CNC: Mesmo com bom volume, Brasil deverá absorver toda a safra deste ano estimada pela Conab
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, ontem (17), seu primeiro levantamento para a safra 2019 de café no Brasil. A estatal apontou a colheita entre 50,48 milhões e 54,48 milhões de sacas de 60 kg. Se confirmados, os números representarão uma queda de 11,6% a 18,1% na comparação com as 61,7 milhões de sacas produzidas em 2018.
Segundo a previsão da Conab, a safra de arábica se situará entre 36,12 milhões e 38,16 milhões de sacas, com declínios de 19,6% a 23,9% frente à colheita antecedente, movimento puxado pela bienalidade característica da variedade. Já o conilon somará de 14,36 milhões a 16,33 milhões de sacas, com crescimento entre 1,3% e 15,2% devido às condições climáticas mais favoráveis e por não sofrer tanto os impactos do ciclo bienal de baixa.
O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, anota que, mesmo diante de um bom volume produzido, o Brasil deverá absorver toda a safra deste ano e usar parte de seus já reduzidos estoques.
"Entre exportação e consumo interno, temos uma previsão para o uso de aproximadamente 61 milhões de sacas, o que já supera as 54,5 milhões de sacas da previsão superior e indica o uso de 6,5 milhões dos nossos estoques, que já estão em níveis historicamente baixos. A safra recorde do ano passado foi fundamental nesse sentido, pois permitiu que possamos honrar nossos compromissos internos e externos", argumenta.
De acordo com prognósticos veiculados na imprensa, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) acredita que os embarques do produto nacional cheguem a aproximadamente 37 milhões de sacas em 2019. Já a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) projeta o consumo nacional em 23,8 milhões de sacas, o que totaliza uma demanda de 60,8 milhões de sacas na safra corrente.