Colheitadeira é investimento ou despesa? Ou é melhor terceirizar? Ouça a experiência de Paulo Nicola

Publicado em 28/08/2020 17:12 e atualizado em 02/09/2020 10:54
Paulo Roberto Nicola - Empresário e Produtor Rural de Santiago/RS
Entrevista com Paulo Roberto Nicola - empresário e produtor rural sobre Gestão Financeira na propriedade rural

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Entrevista com Paulo Roberto Nicola - Empresário e Produtor Rural de Santiago/RS sobre Gestão Financeira

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Quando devo comprar uma colheitadeira? como posso saber se o equipamento é um investimento ou é uma despesa? Essas dúvidas foram relatadas - e debatidas - por Paulo Roberto Nicola, produtor rural de Santiago (RS), em sua 9a. entrevista aqui no Notícias Agrícolas sobre gestão financeira dentro da propriedade rural.

Desta vez, o foco foi no investimento em máquinas e equipamentos utilizados nas atividades dentro da propriedade rural.

Segundo Paulo Nicola, a aquisição de uma colheitadeira, pode exemplo, pode ser um excelente investimento desde que seu uso seja devidamente dimensionado "para não faltar e, principalmente, para não sobrar".

-- "A máquina você usa apenas numa ocasião (considerando a cultura da soja), e, na hora H, ela é fundamental... mas se a sua propriedade for menor do que a capacidade de operação do equipamento, a sobra pode se transformar em despesas que come seu lucro".

Para tanto, Paulo ensina usar uma planilha de custos, onde tudo deve ser lançado. Através dela, você pode ficar sabendo que a manutenção é um item que, às vezes, passa desapercebido, mas que, igualmente, consome seu lucro bruto. 

Nicola usa sempre como referencia uma propriedade de 500 hectares de lavoura (que é o dimensionamento basico de um equipamento moderno) para comparar se a máquina é investimento - auxiliando na obtenção do lucro - ou é despesa constante. Com base nos resultados financeiros, o produtor pode se socorrer (como Paulo Nicola faz há muto tempo), às empresas terceirizadas.

-- "Com a terceirização ganho eu e o parceiro.. e o lucro fica em casa!".. 

Acompanhem o depoimento acima (a série está à disposição na página especial aqui no NA, clicando no botão "especiais" do menu do site -- Lucre Sempre com a Soja).

Voce pode, também, acompanhar o relato das experiencias de Paulo Nicola em seus dois livros - Lucre Sempre com a Soja e A Lógica da Economia Rural - que estão disponíveis, gratuitamente, na site www.economia rural.com.br 

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Fonte:
Notícias Agrícolas

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6 comentários

  • Ademir Ourique Glorinha

    Bom dia, a tabela tem algum custo? Como consigo ela?

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  • julio cesar de sousa junior Vila Rica - MT

    Gostaria de tem essa Planilha em Excel.do Sr. Paulo Roberto Nicola. pode ser através do e-mail?

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  • Glauber Henrique Pereira Leite Pirassununga - SP

    Boa noite! A planilha apresentada pelo Sr Paulo Nicola pode ser compartilhada por email?

    Sou agrônomo numa unidade militar, e responder se uma "Colheitadeira é lucro ou despesa" é importante atualmente. Seria de grande valia se fosse possível disponibilizar a versão em Excel para preenchimento com minha realidade e meus números.

    Muito obrigado.

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    • Gilberto Rossetto Brianorte - MT

      Sr. Glauber, eu tenho maquinários como despesa. Desde trator, colheitadeiras, etc ... todo ano debito 10% do valor que paguei. Depois de 10 anos de uso, o maquinário tem pouco valor. Talvez o correto seria 7,5% ao ano (15 anos), porque depois é só sucata.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      O modo de proceder do sr Gilberto e' quasi identico ao sistema industrial, porque no industrial os valores dos galpoes tambem sao descontados----

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    • Leodir Vicente Sbaraine Terra Roxa - PR

      Não se esqueçam que a terra nunca fica velha, só valoriza, ninguém te rouba e a cada ano fica melhor, por isso não jogo como despesa ( arrendamento )...

