Complexo Soja do Brasil teve 2020 histórico e, apesar dos desafios, deve ter 2021 de safra recorde e preços altos

2020 termina com o Brasil se consolidando e afirmando como o maior produtor e exportador mundial de soja. A oleaginosa foi o principal item da pauta exportadora do Brasil, já que carrega uma considerável e importante competitividade não só em termos de preços, mas também de qualidade em relação seus principais concorrentes, os EUA e a Argentina.
Da mesma forma, a importância da soja para o mercado interno também foi significativa. Os preços alcançaram patamares recordes, historicamente altos, mas que exigiram estratégias ainda mais detalhadas para a comercialização, tanto por parte dos vendedores, quanto dos compradores.
A saca de soja chegou a bater nos R$ 170,00 ao longo do ano, com muitas vezes o mercado interno pagando melhor do que a exportação dada a demanda intensa e os estoques quase inexistentes no segundo semestre.
"O grande desafio em 2020 foi a pandemia do Covid-19. Perdemos muitos amigos pelo caminho, uma marca que também fica nessa pandemia. Mas na produção, tivemos alguns problemas já na entrega da safra, principalmente com a seca no Rio Grande do Sul, excesso de chuvas na região Centro-Norte, e com esse desafio do Covid, ainda entregamos a maior safra do globo terrestre, com quase 125 milhões de toneladas", lembra o presidente da Aprosoja Brasil, Bartholomeu Braz Pereira.
Para 2021 e para os próximos anos, o presidente acredita que um dos principais desafios e objetivos tem que se a busca pelo sojicultor brasileiro de mais conhecimento para ser aplicado nas ferramentas de comercialização, entendimento dos efeitos do câmbio, do mercado futuro e do papel de produção brasileira no cenário internacional.
Leia Mais:
Além disso, destaca ainda as preocupações que o clima ainda traz para os produtores. Apesar de uma área recorde tendo sido semeada - mais de 38 milhões de hectares, a perspectiva da Aprosoja Brasil é de que a produtividade média fique limitada em função das adversidades. "A produtividade já está um pouco mais abaixo", diz. Assim, o quadro preocupa diante das vendas antecipadas já muito adiantadas para a produção da safra 2020/21.
A estimativa da associação para a safra do Brasil variam entre 128 e 129 milhões de toneladas, já abaixo do último número da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) de 134 milhões de toneladas.
2020 foi marcado ainda por duras críticas - especialmente de instituições internacionais - ao agronegócio brasileiro e sua relação com a preservação ambiental. No entanto, definido como ao ano da comunicação pela Aprosoja Brasil, a comunicação do setor para fora da porteira foi aprimorada e ganhou espaço ainda maior, principalmente entre a população urbana, levando informação de qualidade e responsável.
2021 deverá, portanto, ser um ano ainda melhor para o complexo soja e todos os profissionais envolvidos na cadeia produtiva de um dos mais importantes produtos do agronegócio brasileiro.
0 comentário
Soja termina com preços estáveis no mercado brasileiro, com pressão de Chicago, mas suporte do dólar
USDA informa mais uma venda de soja para a China nesta 6ª feira (19) em dia de novo leilão
Chinesa Sinograin vende um terço da soja ofertada em leilão, diz Mysteel
Soja segue lateralizada em Chicago nesta 6ª feira, ainda reagindo a cenários já conhecidos
Apesar de novas baixas em Chicago, preços da soja se mantêm no Brasil com dólar ainda alto
Soja: Preços cedem em Chicago, com falta de novidades e pressionada pelo óleo nesta 5ª feira