Perspectiva de produtividade maior para soja nos EUA e aversão ao risco afetam mercado em Chicago que tem a terceira queda consecutiva na semana

Publicado em 31/08/2022 17:05 e atualizado em 01/09/2022 12:27
Eduardo Vanin - Analista de Mercado da Agrinvest
No Brasil, atenção ao baixo consumo de óleo que pode resultar numa menor demanda por grãos nesse segundo semestre

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Perspectiva de produtividade maior para soja nos EUA e aversão ao risco afetam mercado em Chicago que tem a terceira queda consecutiva na semana

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O mercado da soja registrou mais uma sessão de volatilidade na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira (31), mas sempre atuando no vermelho, com baixas importantes. As perdas foram de 9 a 10 pontos nos contratos mais negociados, levando o novembro a US$ 14,22 e o março a US$ 14,30 por bushel. 

Como explica o analista de mercado Eduardo Vanin, analista da Agrinvest Commodities, as baixas consecutivas - somente nesta semana é a terceira - refletem as expectativas vindas do front da oferta. As estimativas são de uma produção recorde de soja nos EUA, confirmadas pelos últimos números, inclusive, do Pro Farmer, que foram reportados na última sexta-feira (26), que projetou 123,4 milhões de toneladas. 

Assim, o mercado espera agora por ajustes que poderão ser reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu novo boletim mensal de oferta e demanda. 

"O mercado já vai se preparando, com a estimativa sendo de uma revisão para cima da produtividade americana. Assim, o mercado fecha esse capítulo da produção americana - embora mais ajustes serão feitos - mas o foco começa a ser compartilhado com a safra do Brasil e a demanda chinesa também", explica Vanin.

A produção chinesa de ração melhorou nos últimos meses, em resposta a uma melhora considerável da suinocultura, com margens que voltam a ser positivas, depois de momentos bem difíceis vividos pelo setor. O peso médio dos animais abatidos saltou de 90 para 120 quilos, o que é um nítido reflexo da maior necessidade de alimentação animal, o que tem puxado as vendas de farelo de soja para os melhores níveis em meses. 

"E há também a retenção de matrizes, porque está dando dinheiro a atividade e isso vai gerando mais consumo de farelo. Vendeu mais farelo, precisa comprar mais soja, é esse o movimento. Semana passada fala-se que a China comprou 40 navios de soja, safra nova dos EUA e safra nova brasileira", afirma o analista. 

Os dois novos feriados na China nos próximos meses - feriado da Lua e Golden Week - também exigirão monitoramento, já que serão indicativos importantes de como deverá se comportar o consumo de soja pela China. 

MACROCENÁRIO

A incerteza que continua rondando os cenários financeiro e geopolítico  também pesa não só sobre a soja, mas sobre as commodities de uma forma geral. Esse movimento se intensificou desde o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell na sexta (26), quando ele admitiu que vê a necessidade de uma maior taxa de juros e que "aceitaria alguma dor" neste momento para passar pelo atual quadro, evitando dores mais agudas mais a frente. 

MERCADO BRASILEIRO

No Brasil, os preços não têm mudado muito drasticamente, e vão acompanhando, principalmente, as variações do câmbio. 

"Vamos chegando à nossa finaleira da soja, ainda tem soja pra ser precificada, vendida. Não é uma soja de qualidade muito boa quando se fala do norte. A China continua comprando, o Brasil não está barato, os EUA estão bem mais baratos que nós, e a indústria nacional está com um problema que é a vazão do óleo", explica o analista.

Enquanto as questões do biodiesel não se resolvem, o consumo do grão no mercado interno fica comprometido e ajudam a pressionar, inclusive, os prêmios do óleo. 

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Por:
Aleksander Horta e Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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