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Leodir se você gosta de pagar imposto de renda eu não tenho nada contra

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Existem especialistas em economia que têm um pensamento sobre a terra.

      Ela é um bem imóvel, como muitos dentro de uma propriedade. Então, ela tem um valor monetário.

      Imagine, sua propriedade tem um valor de mercado de R$ 100.000,00.

      Se você vendê-la e aplicar num titulo mais conservador, como a caderneta de poupança, esse capital monetário irá te remunerar de acordo com a regra atual (Quando a taxa básica de juros está igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic mais a variação da TR (Taxa Referencial), que hoje está zerada, o que dá cerca de 0,44% ao mês. Já quando a Selic ultrapassa 8,5%, ela volta a render pela regra antiga, de 0,5% ao mês mais TR.)

      Ou seja, algo em torno de 6% a.a. ou, 0,5% a.m.

      Então essa (hipotética) propriedade produziria uma renda liquida de R$ 6.000,00 por ano. Veja que escrevi "renda liquida"!

      Então, a sua atividade deve te entregar uma "renda liquida" maior do que esse valor. Se, por acaso, o resultado tem sido menor durante anos...

      TENHA UMA CERTEZA : VOCÊ ESTÁ "COMENDO O SEU PATRIMÔNIO" !!!

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    • Gilberto Rossetto Brianorte - MT

      Pois é Sr. Paulo, ... então no teu exemplo, se for computar os R$-6.000,00 como despesas, me parece que o correto ai seria jogar a valorização da terra como receita, talvez por isso o Sr. Leodir não contabiliza nenhuma despesas da terra (como patrimônio). Eu para efeito de custos, jogo um " x " de sacas como aluguel da terra (arrendamento ... o menor preço da praça), aí vejo se as contas fecham.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      A valorizaçao da terra so' pode realmente ser avaliada na hora da venda da propriedade.---Podemos ter casos de algumas atividades ( não a soja) onde o arrendamento e mais a valorização da terra proporcionam mais lucro do que plantar---Ou seja, A PESSOA SEM TRABALHAR GANHA MAIS DE QUEM A TRABALHA E AINDA SEM ARRISCAR NADA-----Na minha cabeça isto se aplica aos criadores de gado que ganhariam mais sem fazer nada

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    • Leodir Vicente Sbaraine Terra Roxa - PR

      Sr. Gilberto, não entendi como o Sr. joga valor de arrendamento se as Terra são suas, no caso o Sr. estaria arrendando pro Sr. Mesmo..., Vou ter que ver isso com o meu contador...

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    • Leodir Vicente Sbaraine Terra Roxa - PR

      Sr. Carlos Meloni, gostaria de saber como faço pra arrendar a minha propriedade pra mim mesmo, por favor me ajude, pois pagar impostos de renda em demasia, lógico, ninguém gosta né, vamos combinar...

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    • Gilberto Rossetto Brianorte - MT

      Sr. Leodir, eu considero um valor de arrendamento só para efeitos de orçamentos, meramente prá saber se vale a pena ou não plantar, saber qual o custo por hectare de plantio. Nada para efeitos fiscais ou contábeis, aí se a terra é minha não tenho como colocar como despesa. Infelizmente, porque vou ter um lucro disfarçado e desse lucro vou ter que pagar IR.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Senhor Leonir três pessoas já falaram sobre esse conceito de capital empatado para produzir----Aparentemente não conseguimos transmitir a ideia ----Então lhe peço o favor de esquecer o assunto e vamos falar de outras coisas.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      eu vi que escrevi seu nome errado, desculpe, o sistema nao permite corrigir-----

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  • elcio sakai vianópolis - GO

    Boa explicação, pena que minha realidade é diferente, pois tenho custo de adubação 50% maior, semente mais cara, além do arrendamento. O restante dos custos se assemelham, porem o custo de sacas por hectare se elevam bastante. Se no Sul e Sudeste do Brasil tem terras mais férteis, infelizmente aqui no Centro Oeste não temos este benefício, somos obrigados a fazer a fertilidade e infelizmente vender uma soja menos valorizada devido o grande valor do frete até os portos e com certeza um adubo mais caro também seguindo a mesma lógica (frete). Tenho colhedeira financiada que se paga com o próprio serviço, a minha grande dúvida é o restante dos maquinários. Renovação de frota nesses atuais preços, só produtores capitalizados que não dependem de banco pra poderem arcar com estes investimentos.

