Fala Produtor - Mensagem

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC 28/03/2015 06:29

    Desde sempre, ao misturar política com economia, Gustavo Franco se perde em contradições. Gustavo Franco é um burocrata exemplar... Leiam esse trecho da entrevista: " Há uma certa mitologia de que certas conquistas econômicas e sociais brasileiras ocorreram por causa do PT e agora que ele está indo embora, ou quando for embora, é preciso pensar em preservar esse legado. Porém, o legado não é do PT, assim como o próprio anterior da estabilização, não era do PSDB. São do país. E elas são cumulativas, os governos vão fazendo coisas certas e erradas e as experiências vão se acumulando. Perdemos um tempo precioso, onde poderíamos ter feito muita coisa e gastamos o bônus demográfico, os termos de troca favoráveis. Gastamos em consumo, em inflação, não restabelecemos um modelo sustentável de crescimento, não elevamos o patamar de inovação. Foi um período de zero reforma e todos os estoques acumulados foram exauridos. Agora, é preciso começar de novo. A própria ilusão vendida com o pré-sal, como a redenção do Brasil, é o paraíso para o Governante preguiçoso, achar petróleo, como a gente vê na Venezuela. Por isso se diz que é uma maldição encontrar petróleo. Desde que o pré-sal apareceu houve uma embriaguez ilusória de prosperidade, que acabou destruindo a nossa energia de fazer reforma e melhorar o desempenho da economia. Durante esse tempo todo, se enfraqueceu a lógica da meritocracia e competição, da produtividade".

    Ele é preciso no diagnóstico, embora muito mais coisas são possíveis de serem ditas.

    O problema começa quando começa a entrada no terreno político. A defesa do ajuste fiscal de Joaquim Levy, da maneira como vem sendo tentado, tem como efeitos justamente o que Gustavo Franco diz no trecho que vai acima.

    Como FHC, PSDB, PT, PP, etc... ele quer acima de tudo preservar o poder do estado sobre a economia. Gustavo Franco é um estatista ortodoxo que acredita que as condições ao funcionamento do setor privado não devem ultrapassar a possibilidade de pagar pela manutenção das políticas públicas implantadas pelo estado, numa clara posição de subordinação aos interesses políticos dos economicamente poderosos.

    O ajuste de Joaquim Levy penaliza o setor privado, o livre mercado, ao mesmo tempo que preserva o setor público que é a causa de quase todos os males do Brasil.

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    • Liones Severo Porto Alegre - RS

      Sr Rodrigo, parabéns pelo brilhante comentário realista e conclusivo. abraços

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    • Guilherme Frederico Lamb Assis - SP

      é o velho mau endêmico do Brasil, o estatismo, centralizador e com amplos poderes.

      Na verdade quando dizem a "maldição do Petróleo sobre um país" é algo muito equivocado, o problema não é o petróleo em sí, o problema é o estado controlando o petróleo.

      O petróleo só causa mazelas do gênero em países socialistas/comunistas, onde o povo é escravo do governo central, servindo unicamente como massa de manobra, burra e cega, sujeita ao ufanismo nacionalista do donos do poder com seus discursos "o petróleo é nosso".

      E o povo idiota engole esse discurso bovinamente, mesmo sem nunca ter tido acesso a sua parte do "petróleo". O que é de todo mundo não é de ninguém, só vai server a criminosos inescrupulosos com vocação tirânica.

      O mau é o estado, não o petróleo... Esse entregue ao setor privado (de verdade mesmo, não essa mentira das concessões estatais), ao livre mercado é somente mais um setor a impulsionar a economia, mais um engrenagem do sistema.

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