Café: Clima e câmbio levaram a mais uma semana de grande volatilidade nas bolsas de futuro
O debate diário sobre o início do período de chuvas nas regiões produtoras de café do sudeste brasileiro e a forte valorização do dólar frente ao real levaram a mais uma semana de intensa volatilidade das cotações do café nas bolsas de futuro.
Nossa opinião é que os estragos estão feitos e a próxima safra brasileira de café está comprometida. As chuvas devem se normalizar nas próximas semanas e assim estancar perdas ainda maiores. Não tem sentido essa volatilidade nas bolsas, como se chegando as chuvas teremos imediatamente uma oferta abundante de café arábica no mercado mundial.
Basta ver os níveis dos reservatórios de abastecimento de água em São Paulo e Minas Gerais para saber que a seca deste ano não tem precedente há muitas décadas. Quem já havia visto as nascentes do Rio São Francisco secarem? Quem se lembra das represas que abastecem a grande São Paulo nos níveis atuais? Qual foi a última vez que Furnas chegou ao nível presente? Os mais experientes agrônomos afirmam que nunca enfrentaram uma seca como a deste ano. Não temos estoques de passagem e nossos cafezais enfrentam o maior problema climático desde a grande geada de 1975 (em 1975 tínhamos grandes estoques de café arábica!). Mesmo diante de um quadro como este, a cada notícia de aproximação de uma frente fria que pode trazer as esperadas chuvas, derrubam as cotações em Nova Iorque como se tudo estivesse resolvido.
Após uma semana do seminário que reuniu os principais produtores de café do mundo em Londres, a OIC – Organização Internacional do Café divulgou estimativa indicando que o mercado mundial deve registrar déficit entre 4 milhões e 5 milhões de sacas de café arábica na atual safra que está na fase final de colheita. A oferta inferior à demanda também deve se repetir na safra 2015/16, mas a OIC não deu detalhes sobre o prognóstico (fonte: agência Estado).
O mercado físico brasileiro teve mais uma semana com poucos negócios realizados.
Até o dia 25, os embarques de setembro estavam em 1.656.010 sacas de café arábica, mais 176.848 sacas de café conillon somando 1.832.858 sacas de café verde, mais 142.467 sacas de café solúvel, totalizando 1.975.325 sacas embarcadas, contra 1.889.878 sacas no mesmo dia de agosto. Até o dia 25 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em setembro totalizavam 2.577.385 sacas, contra 2.402.079 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 19, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 26, subiu nos contratos para entrega em dezembro próximo, 805 pontos ou US$ 10,65 (R$ 25,79) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 19 a R$ 559,68 por saca e sexta-feira, dia 26 a R$ 596,07 por saca. Hoje nos contratos para entrega em dezembro a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 375 pontos.
1 comentário
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Antonio Paulo Silva Campos Gerais - MG
Como que o pé de café vai resistir se até mesmo meu córrego de 300 anos atrás sempre corria água agora secou Att. Antonio Paulo