Tecnologia no campo explica a força por trás da supersafra de soja, por Christian Pflug
A safra brasileira de grãos 2024/25 caminha para um marco histórico. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o país deve colher 339,6 milhões de toneladas, um salto de 42,2 milhões sobre a safra anterior. Entre os destaques, a soja brilha com 169,5 milhões de toneladas estimadas, o maior volume já registrado. Esse avanço não veio por acaso: ele é resultado direto da combinação de boas condições climáticas, gestão profissional no campo e o uso estratégico de ferramentas como biotecnologia, genética avançada e tratamento de sementes.
Nesse cenário, quando combinadas, as tecnologias têm se mostrado ainda mais eficazes. Sistemas compostos por genética de alta performance, biotecnologias e herbicidas apresentam resultados superlativos, especialmente no controle de pragas. É o caso do controle do caruru (Amaranthus hybridus), uma das plantas daninhas mais severas que atingem as lavouras de soja. A daninha pode impactar a produtividade da oleaginosa em até 80%, segundo estudos da Embrapa, pois se trata de uma planta exótica e extremamente agressiva e de difícil controle, já que compete diretamente com as culturas por água, luz e nutrientes, reduzindo drasticamente a produtividade das lavouras. O uso combinado das cultivares com biotecnologias, aliado ao correto manejo de herbicidas para controle de plantas daninhas, impulsiona significativamente a produtividade da soja.
A genética também desempenha um papel decisivo no campo. O desenvolvimento de cultivares adaptadas às principais regiões produtoras, que associam tolerância a herbicidas com proteção contra lagartas, é um dos maiores desafios na cultura da soja. Dispor de soluções que deem conta da questão é fundamental para o sucesso dos produtores. Atualmente, o mercado oferece opções elaboradas a partir de alto volume de investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Como resultado, a inovação genética se tornou verdadeira aliada dos produtores rurais, trazendo elevado desempenho agronômico.
Outro pilar dessa transformação silenciosa no campo é o Tratamento de Sementes (TS). Aplicações direcionadas de defensivos, bioestimulantes e nutrientes ainda na semente asseguram proteção nas fases iniciais da planta, elevando as chances de emergência uniforme e vigorosa. Isso se traduz em lavouras mais resilientes e produtivas desde o primeiro estágio da safra, especialmente em regiões com histórico de estresse climático ou alta pressão de pragas.
Ao olhar para os números, fica evidente que a safra 2024/25 não é apenas um feito climático ou estatístico, mas o resultado direto da adoção de tecnologias modernas, de uma gestão profissional e do tratamento de sementes. Essa tríade fortalece a competitividade do agronegócio brasileiro e aponta para um futuro em que produtividade, sustentabilidade e inovação caminham lado a lado, com o produtor rural no centro dessa transformação.
0 comentário
Plantio de Soja: Precisão hoje para produtividade e lucratividade amanhã
Necessidades qualitativas da agricultura regenerativa, por Afonso Peche
O colapso silencioso do agro – E o novo ciclo de abundância, por Luciana Martins
Brasil e Ásia: a nova fronteira da confiança agrícola global, por Daniel Pinheiro Barbosa
Meio ambiente e cooperativismo, pro Vanir Zanatta
A guerra é outra, por Luciano Vacari