Fala Produtor - Mensagem

  • amarildo josé sartóri vargem alta - ES 03/11/2013 23:00

    Este é um relatório assustador para o produtor de café.... Mas neste contexto, gostaria de acrescentar alguns fatos verdadeiramente comprovados para os produtores que estão diretamente em contato com a realidade dos nossos cafezais: Quem, em sã consciência, vai investir em uma cultura que está deixando-o totalmente descapitalizado, endividado, desmotivado e completamente sem perspectivas? Alguns, mais sonhadores, ainda irão tentar manter os pés de cafés vivos, mas isso reduzirá drasticamente a produtividade, e com os custos de manutenção, colheita e pós-colheita comprometerá cada vez mais sua condição financeira...

    Para o próximo ano, muitos produtores estão erradicando lavouras e em grande parte de suas propriedades introduzindo outras culturas. Muitos estão tentando manter as lavouras, no entanto, estão decepando ou promovendo ações que só terão resultados em novas produções de café no mínimo daqui a três ou quatro anos. Vale também ressaltar que essas tentativas também tem custos altos e não sabemos se é interessantes para os produtores.

    Se realmente existem, como mencionado neste artigo do Rodrigo Correa da Costa, estoques de café na mão de alguém (pois na dos produtores essa retenção é mínima), dentro desses próximos dois anos desaparecerão e com a consequente redução de produção, adeus estoques e certamente não mais produziremos nos patamares atuais.

    Isso significa que, para um pais como o Brasil, onde o mercado interno consome vinte e dois milhões de sacas e exporta trinta e dois, seria uma catástrofe para o PIB brasileiro e a farra dos países concorrentes. Nosso custo é alto sim, pois arcamos com o ônus da maior responsabilidade social, trabalhista e ambiental já visto neste planeta, algo tanto cobrado pelos países do primeiro mundo que agora com a crise mundial deixaram de ser relevantes e estão consumindo cafés inferiores produzidos em países que muitas vezes, não observam as mesmas condições humanas de sustentabilidade social, incentivando assim o trabalho mal remunerado e degradante de seu povo. Essas condicionantes, agora no momento da aquisição dos produtos não são mais observadas ou exigidas. O que importa é o preço, desmascarando a utopia e o fascismo daqueles que só sabem exigir dos outros aquilo que são incapazes de fazer.

    Produtores brasileiros, guerreiros da agricultura, que enfrentam todas as adversidades, cada vez mais me orgulho de pertencer a esta classe honrada e honesta, que alimenta bilhões de pessoas por este mundo de Deus. Reflitam com carinho qual caminho queremos seguir.

    Um grande abraço a todos...

    Comentário referente a notícia: [b]MERCADO DE CAFÉ: Considerações sobre estatísticas divergentes[/b]

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