Brasil conquista direito de exportar arroz para o México
O México anunciou na última semana que o Brasil obteve autorização para exportar arroz para aquele destino. O País é um importante comprador internacional e, até então, somente os Estados Unidos detinham este direito. Como era de se esperar, a indústria estadunidense não reagiu nada bem ao avanço dos exportadores brasileiros. Na nota que divulgou o acesso brasileiro ao mercado mexicano, a USA Rice Federation fez questão de enfatizar as dificuldades de logística do Brasil e ilustrá-la com fotografias de caminhões atolados na transamazônica, em região que não produz arroz irrigado e, muito menos exporta. No ano passado representantes da cadeia produtiva norte-americana tentaram impedir o desembarque de um navio brasileiro na Nicarágua, alegando problemas sanitários. Foi necessária a mobilização da área de comércio exterior do governo brasileiro para intervir e viabilizar a entrega da carga. A cadeia produtiva brasileira começa a descobrir que surfar nessa onda positiva de negócios na América Latina pode custar mais do que se imagina.
Os Estados Unidos não estão contentes com uma nova e poderosa concorrência entrando em seu quintal, especialmente com o potencial de exportar até um terço do que eles naturalmente colocam na região. Desta maneira, é importante que o Brasil alie as ações da cadeia produtiva às ações de governo, buscando acordos sanitários e comerciais com os países a que se destinam as cargas. Na última temporada a América Latina se tornou o principal destino internacional das cargas brasileiras de arroz. A safra estadunidense deve ser maior nesta temporada, depois de três anos seguidos de frustração por danos climáticos e concorrência com soja e milho por área. Com isso, espera-se uma ação de oferta mais forte de vendas nas américas a partir de agosto, quando começa a colheita naquele país.