Soja tem limite de baixa com falta de demanda no físico dos EUA
Na sessão desta quarta-feira (24), a soja fechou os negócios do lado negativo da tabela, com o vencimento agosto/13 em limite de baixa - de 70 pontos - e já sem o patamar dos US$ 14 por bushel. O setembro perdeu 22,25 pontos e os demais contratos recuaram pouco mais de 3 pontos.
O principal fator de pressão para os vencimentos de curto prazo foram, principalmente, os negócios mais lentos no mercado físico norte-americano. Em poucos dias, como explicam os analistas, o contrato agosto entrará no chamado período de entrega, se tornando a principal referência para o mercado físico dos EUA e por isso é o vencimento mais pressionado em Chicago.
Assim, o mercado aproveitou o momento para uma intensa realização de lucros depois das fortes e consecutivas altas registradas pelas cotações nos últimos dias. "Avaliando o mercado físico nos Estados Unidos, o que aconteceu nos últimos dois dias foi que as oferta de compra por parte dos processadores, dos consumidores, vêm caindo.(...) Como o mercado deu uma acalmada, isso afetou diretamente o primeiro contrato, que subiu muito na última semana e nos últimos dias", disse o analista de mercado Glauco Monte, da FCStone.
Esse movimento acabou pressionando até mesmo os prêmios norte-americanos que, em determinados momentos, chegou até mesmo a chegar a US$ 3,00 acima do valor de Chicago. No entanto, esses preços caíram frente a um intenso movimento de vendas nos EUA do volume ainda restante da safra velha.
“Porém os prêmios começaram a cair dada a aceleração nas vendas. As indústrias estão reduzindo o volume das compras em um período que entra em manutenção", explicou Camilo Motter, economista da Granoeste Corretora de Cereais.
Para o analista de mercado Carlos Cogo, porém, esse pode ser um movimento pontual, já que as esmagadoras nos Estados Unidos teriam pela frente ainda no mínimo mais cerca de 40 dias antes da entrada efetiva da safra nova. Assim, necessitariam dar continuidade às suas compras e atender a demanda, cumprindo seus contratos.
Paralelamente à essa situação do curto prazo com os fundamentos e o movimento no mercado interno americano, há ainda um cenário climático favorável ao desenvolvimento da nova safra dos EUA e isso pesa sobre as cotações mais distantes, inclusive nos mercados do milho e do trigo.
Boas chuvas foram registradas nos últimos dias e novos mapas climáticos indicam que as condições boas continuarão nos próximos dias, com precipitações leves e temperaturas mais amenas.
“O mercado caminha para cair mais, desde que o clima continue de forma adequada. Os estoques globais estão se recompondo ao redor do mundo, depois de um período ruim. Caso a safra dos EUA seja cheia teremos uma boa consistência nos estoques, por isso, os preços futuros indicam quedas. Os meses futuros, se pegarmos novembro, mês base para comercialização da safra, é negociado a US$ 12,60/bushel, enquanto que agosto é negociado a US$ 14,10, um deságio de US$ 1,50”, diz Motter.
Nesta quarta, o milho fechou o dia com queda de 14,25 pontos para o primeiro vencimento - setembro/13 - o qual fechou cotado a US$ 5,08 por bushel. Os demais vencimentos recuaram pouco mais de 5 pontos. No trigo, as baixas foram menos significativas e ficaram entre 0,50 e 3,25 pontos.
Veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento desta quarta-feira:
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