Fala Produtor - Mensagem

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC 29/09/2016 11:58

    Não é de hoje que a má política (isto é, a arte de conquistar o poder e de conservá-lo, com todo o seu cortejo de oportunismo, misérias, infâmias, indecências, processos escusos, etc), tem sido um dos maiores males na luta pela emancipação humana. [...] Todos os partidos políticos terminam fatalmente, mais dia menos dia, em se preocuparem mais com os meios do que com os fins. [...] Nunca, pela política, se consegue atingir os fins desejados e, quando se consegue alguma coisa, é sempre apesar da política.

    Dizem, hoje, os políticos, que combater a política é fazer obra fascista. Mas esquecem que quem desmoraliza a ação política não é a campanha anti-política, mas sim a ação dos políticos! O espetáculo dos parlamentos, a falta de dignidade dos chamados indevidamente "representantes do povo", sua subserviência a interesses inconfessáveis, sua ação mentirosa, seu prometer desmedido, sua traição constante aos princípios, tudo isso, em suma, é que desmoraliza a política. São os políticos que fazem obra fascista, porque a política só serve para desmoralizar a si mesma, pela simples razão que leva dentro de si o próprio veneno que a mata, porque encerra em sua essência o vírus do domínio, da vitória fácil, da mentira, da intriga. [...]A luta contra a política é uma luta de moralização social. A transformação social é obra de todos, a todos compete, e todos precisam empregar os maiores esforços para conseguir realizá-la. A política tende para o menor número, para um grupo de privilegiados. E o mesmo fenômeno que se dá com a organização burocrática, em que o burocrata cada vez mais se burocratiza, o político cada vez mais se politiquiza. Mário Ferreira dos Santos no livro "O problema Social".

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Rodrigo, o texto deixa claro que ... Corrupção não é o que a maioria pensa que é, mas ... A depravação dos valores morais da sociedade. Só para reforçar, seque um trecho de autoria do ex-ministro do STF Carlos Ayres Brito: ... Nessa pegada constitucional, o vocábulo "candidato" significa, tecnicamente, cândido. Puro ou limpo, eticamente. Da mesma forma que o termo "candidatura" traduz a ideia de candura ou pureza ou limpeza ética. Nada compatível com pessoas de avultado passivo processual-penal, ou em face da chamada "lei de improbidade administrativa". Daí por que a Constituição também fala de "vida pregressa" de tais candidatos. Dando-se que vida pregressa não é vida futura. É vida passada. Propósito de qualificar a representação política do povo, que responde, ainda na Constituição, pelo chega pra lá no poder econômico em tema de financiamento de campanhas eleitorais.

      Paro por aqui no que toca ao sentido técnico de vocábulos e fraseados da Constituição. Termos e expressões que, se interpretados com rigor científico, "enquadrariam" os fatos constitutivos das principais mazelas políticas e até institucionais do cotidiano brasileiro. Limito-me, para encerrar estas reflexões, a falar do sistema presidencial do País. Presidencialismo destas bandas de cá, antecipei, somente imperial no plano dos fatos. Não no plano normativo-constitucional. É que, para cada tipologia de competência presidencial, a Constituição cerca o respectivo exercício de eficazes antídotos. Assim na chefia de Estado como de governo e até da administração pública. Vou às indicações normativas, a título exemplificativo".

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