MP do Código Florestal: Entenda a proposta que pode destravar a votação

Publicado em 16/09/2012 22:25 e atualizado em 17/09/2012 12:25
por Ciro Siqueira, do blog www.codigoflorestal.com

Saiu o acordo para votação da MP do Código Florestal. Será que o Governo me ouviu?

Caros, o colunista da Revista Época, Felipe Patury, acaba de informar que os líderes partidários e os presidentes do Senado e da Câmara acertaram um novo esforço concentrado para a próxima semana. Desta vez, será das duas casas do Congresso com o objetivo de viabilizar o funcionamento de comissões mistas encarregadas de analisar seis Medidas Provisórias.

Sarney já havia avisado que só convocaria os Senadores se a Câmara votasse a MP do Código Florestal. Já o presidente da Câmara, Marco Maia, disse que o Governo precisaria propor alguma coisa para que a votação pudesse ser viabilizada. Se Sarney resolveu convocar os Senadores é porque deve ter havido um acordo para a votação da MP. Se houve acordo para votar a MP, deve ter havido uma proposta do Governo.

Será que o governo ouviu minha sugestão no post: Eu tenho a solução para o impasse do Código Florestal??

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Em tempo, será muito difícil trazer os Senadores aqui na próxima semana para votar o Código Florestal. Fique atento. Talvez seja necessário fazer uma pressãozinha para que o Senador do seu estado compareça. Mais informações a qualquer momento.

Entenda a proposta que pode destravar a votação da MP do Código Florestal e o risco que a Agricultura brasileira está correndo

Caros, semana passada fiz aqui um brincadeira sobre uma proposta que poderia destravar a votação da MP do Código Florestal. Sugeri o restabelecimento da "escadinha", mas baixando um dos degraus, algo que os ambientalistas do governo não querem em absoluto. Izabella e seus técnicos querem que pequenos produtores recuperam o máximo possível de APPs, querem chupar-lhes o sangue ao máximo, mas sem matá-los.

Obviamente o que fiz foi uma piada. Em uma entrevista concedida ao jornalista da Globo, Gerson Camarrotti, a ministra Izabella Teixeira deu pista do acordo que está sendo negociado no Legislativo e que pode destravar a votação da MP do Código Florestal. O problema é o seguinte.

A maior das batalhas ao longo da reforma do Código Florestal sempre esteve em volta da metragem de APP já antropizadas que deveria ser recuperada pelos produtores rurais. Essa recuperação onera os sistemas de produção agrícola porque os produtores precisam usar seu próprio dinheiro para destruir parte dos seus cultivos e plantar mato no lugar não podendo auferir receita do plantio. É como enterrar dinheiro para produzir um ambiente melhor para o mundo, mas sem receber nada em troca, exceto, é claro, um punhado de acusações de "ruralistas", "desmatadores", "escravocratas", e outras idiotias.

No primeiro texto, o Relatório Rebelo, esse assunto foi resolvido com a emenda 164. O então deputado, hoje Ministro Aldo Rebelo, não conseguiu encontrar um acordo que permitisse a recuperação de APPs, porque os ecóltras do MMA não davam solução para os pequenos produtores incapazes de incorrer no ônus da recuperação sem desaparecer do mapa. O ambientalismo radical nunca se importou com os desígnios dos imóveis inviabilizados pelas restrições ambientais. Eles acham que o meio ambiente deve ser preservado a qualquer preço, assim como Hitler achava que deveria preservar a raça ariana, são apenas mais pudicas do que o austríaco. Sem acordo, a solução encontrada na Câmara foi a Emenda 164. A emenda consolidava todas as APPs hoje ocupadas com algum tipo de uso agrícola.

No Senado, o texto caiu nas mãos dos técnicos do MMA que acabaram com a consolidação total e retomaram a imposição de recuperação a todos os produtores, mas, novamente, cagando mole para aqueles pequenos produtores que não poderiam arcar com aquela imposição.

