Cotações da soja e do milho disparam em Chicago após USDA e podem subir ainda mais, alerta Agrinvest

Publicado em 12/01/2021 17:30 e atualizado em 12/01/2021 20:26
Marcos Araújo - Analista da Agrinvest
Se a soja romper a próxima resistência de US$ 14,87/bushel, pode buscar os US$ 16,00/bushel

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Entrevista com Marcos Araújo - Analista da Agrinvest sobre o Fechamento de Mercado da Soja

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A terça-feira (12) foi muito positiva para o mercado da soja na Bolsa de Chicago, que encerrou o dia com altas fortes, de mais de 3% - ou de 37 a 52 pontos - nas posições mais negociadas, com os preços rompendo já os US$ 14,00 por bushel. O mercado refletiu imediatamente a divulgação dos novos números que foram trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

O boletim trouxe uma baixa no quadro norte-americano da produção e produtividade da soja, bem como dos estoques finais da safra 2020/21 para 3,81 milhões de toneladas apenas. Da mesma forma, as exportações foram corrigidas para cima, passando a 60,69 milhões de toneladas. E o USDA surpreendeu ainda com um aumento das importações, as quais foram revisadas de 410 para 950 mil toneladas. 

No cenário mundial, a produção também caiu - para 361 milhões de toneladas - assim como os estoques finais globais. O reporte trouxe ainda um corte na safra da Argentina, de 50 para 48 milhões de toneladas, mas manteve sua estimativa para a colheita brasileira em 133 milhões de toneladas. 

Veja os números completos:

Soja USDA Janeiro 2021

"A tendência é a continuidade da alta de preços. Toda essa injeção de dinheiro leva a recordes vários índices acionários ao redor do globo e isso se torna uma realidade dentro da economia real. (...) E os preços devem se comportar em alta como forma de estimular o plantio em todo mundo e racionar a demanda", explica Marcos Araújo, analista de mercado da Agrinvest Commodities.

Enquanto este racionamento não se dá, os preços continuam subindo de forma expressiva, pode testar patamares ainda mais elevados diante de uma combinação de fundamentos ainda muito fortes. Entre eles, estão as positivas margens para as indústrias processadoras chinesas, uma maior demanda por proteínas animais, as adeversidades de clima na América do Sul e liderando o movimento, a recomposição dos planteis na China, demandando mais matéria-prima para alimentação animal. 

A frente, o que o mercado observa são os preparativos para a nova safra dos Estados Unidos, que ja deve iniciar a temporada pressionada. A disputa por área no país entre soja e milho deverá ser bastante intensa frente ao atual cenário de oferta x demanda e também das perspectivas que o mercado tem a frente. 

Como explica Araújo, os EUA precisariam ampliar sua área na safra 2021/22 em pelo menos 2,4 milhões de hectares, contar com uma boa produtividade - inicialmente estimada em 57,8 sacas por hectare, o que levaria a uma produção de 123,7 milhões de toneladas - para voltar a níveis "aceitáveis" de estoques. 

Ainda assim, confirmada essa situação, a demanda ainda tem crescido cerca de 4% ao ano e absorve toda esta oferta para atender às suas necessidades. 

USDA mantém projeção para safra de soja 20/21 do Brasil; revisa milho para baixo

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(Reuters) - O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) manteve inalterada a projeção para a safra de soja 2020/21 do Brasil em relação ao mês passado, em 133 milhões de toneladas, mas revisou para baixo a estimativa da colheita brasileira de milho, de acordo com relatório de oferta e demanda global publicado nesta terça-feira.

Segundo o órgão do governo americano, a produção de milho do Brasil foi estimada em 109 milhões de toneladas, ante 110 milhões vistas no levantamento de dezembro.

A safra anterior de soja do Brasil, maior produtor e exportador global da oleaginosa, ficou em 126 milhões de toneladas. Desta forma, segundo a projeção do USDA, a colheita desta temporada deve configurar um novo recorde para o país.

Ainda de acordo com o relatório, a projeção para as exportações brasileiras de soja em 2020/21 também permaneceu estável, em 85 milhões de toneladas.

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Por:
Aleksander Horta e Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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