Goiás, Minas e Distrito Federal podem ter vazio sanitário do feijão
As perdas econômicas causadas pela mosca-branca em Goiás para os produtores de soja, por exemplo, podem chegar a R$ 1,3 bilhões a cada safra, segundo dados da Embrapa Arroz e Feijão. Só na região de Cristalina, produtores de feijão reclamam prejuízos de R$ 202 milhões por ano ocasionados pela praga. Em uma lavoura infestada pelo inseto infectado, as perdas podem chegar a 69% da área atacada.
Produtores rurais, pesquisadores da Embrapa, representantes da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação de Goiás e outras entidades ligadas ao setor se reuniram nesta quinta-feira (9), na sede da Faeg, para debater o tema e tentar encontrar alternativas para limar a praga no Estado. Segundo o presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, é preciso ampliar o debate para definir a melhor data do vazio para cada região sem prejudicar nenhum produtor.
Os ataques da mosca-branca causam muitos prejuízos às plantas cultivadas no decorrer de seu desenvolvimento, ocasionando em curto prazo redução acentuada da produtividade e em longo prazo comprometendo de formação da planta. Os danos podem ser, caracterizados pelo amarelecimento de folhas, ramos e frutos, causado pela injeção de virus durante o processo de alimentação do inseto.
A pesquisadora da Embrapa Arroz e Feijão, Eliane Quintela, destacou que um dos grandes problemas para o controle da mosca-branca no sistema produtivo é a pós-colheita de cultivos como da soja, do feijão e do tomate. Isso ocorre porque os produtores não se desfazem dos restos culturais de forma correta, o que proporciona a perpetuação e consequente multiplicação dos insetos, que migram para outras lavouras.
A Embrapa sugere um vazio sanitário do dia 15 de setembro a 20 de outubro. Mas datas alternativas para diferentes regiões do Estado foram discutidas com a Agrodefesa para o encaminhamento de uma proposta de minuta para homologação da instrução normativa que regulamentaria o vazio sanitário. Além do vazio sanitário do feijão a Embrapa sugere outras ações para o combate à praga como: monitoramento do vírus, controle cultural, químico e biológico, manejo integrado de pragas, instalação de uma unidade piloto para monitoramento e capacitação de pessoal para fornecer assistência técnica para produtores rurais. Outras reuniões serão realizadas para tratar do assunto.
João Alves da Fonseca Paracatu - MG
É impressionante a criação de factóides quando se trata de um assunto como este , como brilhantemente discorreu o sr. José Roberto de Menezes,sobre esta ideia de um vazio sanitário para o feijão por uns 40 dias , ora , isso não resolve nada ,a mosca branca tem dezenas de plantas hospedeiras,que seguirão sendo atacadas e mantendo moscas contaminadas pelo vírus, quem fiscalizaria que não tem plantas contaminadas até mesmo entre plantas guaxas no meio de outras culturas estabelecidas ,deixem a seleção natural e econômica se encarregar disso ,paralelamente a pesquisa vai encontrar uma solução, aliás está nas mãos da EMBRAPA um feijão transgênico resistente ao mosaico dourado,tudo mais é papo furado...penso que os agricultores irrigantes desta região ,principalmente os do vão deveriam discutir inclusive o fim do vazio sanitário da soja,que só os prejudica ...sds...
José Roberto de Menezes Londrina - PR
Os agrossistemas do centro-oeste brasileiros possuem 365 deis de condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento de plantas. Portanto, o vazio sanitário deve ser utilizado em situações extremas e apenas como medida emergencial suprir a falta de tecnologias de controle. No Brasil, o vazio sanitário é um atestado de incompetência tecnológica.
Somos um país continental com grande diversidade climática, o vazio sanitário pode ser utilizado como reserva de mercado com sérias consequências para a agricultura brasileira. Como exemplo pode citar o vazio sanitário da ferrugem da soja. Um privilégio para o Mato Grosso, com enormes prejuízos para os demais estados produtores. O vazio sanitário da soja, somado aos privilégios do PEP, para os grandes produtores de milho do Mato Grosso está inviabilizando milhares de pequenos agricultores. Não há como defender uma tecnologia que proíbe os agricultores de Goiás, Minas Gerais e Bahia de plantarem a soja irrigada de setembro, com potencial produtivo por hectare, superior a 80 sacas, em função da soja de janeiro que produz menos de 30. O Brasil possui mais água para irrigação que terras para agricultura. Cabe lembrar que o grande passivo ambiental brasileiro é o aumento da salinização do Oceano Atlantico causado pelo desperdicio anual de 5 trilhões de m³ de água de rio com milhares de toneladas de sais.