Colheita da safrinha de milho chega a 50% em Caarapó (MS) e perdas estão acima de 60%

Publicado em 04/08/2016 11:10
Preços da saca estão próximos de R$ 35,00 e produtores estão negociando o restante do milho compassadamente. Valores estão acima dos registrados no ano anterior, entre R$ 15,00 a R$ 17,00/sc. Questão indígena continua preocupando os agricultores, a Força Nacional permanece na região, mas clima segue tenso.

Na região de Caarapó (MS), a colheita do milho safrinha já está completa em 50% da área cultivada nesta temporada e as perdas devem ficar acima de 60%. Assim como em outras localidades do estado, as lavouras do cereal também foram afetadas pelo clima adverso. No ano passado, a produtividade média das plantações ficou próxima de 95 sacas do grão por hectare.

Contudo, o presidente do Sindicato Rural do município, Antônio Umberto Maran, reforça que a valorização dos preços ainda tem trazido algum alento aos produtores. “Atualmente, a saca é cotada ao redor de R$ 35,00, porém, no mesmo período do ano anterior, os valores giravam entre R$ 15,00 a R$ 17,00 a saca. Ainda são patamares que cobrem os custos de produção, mas não deixarão margens aos agricultores”, pondera.

Além disso, diante da quebra na produção, a liderança sindical destaca que os produtores estão mais cautelosos em relação à comercialização do produto. “Os agricultores estão segurando um pouco o milho, para tentar uma rentabilidade”, completa Maran.

Planejamento da safra 2016/17

As compras para a próxima temporada já estão encaminhadas na localidade. E a perspectiva é de um aumento na área destinada ao plantio da soja, que pode chegar a 95 mil hectares. Ainda não há um levantamento concreto sobre o ciclo 2016/17, porém, muitos produtores de cana-de-açúcar deverão migrar para a oleaginosa, ainda conforme sinaliza o presidente do sindicato.

Questão indígena

Outro fator que ainda tem preocupado os produtores na região é a questão indígena. A Força Nacional deverá permanecer no local até o final do mês de agosto. “Essa foi uma solicitação nossa para a que colheita da safrinha fosse feita em segurança. A Força Nacional está na região para que não haja confrontos, mas essa é uma paz aparente. Isso porque, 12 propriedades permanecem invadidas na localidade”, explica Maran.

Ainda nesta quarta-feira, venceu o prazo de uma medida de reintegração de posse de uma das propriedades invadidas. “Estamos na expectativa que o efetivo comece a se movimentar para a retirada dos índios da área. Mas muitos produtores que têm conseguido a reintegração de posse, a medida não tem sido cumprida. Esperamos que com o novo governo a situação mude”, diz o presidente.

Até que haja a solução para o impasse, a liderança destaca que os produtores devem ter cautela e tranquilidade. “É uma situação bastante delicada, muitos agricultores têm contratado seguranças para evitar novas invasões na região”, finaliza Maran.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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