Soja no Brasil perde até R$7,00/saca em uma semana com recuo de dólar e prêmios

A terça-feira (22) terminou com os preços da soja, mais uma vez, em alta na Bolsa de Chicago. No entanto, os futuros da oleaginosa amenizaram seus ganhos e encerraram o pregão subindo entre 5,50 e 7,25 pontos, levando o maio a US$ 16,96 - que testou os US$ 17,00 ao longo do dia - e o julho a US$ 16,78 por bushel. 

Já no Brasil, os prêmios estáveis e o recuo expressivo do dólar frente ao real pressionaram as cotações, que chegaram a perder até R$ 7,00 por saca, como explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. "Não tivemos quase nada de vendedor, mercado muito cauteloso e o dólar em queda dá suporte em Chicago", diz. 

Para o consultor, o espaço para novas e fortes altas em Chicago é bastante ajustado e a pressão sobre os preços no Brasil pode continuar, onde há cerca de metade da safra ainda a ser comercializada.

"E está na hora do produtor participar, porque ele não pode deixar tudo lá pra frente, esperando uma explosão de preços, porque as cotações já estão muito boas (...) O mercado não está subindo, ele está começando a cair", afirma o consultor. 

BOLSA DE CHICAGO

A volatilidade se faz ainda muito presente entre o mercado de grãos, o qual está bem nervoso, como afirmou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. Os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia ainda são sentidos e monitorados pelos traders, além de trazerem muitas incertezas sobre as próximas consequências. 

Ainda no radar dos traders permanece a influência do - também volátil - mercado de derivados, com boa alta ainda sendo registrada pelo óleo de soja, que sobe mais de 1% na tarde desta terça, mas também acompanha a baixa do farelo na CBOT. 

A conclusão da safra da América do Sul e o comportamento da demanda também estão em evidência, bem como o início da safra 2022/23 dos Estados Unidos e as condições climáticas o plantio será iniciado.