Apetite dos fundos pelas commodities fez açúcar em NY se aproximar dos US$ 18 c/lb

Publicado em 29/04/2021 15:40 e atualizado em 29/04/2021 16:47
Arnaldo Luiz Corrêa - Diretor da Archer Consulting
Apesar de início de semana positivo, cotação do adoçante teve queda técnica nos últimos dias; clima adverso no Brasil parece estar precificado pelo mercado

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Entrevista Arnaldo Luiz Corrêa - Diretor da Archer Consulting sobre o Mercado do Açúcar

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​O mercado do açúcar na Bolsa de Nova York e em Londres testou máximas mensais históricas neste início de semana, se aproximando do patamar de US$ 18 c/lb, apesar de correção técnica nas últimas duas sessões. A seca em áreas de cana-de-açúcar no Brasil e o apetite dos fundos pelas commodities agrícolas davam suporte ao mercado.

“Os fundos têm sido bastante agressivos no mercado de commodities de uma maneira geral, principalmente nas agrícolas, e nós vimos na última semana eles adicionando 50 mil lotes em suas posições, o que acabou colocando o mercado pra cima”, disse ao Notícias Agrícolas Arnaldo Luiz Corrêa, diretor da Archer Consulting.

Além disso, ainda havia o acompanhamento da safra brasileira. “Acho que tem pouco de fundamento nesse momento. É fato que a gente tem uma seca, é fato que a gente tem uma série de fatores que podem dar sustentação ao mercado, principalmente a falta de chuvas no Centro-Sul, e uma produção já tida menor pra esse ano de cana”, complementou.

O analista pontua que o mercado parece já ter precificado uma queda na produção brasileira, o que não justificaria novas disparadas de preços diante desse fundamento. Além disso, também há o acompanhamento por parte dos operadores para o atraso da moagem pelas usinas neste início de trabalhos da temporada 2021/22.

“O mercado sabe do atraso, mas não considera isso, nesse estágio, algo importante para o cenário mercadológico e para os preços”, pontua Corrêa ao afirmar que os spreads não têm apresentado grande diferença que justificasse uma atenção.

Ainda nos fundamentos, na Índia, não são verificados no momento problemas nos embarques e na moagem do país asiático, o que também impactaria na oferta global e poderia elevar os preços. “A gente não vê nenhuma ruptura em termos de fluxo logístico para esse período de lockdown”, diz Corrêa. Além disso, no Brasil, o real se mantém valorizado, assim como o petróleo.

A Archer estima a safra 2021/22 de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil em 574,5 milhões de toneladas. A safra de açúcar deve ter uma redução de 3,25 milhões de t neste ciclo, totalizando 35 milhões de t. A produção de etanol é apontada em 24,7 bilhões de litros de cana e 3,2 bi de l de etanol de milho, totalizando volume total cerca de 2 bi de l menor que o ciclo anterior.

O ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) de cana é previsto na nova temporada abaixo de 138 quilos por t.

 

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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