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    • Hilario Bussolaro Cascavel - PR

      Quando se fala em agricultor é comum esquecerem que tem os pequenos e médios donos de áreas, os proprietários de grandes áreas ... e tem também, nós, os arrendatários, -- que pagam, além do aluguel, todos os custos iguais aos proprietários... ou seja já do inicio saímos com divida de X sacas por ha ... isso pesa bastante, mas faz parte... O que desanima é ver esses "colonos de boca", que deveriam pelo menos plantar um pedaço de terra para experimentar as variedades... e fácil sair falando -- quando não, por a cara em outdoor -- dizendo que colheu 230 sacas/alqueire (mas não diz que no resto da area, 170 s/alqueire!!!) se o produtor não acordar vai sempre pagar essas contas... na realidade o que falta é uniao.. somos a classe mais desunida que conheço...

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    • Leodir Vicente Sbaraine Terra Roxa - PR

      Infelizmente é assim Hilário, uma pena...,

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    • leandro carlos amaral Itambé - PR

      Ou seja ... produtores fazendo propaganda gratuita pras grandes multinacionais...

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    • Hilario Bussolaro Cascavel - PR

      Aqui no Paraná os amigos poem a cara e acham que tão abafando... ai vai arrendar um pedaco, os caras pedem 80 sacas, e saem falando mal... ou seja, atiram no próprio pé e acham ruim ... é como diz o ditado: o difícil não é matar um leão por dia e sim desviar-se das antas..

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Sr Hilario, nao entendi bem esse seu ultimo comentario--- 80 s/alqueire de arrendamento?? O que seria em dinheiro ?? porque o arrendamento se paga por um ano e teoricamente e' para duas colheitas.. 40 sacos de soja e' um valor, ... ao sacos de milho e' outro valor.... ENFIM QUAL E" O RACIOCINIO?

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    • Hilario Bussolaro Cascavel - PR

      Aqui gira em torno de 60 a 80 sacas de soja/ano... no preço de hoje R$ 9.300 reais... isso é o que paga adiantad... não é lógico mas muitos aqui fazem, e não tem mais areas para arrendar ... se vc achar alguma lógica, até eu gostaria de saber

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Sr Hilario obrigado pelo esclarecimento-----Acho o valor absurdo---Esta' completamente fora---Ha decadas aqui em sao paulo, encostado ao parana', girou sempre ao redor de 15% da produçao----+/- R$ 3500

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  • Tiago Pandolfo Balsas - MA

    Parabéns Paulo Nicola e João Batista por essa conscientização. A grande maioria dos problemas econômicos dos produtores é não ter esses custos na mão e retirar esse lucro da atividade e colocar em outros negócios.

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  • Pablo Santa Cruz Goi?nia - GO

    E a depreciação, meu jovem?

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    • Elvio Zanini Sinop - MT

      Esse assuntoé muito importante ("Colheitadeira é investimento ou despesa? Ou é melhor terceirizar?") .... como o Brasil tem quase cinco milhôes de produtores rurais, os quais, na sua enorme maioria, são pequenos produtores (em torno de 70 a 100 has. de lavoura ou pastagens), e no mercado não tem pequenas colheitadeiras a preços compatíveis, ... tenho conversado com a Yanmar do Brasil, pois eles tem máquinas para pequenos proprietários e vão nacionalizar a máquina, (debullha com rotor para esse segmento de mercado) ... só que os pequenos tem as terras mecanizadas e arrendam aos grandes produtores... Eu fui revendedor da famosa colheitadeira DALLA SANTA da Lavrale de Caxias do Sul, mas faltou Visão para melhorar o equipamento..., Ficou sòmente na Historia.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Muitos começaram com a colheitadeira de milho de uma linha da Penha, como eu... Ajudou muito na decada de 70... Sr Elvio, otima sugestao...

