Soja: Com pressão do plantio no BR e melhor condição para colheita nos EUA, Chicago amplia perdas
O mercado internacional da soja voltou a despencar nesta sexta-feira (23). Os futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago perdiam, por volta de 13h15 (horário de Brasília), mais de 20 pontos nas principais posições, acompanhando as demais commodities nesta sessão, e com o novembro trabalhando, novamente, na casa dos US$ 9,50 por bushel. Na CBOT, o milho registrava ligeiras baixas, mas em Nova York o café e o algodão perdiam mais de 2%, enquanto o petróleo cedia mais de 3%, este último ajudando a pressionar as cotações da oleaginosa.
Para a soja, segundo informações de agências internacionais, a pressão maior neste pregão vem das previsões climáticas atualizadas para o Meio-Oeste dos Estados Unidos, as quais mostram uma redução nos acumulados de chuvas para os próximos dias, o que poderia ajudar no avanço da colheita em regiões que vinham sofrendo com condições adversas. Há ainda um desenvolvimento considerável, com reportes de elevados níveis de produtividade, em localidades que não têm recebido precipitações tão intensas.
Há áreas no centro do estado de Illinois, na região de Sullivan, por exemplo, onde as áreas estão sendo colhidas em ritmo normal, com talhões de soja registrando produtividade de mais de 88 sacas por hectare (ou 78 bushels por acre), acima do registrado no ano passado, segundo informações do brasileiro Renato Kalkamnn, que trabalha em uma propriedade local. A média ainda não está bem definida, já que há muitas áras ainda para serem colhidas, porém, até esse momento, o clima na localidade não atrapalhou.
Em contrapartida, nos últimos dois dias, alguns estados como Minnesota, Wisconsin e áreas do Norte de Iowa receberam chuvas fortes e os trabalhos estão bastante comprometidos. E como explica o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, "o mercado segue sem rumo, já que as lavouras americanas estão ainda em boas condições", diz.
"Embora divergentes, os modelos climáticos diminuíram as chuvas acumuladas para o centro e norte do cinturão. Já o leste e a parte extensa do Delta registram há vários dias tempo favorável a colheita que segue mostrando a super safra que a nossa expedição Mulheres do Agronegócio antecipou no fim de agosto", explica a analista de mercado Andrea Sousa Cordeiro, da Labhoro Corretora.
A analista ressalta ainda que o plantio da safra do Brasil continua a ser acompanhado e a chegada de chuvas no Centro-Leste do Brasil, segundo indicam algumas previsões, também motivou essa tomada de lucros por parte dos fundos investidores.
"O Paraná, que evoluiu plantio na região oeste, paralisou os trabalhos e segue esperando mais chuvas. O Mato Grosso inicia os trabalhos, embora em um ritmo mais calmo. O volume acumulado de chuvas não permite maior fluxo e o produtor segue monitorando as previsões. Esse é um ano de alto custo de produção e com oferta de sementes ajustada, além de muito cara. Minas Gerais e o Goiás terminam o vazio sanitário no próximo dia 30 e as chuvas previstas para os próximos dias contribuirão para os trabalhos", diz Andrea.
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