brasil é bastante apertada porque, somando a exportação de 68,0 milhões de tons, com 41,5 milhões de tons de processamento industrial, mais a reserva de sementes/outros de 4,0 milhões de tons, teremos a utilização/desaparecimento em 113,5 milhões de tons para produção de 114,0 milhões de tons da safra de 2016/17..... obrigado e grande abraço.

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    • Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR

      João 8:32

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Caro Guinaldo e Liones...vocês deveriam continuar explicando a todos os jogos de números e não deixar assim sem objetividade..e realidade....

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