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    • CESAR AUGUSTO SCHMITT Maringá - PR

      Hoje com 500 ha. você precisa de duas maquinas... Isso quer dizer um investimento de cerca de 1 milhão, para ser utilizada em apenas 60 dias, isso quando não quebra, .. o que vai acontecer, independente da marca e maquina, aí é despesa. Mas o pior é o seguinte: Não tenho coragem de comprar uma BMW de 250 mil para mim, mas tenho de colocar um equiparamento de 700, 750 mil nas mãos de um operador, via de regra, semi-analfabeto. Portanto, penso que colheitadeiras modernas servem em 3 situações: 1- Empresas que tem escala e o custo pode ser diluido; 2- Empresas prestadoras de serviços, que conseguem movimentar esse maquinario durante boa parte do ano; 3- Medios produtores com mão de obra familiar.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Eu acho que deveria-se focar sobre maquinas mais robustas e seguras e menos sofisticadas--- O que entendo por sofisticaçao: Sao todas as partes computadorizadas e com GPS... Sem falar a marca um defeito de GPS custa R$ 35000 para consertar----Ha entao as partes mecanicas que quebram----Com certeza quebram no meio da colheita quando ha a maior necessidade de uso----Entao quem for experto e lançar um produto meno sofisticado no meu entender mais barato e mais robusto eu acho vai ter sucesso-----Fora aqueles casos que o assistente tecnico vem duas ou tres vezes e nao consegue consertar---E' um desespero---Conheço pessoas que com duas colheitaderas plantam 1900 hectares----No meu entender e' melhor ter 4 colhetadeiras pequenas **pe' duro** do que duas supersofisticadas

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    • Waldomiro Bednarchuk municipio Mallet - PR

      Sr Carlo Meloni, eu também penso igual ao sr..., eu e meus filhos plantamos em torno de 110 ha e temos uma colheitadeira Massey, ano 85; fazemos revisão nós mesmo (sem pagar mecanico) sempre antes da colheita..., colhemos a safra toda quase sem ter problemas, assim sempre sobra um dinheirinho pra compra um pedaço de terra..., por isso, por enquanto, não pretendemos trocar de máquina, a não ser que fabriquem máquinas como o senhor falou...

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    • elcio sakai vianópolis - GO

      Sr. Carlos Meloni, empresa vive em agregar valor e em manutenção..., infelizmente essas empresas não tem interesse em fazer coisas duráveis e com baixas manutenções. Todo ano me dá uma raiva quando sou obrigado a comprar uma peça original cara sem ter um controle de qualidade. Não irei citar o nome de empresas, mas com certeza 90% dos produtores já passaram por esta mesma situação.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Sr Elcio, há algumas decadas atras tinha um Valmet cuja ponta traseira de eixo quebrou... Fui a um distribuidor e comprei a peça---- Nao durou 30 dias porque o material nao tinha as caracteristicas de um original---- Se entrar na justiça perde tempo e dinheiro---- Quando comecei a plantar em 72 a Massey Ferguson esgotou as vendas---Tive que começar com um CBT---- Foi um inferno---- A agricultura esbarra em algumas **janelas** e quando a maquina quebra numa ** janela** o desespero e' total--- Naquele tempo so' se plantavam areas com o maximo de inclinaçao de 10%----- Depois o plantio direto encorporou o resto----Hoje os fabricantes de colhetadeiras fazem maquinas com plataformas cada vez maiores--- Essas colheitaderas sao eficientes em terras planas, mas nas outras perdem muito produto----Por isso o Waldomiro ai acima esta' certo--

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