Como foi modificado no Senado, o texto teve que ser reenviado à Câmara. Lá o texto do Senado foi alterado no sentido de proteger os pequenos produtores e enviado ao Excecutivo. A presidente Dilma decidiu vetar o artigo. Porém, alertada para a irresponsabilidade dos ambientalistas do governo em relação à incapacidade dos pequenos produtores em arcarem com o ônus da recuperação das APPs, determinou a tal "escadinha". A escadinha faria com que pequenos produtores recuperassem menos e grandes produtores recuperassem mais, mas todos recuperassem alguma coisa.

A Medida Provisória enviada pelo Governo estabelecia a seguinte "escadinha":

Escadinha01.jpg
O que o Governo quer => A "escadinha" da Medida Provisória 571
Produtores com até um módulo fiscal deveriam recuperar 5 metros em cada lado de qualquer curso d'água de até 10 metros de largura que haja em sua propriedade e assim sucessivamente de acordo com a escada da imagem acima. Me permitam aqui fazer uma digressão: O módulo fiscal é tamanho mínimo de imóvel rural necessário à sobrevivência de uma família. É por isso que o módulo varia de região para região, porque uma família na Amazônia necessidade de mais terra para SOBREviver do que uma família no Paraná. Ao determinar que imóveis de até um módulo recuperem APP o governo está, na verdade, retirando a possibilidade que uma família SOBREviva em sua terra. Embora seja perfeitamente possível produzir e preservar, nossa legislação ambiental nos aprisiona no antagonismo e isso não foi alterado na reforma. Fim da digressão.

Ao chegar na Comissão Mista o texto da Medida Provisória do Governo, que estabelecia a escadinha da primeira imagem, foi alterado. Passou a estabelecer a escadinha da próxima imagem.

Escadinha02.jpg
O que o Legislativo aprovou até agora => A "escadinha" da Comissão Mista

O limite máximo de recuperação de 15 metros, que na MP era para imóveis de 2 a 4 módulos foi estendido até imóveis de 15 módulos eliminando um degrau na escadinha da Izabella. O Governo se recusa a aceitar a alteração e quer que a escadinha da primeira imagem seja restabelecida. Foi esse o impasse que impediu que o texto fosse votado a duas semanas.

Agora, para destravar o impasse, alguns Senadores ligados ao Governo fizeram a seguinte proposta:

Escadinha03.jpg
A proposta que pode destravar o impasse.

É a escadinha acima que deve ser votada essa semana. Ela restabelece a escadinha da MP que fora eliminado na Comissão mista, determinando mesma metragem de recuperação de APPs, mas estendendo o limite de 4 a 10 do texto original, para 4 a 14 módulos.

Não é uma proposta ruim. O texto do novo Código Florestal ainda é um texto tão ruim para o setor rural, que essa mudança não o piora significativamente. Ou seja, é aceitável.

O problema é a postura do Governo. Embora a proposta dos senadores tenha o condão de destravar as negociações o Governo vem dando toda a pinta do mundo de que vetará alguns artigos do projeto de lei de conversão da MP assim que o Legislativo conclua a votação. A Ministra Izabella disse na entrevista ao Camarotti que a proposta é uma proposta dos Senadores, não do Governo; e que a posição do Governo ainda é o texto da MP. O mesmo discurso têm os Ministros Pepe Vargas, do Desenvolvimento Agrário, Ideli Salvatti, das Trombadas Institucionais e os líderes do Governo na Câmara e no Senado. Quais seriam as consequências dos vetos?

Continue lendo e entenda:

Existem duas possibilidades. A primeira é os ambientalistas da Izabella induzirem a presidente a vetar o último degrau da "escadinha" que ficaria como na imagem a seguir: 

Escadinha04.jpg
Governo pode vetar a remissão aos Estados

Isso eliminaria a remissão aos Estados da definição das metragens de recuperação em APPs. Os ambientalistas detestam isso porque acham que os estados serão mais permissivos do que os MMA que é dominado por ONGs. Os Estados, por seu turno, não querem nem ouvir falar em ficarem com essa responsabilidade, porque não têm pernas para assumi-la. Esse é um veto certo.

