EUA adiam novos pagamentos de auxilio agrícola por esperança de acordo com a China

Publicado em 12/12/2018 02:44

WASHINGTON/NOVA YORK (Reuters) - A Casa Branca voltou a adiar a segunda rodada de pagamentos de um pacote de auxílio de 12 bilhões de dólares a agricultores prejudicados pela disputa comercial entre a China e os Estados Unidos, em meio a otimismo de que o país asiático retome em breve as suas compras de soja norte-americana, disseram três fontes com conhecimento da questão à Reuters.

O Gabinete de Administração e Orçamento (OMB, na sigla em inglês) do presidente dos EUA, Donald Trump, está segurando a aprovação dos pagamentos devido a receios sobre o custo dos programas e quer ver se as questões comerciais com a China vão se resolver, disseram as fontes, pedindo para não serem identificadas.

"Não é um segredo que o OMB não está extremamente animado com o pacote de auxílio comercial", disse uma das fontes, acrescentando, entretanto, que o pagamento deve ser aprovado depois de um certo "toma lá da cá."

O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) autorizou em julho o destino de até 12 bilhões de dólares em auxílio aos agricultores e fazendeiros que foram atingidos pelos efeitos do aprofundamento da guerra comercial com a China, um dos maiores compradores dos produtos agrícolas norte-americanos, e a agência delineou os pagamentos pela primeira metade de agosto.

O secretário de Agricultura, Sonny Perdue, disse em 3 de dezembro que o OMB estava deliberando uma segunda rodada do auxílio agrícola e que ele poderia ser definido até o fim da semana.

O representante do USDA, Tim Murtaugh, disse à Reuters na terça-feira que a agência ainda está nos "estágios finais" do processo de aprovação da segunda parcela dos pagamentos.

Esperanças sobre negociação comercial EUA-China elevam dólar; libra cai

NOVA YORK (Reuters) - O dólar atingiu o pico de um mês contra uma cesta de moedas nesta terça-feira, depois de China e Estados Unidos discutirem planos para negociações com o intuito de evitar a intensificação da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

A libra caiu a mínimas em 20 meses com a notícia de que colegas da primeira-ministra britânica, Theresa May, acreditam ter números suficientes para iniciar um voto de não-confiança sobre sua liderança, disparando ansiedade sobre uma saída caótica do Reino Unido da União Europeia.

"As perspectivas para os EUA e a China melhoraram. Isso é um alívio para o dólar", disse Peter Ng, operador senior de moeda estrangeira no Silicon Valley Bank.

Autoridades da Casa Branca e o ministério do Comércio da China disseram que o vice-premiê Liu He, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, e o representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, falaram por telefone nesta terça-feira, mas não deram detalhes do que foi discutido.

A teleconferência foi vista como um passo para reduzir as tensões comerciais entre Pequim e Washington, aliviando preocupações sobre a guerra comercial aberta entre os dois países que prejudicaria o crescimento econômico global, disseram analistas.

O índice que monitora o dólar contra uma cesta das seis principais moedas subia 0,18 por cento a 97.396. Mais cedo nesta terça-feira, chegou a tocar 97.545, que seria o nível mais alto desde 28 de novembro.

Rendimentos dos Treasuries sobem à medida que tensões comerciais diminuem

NOVA YORK (Reuters) - Os rendimentos dos Treasuries subiam na maioria dos vencimentos, com exceção dos títulos de 30 anos, à medida que as ações se recuperavam em meio a desenvolvimentos positivos nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China.

Os preços dos títulos do governo dos EUA também tiveram grandes vendas antes de um leilão de 38 bilhões de dólares em Treasuries de 3 anos. Os investidores geralmente vendem Treasuries antes de leilões para aumentar os rendimentos, para que possam comprá-los a um preço mais baixo.

As notícias positivas do mercado reduziram algumas preocupações do mundo, disseram analistas.

"Os Treasuries foram melhores em Tóquio, mas sofreram pressão em Londres. As notícias positivas entre os EUA e a China têm algo a ver com isso", disse Justin Lederer, analista do Tesouro do Cantor Fitzgerald.

