Soja: Dólar em alta nesta 5ª equilibra mercado no Brasil depois da baixas em Chicago

Publicado em 09/01/2020 17:29
Camilo Motter - Granoeste Corretora de Cereais
Lotes remanescentes da safra velha ainda pagam até R$ 3/sc a mais do que a nova no interior do país. Em Chicago, dia de ajuste de posições antes da chegada dos novos números do USDA.

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Entrevista com Camilo Motter - Granoeste Corretora de Cereais sobre o Fechamento de Mercado da Soja

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O mercado da soja fechou a quinta-feira (9) em queda na Bolsa de Chicago em um dia de ajustes para as posições antes da chegada dos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Assim, o dia terminou com as cotações da oleaginosa cedendo pouco mais de 5 pontos nos principais contratos, o março valendo US$ 9,42 e o maio, US$ 9,42 por bushel. 

Segundo explicou o analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, aas expectativas indicam uma baixa de 1 milhão de toneladas na produção e nos estoques americanos e estes são números já bem absorvidos pelo mercado. 

Assim, o compasso de espera permaneceu entre os traders nesta quinta-feira na CBOT. No link abaixo, confira as expectativas completas do mercado para o boletins do USDA que chegam nesta sexta-feira, às 14 (horário de Brasília). 

>> USDA: Expectativas indicam redução na produção e estoques de soja e milho dos EUA

No entanto, os fundamentos do mercado da soja ainda dividem espaço com os fatores geopolíticos, principalmente as relações comerciais entre China e Estados Unidos e a assinatura da primeira fase do acordo comercial que pode acontecer já na semana que vem. 

Para Motter, a data prevista de 15 de janeiro deve, de fato, efetivar esse acordo parcial entre as duas maiores economias do mundo, porém, o mercado precisa conhecer mais detalhes sobre o consenso para que possa se posicionar de forma mais clara. "De quanto serão as compras agrícolas chinesas nos EUA? É isso que o mercado quer saber agora", diz. 

MERCADO BRASILEIRO

O mercado brasileiro, nesta quinta-feira, equilibrou as perdas em Chicago com o dólar em alta, que subiu quase 1% para bater em R$ 4,08 no encerramento do dia. A moeda americana ainda se mantém como importante pilar para as cotações no Brasil e, ainda segundo o analista da Granoeste, a perspectiva de um mercado positivo, ou ao menos estável, para a soja brasileira permanece bastante consistente. 

Os negócios fluem bem, com o sojicultor, ainda como explica Motter, escalonando suas operações, dividindo suas atenções entre a comercialização e seus trabalhos no campo. 

"O que ainda chama a atenção é a liberação de lotes remanescentes da safra velha, já que há ainda um GAP, falando em Oeste do Paraná por exemplo, de R$ 2,00 a R$ 3,00 por saca, em relação à safra nova. Porém, a partir de meados de fevereiro, já devemos ter um mercado único. Então, o produtor espera por um avanço melhor dos preços", afirma.

Conab aponta revisão de dados sobre soja em meio a exportação acima do previsto

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  • SÃO PAULO (Reuters) - As estimativas de oferta e demanda de soja da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2018/19 do Brasil, já finalizada, estão em revisão, após as exportações de 2019 ficarem maiores do seria permitido de acordo com os dados da estatal.

À Reuters, a Conab disse ainda nesta quinta-feira que "o mercado sugere que haja uma diferença na produção das últimas safras (2017/2018 e 2018/2019), que poderiam estar subestimadas", mesmo que a companhia tenha estimativas que apontam colheitas maiores do que alguns órgãos.

"Portanto, o processo de revisão deverá ser minucioso e necessita de fundamentação técnica para validação de metodologias alternativas para conferir as estatísticas", acrescentou a Conab.

Em meio ao processo de revisão, a Conab suspendeu a publicação do quadro de oferta e demanda da soja, que seria feita na véspera juntamente com os dados mensais de safra, que foram divulgados na quarta-feira.

A Conab afirmou que a publicação dos dados sobre a oleaginosa "foi suspensa em função do balanço não comportar as exportações de 74 milhões toneladas de soja que foram registradas em 2019".

A Conab cita dados de exportação do Comex Stat, do Ministério da Economia.

Entretanto, dados mensais compilados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do mesmo ministério, apontam para embarques de 77,9 milhões de toneladas no ano passado.

A Conab disse ainda que será divulgado brevemente um novo quadro de oferta e demanda para a soja, sem citar prazos.

Ainda que tenham caído ante o recorde de 2018, de 83,8 milhões de toneladas, segundo a Secex, as exportações do maior exportador global da oleaginosa fecharam acima da projeção da associação da indústria Abiove, de 72 milhões de toneladas de soja.

A safra de soja 2018/19 havia sido apontada anteriormente pela estatal em dezembro em 115 milhões de toneladas. Já as exportações eram esperadas pela Conab em 70 milhões de toneladas.

No relatório desta semana, a estatal também não divulgou projeção para as exportações da safra 2019/20 .

Em agosto do ano passado, o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Guilherme Bastos, havia dito à Reuters que o quadro de oferta e demanda do Brasil estava bem apertado, após uma quebra de safra.

Ele disse ainda, naquela oportunidade, que o quadro da Conab não dava espaço para exportações de 72 milhões de toneladas em 2019, conforme estimava à época a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), e que a estatal estava "revisitando" seus números.

Ainda assim, a Conab não alterou suas projeções desde então. A Abiove, em dezembro, ainda apontava 72 milhões de toneladas para as exportações em 2019.

A Conab havia estimado em dezembro estoques finais na temporada 2018/19 em 1,57 milhão de toneladas.

(Por Roberto Samora)

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas/Reuters

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