Milho: Mercado fecha semana acumulando baixas intensas em Chicago e no Brasil e perde até 7%

A semana foi negativa para os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago e os principais contratos acumularam perdas de mais de 1%. O vencimento dezembro/18 caiu 1,88% na semana, para fechar com US$ 3,66 por bushel, enquanto o março/19 foi a US$ 3,79, com queda de 1,56%.
Durante os últimos dias, uma série de fatores veio pesando sobre as cotações do cereal no mercado internacional e, somente na sessão desta sexta-feira, caíram mais de 1% em seu quarto pregão consecutivo de queda.
Entre os principais motivadores da baixa esteve a melhora do clima no Meio-Oeste americano. Ainda assim, as chuvas que continuam a chegar em pontos dos estados de Minnesota e Iowa ainda preocupam.
"O clima continua se mostrando favorável na maior parte das regiões produtoras dos EUA e as chuvas seguem pontuais e desta forma a umidade esta caindo e vai favorecer a colheita nestes próximos dias", explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. "Estamos na fase de colheita da safra americana e normalmente é um período baixista", completa.
Ainda segundo o consultor, o bom avanço do plantio do milho na Argentina também acaba exercendo alguma pressão sobre as cotações na CBOT. Nesta semana, a Bolsa de Buenos Aires trouxe dados mostrando que a semeadura já está concluída em 32,6% da área, contra 26,8% do ano passado, nessa mesma época.
E as expectativas para essa nova temporada, após a quebra do ano passado, é de uma colheita de 42 milhões de toneladas.
Ainda nesta semana, o mercado do milho recebeu também dados fracos das vendas semanais para exportação, o que ajudou a pressionar os preços, e de uma produção menor de etanol nos Estados Unidos.
O país viu sua menor produção em 25 semanas. No mesmo período, os estoques do país, alcançaram um recorde de 1,014 galões, 5% a mais do que na semana anterior.
O que limita as baixas, porém, ainda é a demanda forte pelo milho norte-americano. Apesar do número fraco da última semana, no acumulado da tempora os números superam o ano passado. "O volume das exportações segue positivo no acumulado e muito acima do ano passado para o mesmo período, desta forma este fato para médio e longo prazo é positivo", diz Brandalizze.
Mercado Brasileiro
Os preços caíram de forma significativa também no mercado brasileiro. A queda do dólar foi duramente sentida pelas cotações e, nesse momento, os negócios acabam se mostrando pontuais, sem muito ritmo.
"O mercado do milho mostrou uma semana de calmaria e tudo aponta que até as eleições no próximo final de semana, nada muda. De um lado, temos a safra em desenvolvimento, com o quadro indo bem no geral (...) e de outro, os produtores apontando que vão segurar parte do milho que tem para negociar a frente", explica o consultor da Brandalizze Consulting.
Nesta semana, a referência para agosto/5,004,50 por saca, com uma baixa acumulada de 7,89%. Já no interior, Sorriso, em Mato Grosso, subiu 8,57% para R$ 19,00 no disponível, enquanto Castro, no Paraná, foi a R$ 34,50, com queda de 1,43%.
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