Argentina: O Efeito Moreno e o Risco de Desabastecimento no Campo, por Eduardo Lima Porto

Publicado em 18/09/2013 16:00
Por Eduardo Lima Porto, consultor da CustodoAgro.

Que a Argentina se encontra há anos numa situação de penúria econômica promovida pelos Kirchner e seus mandaletes, todos por aqui já sabem.

Entretanto, poucos analistas reconhecem a extensão dos efeitos diretos que a política distorcida emplacada no país vizinho causa nos preços internacionais das commodities agrícolas.

A Argentina decidiu acompanhar a Venezuela na implantação da Cartilha do Fórum de São Paulo, junção de vários partidos de esquerda da América Latina, a qual foi patrocinada "intelectualmente" por Lula, Fidel Castro e Hugo Chávez.

É muito importante olharmos para a Argentina com absoluta atenção. Nenhum País no Mundo pode nos mostrar com tanta clareza os resultados econômico-sociais que o PT pode nos levar a ter, se não for defenestrado do comando.

Na Argentina, o Partido Peronista da Era Kirchner entranhou de tal forma a Corrupção no tecido social que atos dessa natureza já são considerados uma prática normal de Estado. Cristina Kirchner representa tudo aquilo que Lula e Dilma querem ser. Os Petistas invejam os Peronistas. O "Mensalão" deles está tão consolidado que sequer provoca alvoroço na Sociedade ou na Justiça (que também já foi dominada).

Os poucos empresários argentinos que resistiram a essa Onda, das duas uma, ou estão "comprados" pelo Regime ou se encontram totalmente anestesiados.

Tanto lá como aqui, o grau de dependência que o PIB tem do Agro é muito grande e é aí que mora o perigo.

Existe uma figura na Argentina que superou em muito a José Dirceu. Trata-se de Guillermo Moreno - Secretário de Comércio Interior, principal capacho dos Kirchner na condução do país rumo ao poço.

É ele quem diz o que pode ou não ser feito. Quem pode importar ou exportar. Quem pode viajar e quem não pode. Que órgãos da imprensa podem ou não receber as benesses da publicidade governamental, entre outras sandices aprendidas na Ditadura daquela Ilhota que é tida como Paraíso na Terra pelos delinqüentes da Esquerda.

Mas, a razão desse Artigo não é tratar de questões políticas, até porque existe gente infinitamente mais competente que eu para isso.

Minha preocupação central é com a Agricultura e por isso que a avaliação de cenários subjacentes passa a ter uma importância relevante.

Na Argentina de Cristina K e Guillermo Moreno, existe há tempos uma restrição cambial severa denominada por eles como "Cepo".

Nas últimas semanas, Guillermo Moreno decidiu barrar o ingresso de Defensivos Agrícolas sob o pretexto do controle "cambial". A Argentina, como o Brasil, depende massivamente da importação de matérias primas e de produtos formulados nesse setor.

Como se não bastasse o confisco de 35% da renda bruta do sojicultor argentino, agora estão impedindo o ingresso dos Defensivos Agrícolas que precisam ser usados numa janela de tempo cada vez mais apertada no campo.

Já existem sinais claros de desabastecimento no campo, principalmente de Glifosato cuja oferta está muito apertada a nível mundial.

Tanto na Argentina quanto no Brasil, há um distanciamento abissal entre os produtores e os "pseudo-técnicos" do Governo. Enquanto os agricultores se desdobram para não deixar de produzir, os burocratas buscam regular uma atividade complexa e extremamente dinâmica que eles literalmente desconhecem. 

Essa situação abominável deverá afetar seriamente a produtividade no vizinho, independente do comportamento climático e de outros fatores de mercado que influenciam na expectativa dos preços futuros.

Possivelmente, os produtores brasileiros se verão novamente beneficiados pela maldição que os colegas vizinhos padecem.

Antes que os bairristas de plantão saiam a comemorar e desejar a continuidade da desgraça alheia, cabe refletir seriamente acerca dos riscos que corremos de que essa ideologia nefasta seja copiada por aqui.

Não sejamos tão descuidados como foram os nossos colegas argentinos e nem alienados a ponto de duvidar que o PT possa seguir pelo mesmo caminho.

A Agricultura Brasileira ganhará bem mais se houver estabilidade política e econômica na America Latina, sobretudo em questões relativas aos Direitos fundamentais de quem produz.

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Fonte:
CustodoAgro

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