Soja e Milho: Considerando o cenário atual, ainda não vimos os maiores preços

Publicado em 24/07/2012 15:16 e atualizado em 24/07/2012 16:05
Por Liones Severo.
Impossível não considerarmos a atual situação das lavouras americanas de soja e milho com um cenário que indica preços ainda maiores, provavelmente superiores aos US$ 20 por bushel.
 
Nesses dias estamos assistindo a um movimento técnico de vendas de magnitude ampliada
pelas notícias dos mercados macroeconômicos que, de alguma forma, mascaram o potencial
de alta de curto prazo, mas que não oferecem mudanças significativas nos fundamentos do
mercado de commodities agrícolas no médio/longo prazo.
 
A volatilidade aumenta em mercados com fortes desempenhos nos preços. Suas variações técnicas correspondem a medida de seu potencial, tanto para a alta como para baixa.
 
Ademais, traders e negociadores internacionais pouco sabem lidar com mercados com esses desempenhos.
 
Os ratings de produtividade das lavouras de soja americana indicam que as perdas na lavoura de soja estão entre 16 e 20 milhões de toneladas, enquanto que para o milho estão entre 80 e 100 milhões de toneladas. Condição capaz de promover altas de preços jamais imaginadas para ambos os mercados.
 
A importância da proteína de soja não tem substitutos e os planteis de animais/aves no mundo não conseguem desmobilização com menos de 10/12 meses, até porque os governos tentam proteger a cadeia produtiva de animais que servem para alimentação humana. A matriz mundial de dietas alimentares estão fortemente calcadas no consumo de proteína.
 
Estão analisando o mercado com base aos anos similares de 1983 e 1988, mas devemos lembrar que naquela época a alimentação básica da humanidade era através de carboidratos, portanto completamente diferenciada da matriz de dieta alimentar atual. Os movimentos atuais do mercado estão equivocadamente seguindo o ano de 1988, quando os EUA produziam cerca de 52 milhões e quanto teve uma perda de 10 milhões de toneladas. Este ano, a expectativa era de 89 milhões de toneladas de soja,  portanto também uma área de maior amplitude que 1988 e com expectativas de rendimento muito superior aos verificados naquela ano.
 
Ademais, a China ingressou no mercado como importadora de soja em 1996, ou seja muito depois de 1988, quando o eixo de consumo era a Europa. Hoje, cerca de 60% da soja mundial e exportada é consumida na China.
 
Enquanto a quebra das lavouras sulamericanas não oferecem um desempenho de pronto nas cotações da Bolsa de Chicago, as perdas das lavouras americanas deverão refletir esta situação
de imediato porque os preços são regidos pela Bolsa de Chicago, no próprio país.
 
Aparentemente, há o entendimento de que os consumidores mundiais ainda não conseguiram avaliar a dimensão que este mercado pode alcançar, principalmente até setembro próximo, período
da colheita americana e, principalmente início da escassez de oferta de soja e farelo em âmbito mundial.
 
Considerando a realidade do cenário atual, ainda não vimos os maiores preços para o mercado de soja e milho. Os consumidores não têm outra opção senão pagar o preço!

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Fonte:
Grãos e Soja

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