A China e os Estados Unidos discutiram o próximo passado de suas negociações comerciais nesta terça-feira, durante uma ligação telefônica entre o vice-primeiro-ministro Liu He, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, e o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer.

Um porta-voz do Departamento do Tesouro dos EUA confirmou a ligação com Liu, mas não deu mais detalhes.

A alta na rentabilidade dos Treasuries de 10 anos, no entanto, perdeu força após os parlamentares do partido da premiê britânica Theresa May apresentarem cartas para um voto de não-confiança sobre sua liderança. Estava em em 2,8592 por cento, pouco depois de marcar 2,862 por cento, de 2,856 por cento na segunda-feira.

A mesma notícia fez com que o rendimento do papel de 30 anos passasse a cair e marcasse 3,1090 por cento, de 3,129 por cento na véspera.

A curva de rendimentos entre os títulos de 5 e 30 anos continuava a se achatar nesta terça-feira, após duas sessões de inclinação na semana passada. A curva de rendimentos mais estável reflete um desconforto sobre os riscos geopolíticos, disseram analistas.

Tribunal do Canadá concede fiança a executiva da Huawei

VANCOUVER/PEQUIM (Reuters) - Um tribunal canadense concedeu nesta terça-feira fiança a uma executiva da Huawei Technologies enquanto ela aguarda audiência de extradição para os Estados Unidos, em medida que pode ajudar a aplacar a irritação de autoridades chinesas com sua prisão.

Meng Wanzhou, de 46 anos, vice-presidente financeira da Huawei e filha de seu fundador, enfrenta acusações dos EUA de que ela enganou bancos multinacionais sobre transações ligadas ao Irã, colocando os bancos sob o risco de violar as sanções dos EUA.

Em uma audiência em Vancouver, na Columbia Britânica, nesta terça-feira, o juiz William Ehrcke concedeu fiança a Meng, sujeita a uma garantia de 7,5 milhões de dólares e outras condições.

A China ameaçou o Canadá com graves consequências, caso Meng não fosse liberada imediatamente.

Um cidadão canadense foi detido na China, disse o Canadá na terça-feira. O governo canadense informou que não vê nenhuma ligação explícita com o caso da Huawei, mas analistas previram retaliação de Pequim. Duas fontes disseram à Reuters que a pessoa detida era o ex-diplomata canadense Michael Kovrig.

Índices europeus fecham em alta com otimismo sobre guerra comercial

LONDRES (Reuters) - Os mercados acionários europeus fecharam em alta nesta terça-feira com otimismo sobre a disputa comercial entre os Estados Unidos e a China ajudando na recuperação em relação às mínimas de dois anos atingidas na véspera com a explosão do risco político e preocupações sobre desaceleração econômica global.

O índice pan-europeu STOXX 600 subiu 1,5 por cento, as ações da zona do euro ganharam 1,3 por cento e o alemão DAX, o mais sensível à China devido a seus grandes exportadores, avançou 1,5 por cento.

A melhora do humor se deu com notícias de que autoridades comerciais comerciais chinesas e norte-americanas falaram por telefone, sinalizando que discussões entre as duas maiores economias do mundo continuam mesmo depois da prisão de uma alta executiva da gigante chinesa de tecnologia Huawei.

Uma notícia de que a China se preparava para cortar as tarifas sobre carros importados dos EUA também ajudou a confirmar as expectativas de que as negociações comerciais não foram interrompidas.

"Isso iria marcar uma das principais promessas de Trump depois do G20, ao mesmo tempo reforçando para os mercados que, apesar da situação com a CFO da Huawei, Meng Wanzhou, os países estão dispostos a aderir ao que foi combinado na Argentina", disse Connor Campbell, analista na Spreadex.

O índice FTSEurofirst 300 fechou em alta de 1,49 por cento, a 1.358 pontos.

Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 1,27 por cento, a 6.806 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 1,49 por cento, a 10.780 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 1,35 por cento, a 4.806 pontos.

Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,98 por cento, a 18.591 pontos.

Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,87 por cento, a 8.735 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,28 por cento, a 4.778 pontos.

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Fonte:
Reuters

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