A consequência dele é que imóveis maiores de 15 módulos ficarão sem regra para consolidação área agrícolas de APPs e terão que recuperar tudo. Exatamente como dantes no quartel de ambrantes do velho Código Florestal. Exatamente como a beócio da Ideli diz nesse vídeo ridículo aí do lado. Agora, isso não é o pior.

O pior é:

O pior é o Governo vetar os dois últimos degraus da escadinha conforme a imagem a seguir. 

Escadinha05.jpg
Governo pode restringir a consolidação de áreas agrícolas em APPs a imovéis pequenos.

Nesse caso, só propriedades de até 4 módulos teriam alguma consolidação de áreas agrícolas em APPs. Todos as demais teriam que "recuperar tudo", como diz a Ideli. Seria uma grande vitória dos ecotalibãs. Se eu fosse Marina Silva, ou qualquer ongueiro que tivesse alguma influência junto à Ministra Izabella Teixeira estaria fazendo lobby para esse último cenário. A essa turma juntar-se-ão também os esquerdopatas mais atrasados, aquela turma que combate o "latifúndio", o capital e "todo esse sistema que está aí".

Por outro lado, deixar a MP cair ainda é um cenário pior ao setor rural. Acho que devemos aprovar a MP com o texto do acordo proposto pelos Senadores e manejar o risco de veto aos dois degraus da escadinha resultando junto ao Governo.

Para isso será necessário atuar direto junto à Presidente Dilma. Depois de aprovado o texto, quem tem acesso à presidente e tem responsabilidade com a Agricultura e com o Brasil, devem procurá-la e mostrar as consequências do veto. Eu só conheço duas pessoas com esse perfil: A Senadora Katia Abreu e o Ministro Aldo Rebelo.

Se Dilma decidir sobre os vetos ouvindo apenas as Ministras Izabella Teixeira e a brucutu da Ideli o veto aos dois últimos degraus da escadinha será quase certo.

Que Deus esteja do lado da nossa agricultura.

Uma boa semana a todos.


Hackday do Código Florestal: Como fabricar mentirar em massa

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Caros, o zambientalista tão tudo reunido hoje em São Paulo. Resolveram fazer um HackaDay. Segundo o briefing do tal encontro um HackaDay é "um encontro mão na massa entre todos os interessados no codigo florestal pra encontrar soluçoes e fabricar produtos relacioandos. Geralmente esse tipo de aççao tem desenvolvedores, designers, ativistas, especialistas, jornalistas, artistas e todo e qualquer cidadão interessado."

Entenderam? Tem todos os interessados, menos os produtores rurais. O bando se reunirá hoje, sábado, e amanhã, domingo, para sofismar, esmerilhar dados viesados e mentira arraigadas, colocar tudo isso em bonitos textos, desinfográficos, tabelas coloridas, sites de internet e reportagens de jornal em meio a um tapinha ou outro.

O encontro também reunirá hackers, portanto, se acontecer alguma coisa estranha com este blog durante o períodos deve ser alguns dos desocupados do LiarDay (dia da mentira) fazendo uma graça.

Achei um link para um grupo de discussão da turma que organizou o evento. A troca de emails envolve gente graúda como Mario Mantovani, da ONG SOS Mata Atlântica, Raul do Vale, do ISA, Marcio Astini, do Greenpeace, funcionários do Ibama e mais um bando de garotos teleguiados. Um desses jovens teleguiados chama o encontro de "fucking DATE" (veja você mesmo).

Veja aqui a troca de emails dos ecotalibãs. Mario Mantovani chega a usar o termo "pau no *". Os emails são o "Código Florestal Gate". Leiam rápido antes que eles tirem do ar. Em tempo, mesmo que eles tirem do ar, já dei um print screen do "pau no *" do Mantovani. Publicarei aqui em breve.

