Café: Alta do dólar pressionou as cotações em NY e no mercado físico os preços recuaram

Publicado em 12/05/2018 07:13

Depois de acumularem 490 pontos de alta em duas semanas, os contratos de café na ICE Futures US recuaram nesta semana 320 pontos, fechando hoje a US$ 1,1940 por libra peso. A forte e contínua alta do dólar frente ao real nas últimas semanas, hoje fechou a R$ 3,6000, acabou por pressionar as cotações do café em Nova Iorque. No mercado físico brasileiro os preços em reais recuaram um pouco, voltando a dificultar o fechamento de negócios. 

Nesta semana, nos dias 9 e 10, foi realizado em Guarujá, balneário vizinho a Santos, o 22º Seminário Internacional de Café de Santos. Este tradicional encontro tem como principal função colocar lado a lado, os principais compradores e vendedores dos cafés do Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo. O número de inscritos foi recorde, com uma grande presença de compradores de café de todas as partes do mundo. Compareceram os principais operadores de mercado no Brasil e no exterior. 

Muitos desses compradores demonstram acreditar em uma safra brasileira 2018/2019 acima de 60 milhões de sacas e falam em preços para a nova safra que dificultam bastante o fechamento de negócios por parte dos exportadores brasileiros. Em sua apresentação, “Estrutura Brasileira Para Atender o Mercado”, Lúcio de Araújo Dias, Superintendente Comercial da Cooxupé, maior cooperativa de café do mundo e maior exportadora brasileira de café, mostrou, com clareza, que teremos uma grande safra de café, mas que ela não deverá chegar aos volumes imaginados pelos compradores. 

Confirmando o crescimento e desenvolvimento do consumo de café em todo o planeta, o mercado foi surpreendido esta semana por uma jogada ousada da Nestlé, a maior empresa global de bebidas quentes. Ela pagará à Starbucks, maior cadeia de cafeterias do mundo, 7,15 bilhões de dólares pelos direitos perpétuos de comercialização dos produtos da empresa americana, aliando uma marca premium de café ao enorme poder global de distribuição da Nestlé. A compra é especificamente da divisão de grãos e cápsulas vendidos em supermercados. 

O acordo não inclui nenhuma cafeteria Starbucks, mas dará a Nestlé, que já tem as marcas Nescafé e Nespresso, uma marca para ampliar sua presença no mercado americano de café, o maior do mundo, onde é apenas a quinta colocada, com menos de 5% do mercado. Nos EUA, o Nescafé é visto como uma marca de baixo custo para pessoas mais velhas e o Nespresso como um produto de nicho. A Starbucks, líder de mercado, tem uma participação de 14%, segundo a Euromonitor International. A Nestlé vai fabricar (e vender em todo os países) café solúvel, em grão e moído, e também cápsulas, com a marca Starbucks. Incluirá em seu portfólio produtos como Starbucks Reserve, Seattle s Best Coffee e Teavana. 

O CEO de Nestlé disse que a transação oferece à Nestlé tanto uma sólida plataforma de crescimento na América do Norte, como amplia as possibilidades na China, na região ÁsiaPacífico em geral, na Europa e na América Latina. Este não é o primeiro investimento da Nestlé em outras marcas de café nos EUA. No ano passado ela adquiriu as marcas Blue Bottle Coffee e Chameleon Cold Brew. 

Cerca de 500 funcionários da Starbucks vão passar a trabalhar para a Nestlé, mas sempre em Seattle (EUA). As duas empresas vão continuar fazendo suas compras de café separadamente (Valor Econômico, Infomoney, Isto É Dinheiro). 

O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil informou que no último mês de abril foram embarcadas 2.238.302 scs sacas de 60 kg de café, aproximadamente 1 % (1.910 sacas) menos que no mesmo mês de 2017 e 15 % (410.192 sacas) menos que no último mês de março. Foram 1.926.776 sacas de café arábica e 53.472 sacas de café conilon, totalizando 1.980.248 sacas de café verde, que somadas a 257.780 sacas de solúvel e 274 sacas de torrado, totalizaram 2.238.302 sacas de café embarcadas. 

Até dia 8, os embarques de maio estavam em 189.687 sacas de café arábica, 2.319 sacas de café conillon, mais 19.801 sacas de café solúvel, totalizando 211.807 sacas embarcadas, contra 142.164 sacas no mesmo dia de abril. Até o mesmo dia 8, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em maio totalizavam 489.618 sacas, contra 441.294 sacas no mesmo dia do mês anterior. 

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 4, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 11, caiu nos contratos para entrega em julho próximo 320 pontos ou US$ 4,23 (R$ 15,23) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam no dia 4 a R$ 570,69 por saca, e hoje dia 11, a R$ 568,59. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em julho a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 15 pontos.

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Fonte:
Escritório Carvalhaes

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