Fala Produtor - Mensagem

  • Silvio Marcos Altrão Nisizaki Coromandel - MG 04/12/2011 23:00

    OLHA O CAFÉ BRASILEIRO, AÍ GENTE!!! -- Aproveite tomar café colombiano agora, pois poderá faltar nos próximos meses -- Aprecie a xícara de café colombiano, meu caro. Aquela que você toma todas as manhas, pois pode ser difícil encontrá-la nos próximos meses. O fenômeno La Niña novamente causa estragos nesse país sul-americano, sendo que 95 pessoas já morreram por causa das chuvas e 300 mil foram afetadas, desde o último mês de setembro, segundo a Cruz Vermelha Internacional. Adicionalmente, as chuvas devem ter um grave efeito sobre a disponibilidade de café. As especulações se tornam ainda mais preocupantes com os dados do Instituto de Hidrologia, Meteorologia e Estudos Ambientais do país, que indicam que a temporada de chuvas sobre o território colombiano deve se manter até março de 2012, ou seja, próximo do início da nova temperada das águas locais. Tal informação cai tal uma bigorna sobre a Colômbia, que já foi fortemente afetada pelas chuvas na safra passada, e viu uma parte significativa de sua produção cafeeira se perder, além de 1,5 milhão de pessoas terem ficado desabrigadas. Caso a previsão se confirme, além dos problemas que afetam os cidadãos, a Colômbia voltará a ter problemas com a produção cafeeira e com o atendimento das demandas por seu café. O objetivo original para a safra atual era de 9 milhões de sacas, número que não deve ser alcançado. "Baseado nas ocorrências, no que está acontecendo esse nível será difícil de ser alcançado", disse Luis Fernando Samper, porta-voz da Federacafe (Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia). "Por causa das mudanças climáticas, a avaliação de produção se tornou mais complicada. Por nosso lado, continuamos a fazer o que planejamos fazer, que é uma renovação do parque cafeeiro", complementou. Samper disse que a renovação visa recuperar lavouras envelhecidos, que foram afetadas por umidade, fungos, por variedades mais consistentes. Nos primeiros dez meses do ano, os cafeicultores renovaram mais de 100 mil hectares, considerado um número alto para um período curto. Mas a expectativa é manter o trabalho dedicado. "Nós queremos finalizar o ano com 120 mil hectares, o que seria um recorde para a Colômbia", complementou. "Estamos andando rápido e há mais árvores produtivas prontas para oferecer café. Mas nós não temos como controlar a imprevisibilidade do clima", asseverou. Apesar de ser a segunda maior produtora de arábica do mundo, a Federação avalia que é possível que a Colômbia permaneça com uma produção de níveis numéricos baixos. Esse fator contribui para que o sinal vermelho seja aceso também nos estoques dos cafés suaves, que são muito usados por cadeias como Dunkin' Donuts e Starbucks. Apesar do fator "chuva" se manter vivo, o reflexo dele nos preços ainda é incerto. Com os preços dos fertilizantes em alta, mas com o dólar enfraquecido, muitos produtores avaliam que o câmbio da moeda norte-americana pode determinar o quanto de café tem potencial a ser remetido ao exterior. Felizmente para os produtores, o dólar se mostrou ligeiramente mais fortalecido nas semanas recentes, dando um novo alento aos exportadores. Apesar de ter mais pés de café e variedades mais produtivas, as lavouras colombianas necessitam de alguma exposição ao sol e de alguns períodos mais secos para se ter um florescimento adequado e para que os grãos obtidos sejam de maior qualidade. Como resultado do cenário úmido recente, tem sido o surgimento de fundos que atinge as filhas, por exemplo. As árvores afetadas com esse mal demoram para recuperar e a situação pode ser a renovação. Ainda assim, o tempo é que deverá dizer a produção do país. "Tudo que temos feito é gratificante. Os cafeicultores fazem tudo certo e apenas o que não pode ser controlado é o clima", finalizou Samper. Mesmo diante das dificuldades climáticas, a Colômbia trabalha para, no longo prazo, obter uma safra de 17 milhões de sacas em 2014. David Noto é um jornalista freelance para a Fox News Latino na Colômbia

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