Nesse momento o Agro brasileiro está preparando a safra 12/13. Em muitas regiões é época de preparar o solo, conseguir insumos e azeitar as máquinas para a próxima safra. Quem não tem uma parque de máquinas adequado para o tamanho do plantio deve estar trabalhando mais de 10 horas por dia, todos os dias da semana, incluindo sábados, domingos e feriados. Em algum lugar pais e filhos devem estar se revesando em turnos de 6 horas em máquinas que trabalham 24 horas por dia. Enquanto isso um bando de ecotalibãs vagabundos, remelentos filhinhos de papai, urbanóides, estão reunidos em São Paulo em sua jihad contra o Agro brasileiro.

Assim caminha a humanidade.

Não se preocupem jihadistas remelentos este blog está aqui para derrubar suas mentiras uma a uma. Mintam a vontade, ecotalibãs. Eu derrubarei sua máscara.


Ministro Aldo Rebelo fala sobre o Código Florestal nas páginas amarelas da Revista Veja

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Tenho orgulho do meu Trabalho
no Código Florestal.
Caros, na Revista Veja dessa semana, além da bomba do Marcos Valério envolvendo o Lula no mensalão, há uma entrevista com o Ministro Aldo Rebelo. Depois que assumiu o Ministério Rebelo tem evitado se envolver na polêmico do Código Floresta, mas acompanha de perto os acontecimentos e, mais importante de tudo, é um interlocutor da Presidente Dilma. Aldo respondeu a uma pergunta da Revista sobre o Código Florestal. Vejam a íntegra da resposta:

"Tenho muito orgulho do meu trabalho no Código Florestal. Tudo o que fiz foi pelo interesse do país. Seu eu, como deputado e como brasileiro, não defendesse os interesses da pequena, da média e da grande agricultura do meu país, não me sentiria bem. Produzir alimentos é um dever essencial para o interesse público, principalmente dos pobres, que precisam de comida em grande quantidade, acessível e a baixo custo. O Brasil também precisa do campo para equilibrar as contas externas, que têm se mantido no azul graças ao dinamismo da agricultura. O que eu fiz é o que todos os países fizeram. A antiga União Soviética defendeu sua agricultura, a França defende sua agricultura, os Estados Unidos defendem sua agricultura e eu defendi a nossa agricultura. Temos de equilibrar a preservação do meio ambiente com a produção agrícola. Foi o que procurei fazer. Nem todos compreenderam. Há gente que só enxerga um lado da questão."

Em tempo, eu não posso falar por muita gente, mas falando apenas por mim, posso dizer com segurança que eu tenho orgulho de brasileiros como o Ministro Aldo Rebelo. Não compartilho das mesma visão de mundo que ele. Ele é um comunista e eu não. Nas vezes em que tivemos oportunidade de conversar mais tecnicamente sobre o Código Florestal discordamos frontalmente sobre o papel da Reserva Legal na lei. Mas é inegável o espírito de responsabilidade pública, é inegável o amor e o afinco ao Brasil e ao povo brasileiro que norteiam as atitudes de Aldo Rebelo. Quando Aldo saiu do eixo Rio-São Paulo e dos escritório refrigerados de Brasília e afundou no Brasil real para entender a legislação ambiental e viu os absurdos que os ambientalistas que possuíram o Ministério do Meio Ambiente, os funcionários radicais do Ibama, os meninos de apartamento do Ministério Público, vinham fazendo com os brasileiros do campo em nome da preservação ambiental, Aldo sentiu a indignação que eu sinto. A mesma que motiva meus atos e que alimenta este blog. Sem mencionar outras afinidades menores como o fato de sermos dois sertanejos, de termos vivido na roça durante a infância, para além dessas miudezas que aproximam, o homem é um brasileiro que me deixa orgulhoso. Coisa rara nesses tempos bicudos.

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Fonte:
blog codigoflorestal.com

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1 comentário

  • salvador reis neto Santa Tereza do Oeste - PR

    codigo florestal ou vota ou abandona, como dizen aqui no imterior ou vai ou racha o botao da carça.

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