Integração Lavoura-Pecuária - Alternativas de recuperação e formação de pastagem

Publicado em 04/02/2015 14:17
Herbert Vilela Engenheiro Agrônomo, Doutor

I - Introdução

A área de pastagem com espécies cultivadas no Brasil está em torno de 115 milhões de hectares, destacando-se nesta categoria o Gênero Brachiaria, enquanto a área com pastagem nativa é de 144 milhões, onde predominam centenas de espécies nativas. Anualmente, semeiam-se cerca de 5,5 milhões de hectares para formação de pastagem, quer na forma de renovação ou de formação propriamente dita (Zimmer & Euclides, 2000).

Estas áreas abrigam numericamente: 195 milhões de bovinos, de 18,7 milhões de ovinos, de 10,6 milhões de caprinos, de 9,6 milhões de eqüinos, de 2,0 milhões de muares, de 1,3 milhões de asininos e de 1,5 milhões de bufalinos (IBGE, 2004). Estes números proporcionam uma taxa de lotação de 0,91 cabeças por hectare.

A produção bovina atual é da ordem de 8 milhões de toneladas por ano de equivalente carcaça, com uma taxa de abate de 20,87% (CNA, 2004).

A omissão de critérios técnicos na utilização de áreas com recursos naturais, com agricultura e com pastagem, vem causando severas mudanças ao meio ambiente, através de vários tipos de ações antrópicas:

Vegetação clímax - uso generalizado do fogo como meio auxiliar no manejo de pastagens e impropriedades no desmatamento mecânico, assim como o uso indiscriminado de herbicidas, causando redução deste tipo de vegetação;
Processo de erosão - falta de controle a erosão nas áreas agricultáveis, super-pastejo e uso de gramíneas inadequadas a áreas com pastagem. Não há obediência aos limites de declividade, para o uso em agricultura e para a formação de pastagens. Falta proteção aos topos das elevações. Todos estes fatores contribuindo para aumentar o processo;
Água fluvial - não há proteção vegetal às nascentes e ao longo dos cursos d’água, resultando em “assoreamento” destes mananciais e conseqüentemente redução da água fluvial.
As ações antrópicas devem e podem ser evitadas para que os acidentes associados à degradação ao meio ambiente e suas conseqüências sócio-econômicas sejam minimizadas ou evitadas. Um recurso que deve ser adotado pelos atores destas ações, seria primariamente, o uso do Sistema Agropastoril (integração lavoura e pecuária), quando se pode usar o plantio direto, que constitui um aliado importante contra estas modificações impostas ao meio ambiente.

II – INTEGRAÇÃO (KLUTHCOUSKI, FERNANDO STONE & AIDAR, 2003)

A integração da Agricultura e Produção Animal representam ainda o principal caminho para a intensificação da produção de alimento. A produção mista dá aos agricultores uma oportunidade de diversificar o risco da produção agrícola ou produção animal individualmente, de usar a força de trabalho de maneira mais eficiente, de ter uma fonte de dinheiro vivo e de valorizar produtos de fraco valor ou excedentários. Em várias medidas, os sistemas de produções mistos permitem o uso dos resíduos de uma atividade (subprodutos das culturas e estrume) como fatores de produção da outra atividade (como alimento para o gado ou fertilizante).

A produção mista é em princípio, benéfica para a qualidade da terra na medida em que mantém a fertilidade do solo. Além disso, o uso de rotações entre as diferentes culturas e forragens recupera os nutrientes, reduz a erosão e controla algumas doenças do solo.(FAO, 2004).

Contudo, a adoção do primeiro plantio direto nos cerrados é impedido geralmente, pela necessidade de se fazer um preparo (“toillet”) da área, como eliminar arbustos, preparo do solo propriamente dito, nivelamento e plantio, por meio de implementos como arados, grades e compactadores.

Pelo ponto de vista de sustentabilidade, os agrossistemas (agropastoril, silviopastoril, silvioagrícola e outros) têm recebido, nos últimos anos, atenção especial, a partir do entendimento agronômico, econômico, ecológico e social.

Os conceitos de formação e de renovação de pastagens devem ser bem caracterizados. Ambos se referem ao estado atual de uso, da área em questão, como pastagem. O conceito de formação de pastagem é aplicado quando não há presença de pastagem cultivada na área. Por outro lado, o conceito de renovação de pastagem é aplicado á diferentes situações e que está em função do grau de degradação da pastagem cultivada. Assim, têm-se pastagens caracterizadas pela menor produção quantitativa e qualitativa de forragem à época de crescimento vegetativo, até situações em que há pequena produtividade da pastagem pela predominância de plantas invasoras e com processos erosivos acelerados.

Entre estas gradações, há situações intermediárias, que podem determinar a intensidade em que ocorrerá a renovação. Pode haver situações em que o estado de degradação da pastagem está caracterizado por apresentar apenas redução na produção de forragem, o que pode ser ajustado pela adubação corretiva do solo. Há, por outro lado, o extremo da degradação, que envolve neste caso, além do preparo de solo, o plantio, a correção da acidez e a adubação corretiva e de formação.

A intensidade da agricultura, à base de forragens, nas distintas Regiões Pastoris do Brasil, é determinada pelo solo e clima, em união com os princípios que regulam a produção e utilização destas. Embora as plantas forrageiras de regiões secas sejam diferentes daquelas de regiões úmidas, os princípios básicos de manejo que norteiam a sua utilização vão ser os mesmos, qualquer que seja a região.

O objetivo deste trabalho é discutir técnicas agronômicas envolvidas com estabelecimento e adubação de pastagens.

Leia o trabalho na íntegra, clique aqui 

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Fonte:
Agronomia.com

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