De olho na tempestade, por Rafael Marin

Publicado em 03/09/2021 17:46
Rafael Marin é Advogado e sócio da Biolchi Empresarial

Entre muitos fatores que ditam a rotina e os investimentos do campo, um dos principais vem dos céus: as dinâmicas climáticas que determinam safras mais prósperas ou quebra de culturas. Se, por um lado, o tempo não tem ajudado como em outros momentos, visto a redução das chuvas em todo o país, o agricultor tem de lidar com uma série de tempestades no horizonte — sem granizo e vendavais, mas com potenciais igualmente severos.
 
As incertezas trazidas pela pandemia colocaram muitas dúvidas no planejamento de médio e longo prazo. Embora o campo não tenha sido tão atingido quanto outros setores, uma série de fatores tem gerado preocupação entre os agricultores: o crescimento da inflação, o aumento dos custos de produção, possíveis elevações nas tarifas de energia e, também, o próprio movimento da Covid-19. Quando a doença parecia estar sendo controlada, a variante Delta surgiu como novo desafio em vários países.
 
Essas múltiplas variáveis tornam mais difícil a predição sobre como estará a economia nos próximos meses — e mesmo se eventuais contratos firmados agora poderão ser cumpridos, como os da compra de máquinas agrícolas. Esse é um tema especialmente sensível para o setor rural, em virtude do formato da tributação: para reduzir a base de cálculo do Imposto de Renda, o produtor é incentivado a investir em equipamentos e insumos. Mas enquanto gera um ciclo virtuoso de desenvolvimento, trazendo mais tecnologia ao campo e movimentando as indústrias, também gera incertezas sobre o que o futuro reserva.
 
A própria indústria desse tipo de maquinário tem sido afetada pela nova realidade da pandemia: com a rápida retomada de vários setores após a paralisação da economia, a demanda repentina levou à falta de matéria-prima, num fluxo que deve se normalizar apenas em 2022. Assim, tomar decisões hoje, que repercutirão em seis meses, é um enorme desafio, pelas muitas variáveis sujeitas a instabilidades, o que impede um cálculo mais preciso para o planejamento dos investimentos.
 
Diante dessas tempestades, o que fazer? A ação mais assertiva é ter cautela. Ter na ponta do lápis todas as informações e analisar com cuidado os passos a seguir. A agropecuária é motor do desenvolvimento do país e garantiu que os impactos da pandemia não fossem tão fortes em nossa economia. Com incentivo, planejamento e gestão eficiente, o campo passará ao largo desse clima instável, continuando a promover prosperidade para nossa nação, sobretudo neste momento de retomada.

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Fonte:
Biolchi Empresarial

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