Soja: forte demanda deverá sustentar preços em Chicago

Publicado em 14/11/2013 17:00 e atualizado em 15/11/2013 06:07

O mercado internacional de grãos operou de lado durante todo o dia nesta quinta-feira (14) e fechou o dia com movimentações pouco expressivas para soja, milho e trigo. Os traders aguardam por novidades para um melhor posicionamento, dando uma direção melhor definida para os negócios na Bolsa de Chicago. Assim, os futuros da oleaginosa fecharam com leve baixa. 

Segundo explicou Étore Baroni, analista de mercado da FCStone, o mercado segue lento à espera de notícias, principalmente dos números das exportações semanais norte-americanas que serão divulgadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta sexta-feira (15). "O mercado espera números altos, já que as exportações estão bastante aceleradas, confirmando a demanda que está bastante aquecida. Então, o mercado está esperando por notícias", diz. 

O analista explicou ainda que essa correção técnica pela qual passa o mercado se deu com a forte alta registrada pelas cotações nos últimos dias, a qual foi impulsionada pelos números do USDA indicando estoques finais de soja menores do que vinham sendo esperados pelo mercado. "Esses estoques menores e as exportações muito fortes estão dando sustentação ao mercado. A demanda é firme e vai continuar assim", afirma Baroni. 

O presidente da Bolsa de Commodities da Dalian, Liu Xingqiang, informou, nesta quinta-feira (14), que a China deverá importar 66 milhões de toneladas de soja este ano. O executivo explicou que o país, que é o maior consumidor mundial da oleaginosa, está realizando compras maiores para poder atender ao maior e crescente consumo interno. 

Mesmo se tratando de um volume recorde, a projeção da bolsa fica abaixo das 69 milhões de toneladas estimadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu último relatório mensal de oferta e demanda, divulgado na última sexta-feira (8). Na temporada 2012/13, ainda de acordo com números do departamento, as compras somaram 60 milhões de toneladas. 

O consultor de mercado Liones Severo, do SIMConsult, concorda com a projeção do USDA de que as importações chinesas serão maiores do que o número colocado pela Bolsa de Dalian. Severo acredita que, de um total de 69 milhões de toneladas, 27 milhões serão dos Estados Unidos, 8 milhões da Argentina e 34 milhões do Brasil. 

Dessa forma, a expectativa dos analistas é de que o mercado volte, o quanto antes, seus olhos, novamente, para os fundamentos positivos que indicam uma estreita relação entre a oferta e a demanda. 

América do Sul - Paralelamente, o mercado internacional de soja observa também o desenvolvimento das lavouras na América do Sul, principalmente Brasil, Argentina e Paraguai, os três principais produtores do continente. 

Ainda de acordo com o analista da FCStone, até o momento o início da nova temporada sulamericana de produção de soja é positivo. Na Argentina, chuvas já começam a chegar, há algumas precipitações previstas para este final de semana, e essas condições devem permitir que os produtores adotem um ritmo mais acelerado para o plantio. 

Porém, segundo as informações do Acompanhamento de Safras do Notícias Agrícolas, no Brasil falta chuva em importantes estados de produção, como Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, oeste da Bahia e Rio Grande do Sul, onde o plantio já está atrasado na região de Santo Ângelo. 

Ainda para o Brasil, as precipitações esperadas para este final de semana não devem aliviar o problema, entretanto, as chuvas que começam a chegar na próxima quarta-feira (20) poderão ser melhores. 

Veja como ficaram as cotações no fechamento desta quinta-feira (14):

>> SOJA

>> MILHO

>> TRIGO

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    A previsão de importação pela China de um volume de soja de 69 mi de ton vem desde o ano comercial (EUA) anterior a esse que começou em setembro. Embora não tenha saido ainda nenhum dado oficial sobre a importação de soja feita pelo paìs asiàtico, hà previsões de 59 mi de ton atè o encerramento do ano comercial passado. Parece que a realidade insiste em contrariar as expectativas dos planejadores da oferta e demanda agricola global, em relação às expectativas de crescimento, ou talvez seja a crise aguda que volta e meia reflui, mergulhando o mundo na estagnação econômica. De qualquer maneira, se a FAO estiver certa, o Brasil conseguirà o prodìgio de se tornar o maior produtor de soja do mundo, um grande produtor de milho, ao mesmo tempo em que diminui a produção avicola e suinicola, enquanto que, no resto do mundo, hà crescimento destas mesmas atividades. O preço do milho tambèm não evolui, està em torno de 5 dòlares à muito tempo, sendo que internamente as variações de preços são relativas ao câmbio. Em Chicago o milho teve um soluço de alta, assim como a soja, e tornam a cair, provavelmente buscando niveis de preços iguais ou menores aos anteriores ao relatòrio do dia 8.

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