Café: Bolsa de Nova York testa mínimas abaixo de 90 cents/lb nesta 2ª com câmbio e oferta, mas fecha com leve baixa

Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta segunda-feira (06) com leve baixa. O mercado estendeu perdas e chegou a cair mais fortemente em parte do dia acompanhando a ampla oferta do grão e as oscilações do dólar.
O contrato julho/19 encerrou a sessão com queda de 45 pontos, a 90,15 cents/lb e o setembro/19 anotou 92,55 cents/lb com 40 pontos de desvalorização. Já o dezembro/19 recuou 40 pontos, a 96,15 cents/lb e o março/20 registrou 99,70 cents/lb com 40 pontos negativos.
Apesar de ter encerrado o dia acima do patamar de 90 cents/lb, o mercado do arábica chegou a cair forte durante o dia. O vencimento referência do arábica na ICE oscilou entre mínima de 89,43 cents/lb, próximo das mínima de mais de 10 anos e máxima de 93,50 cents/lb.
"O Brasil teve uma grande produção na safra atual, mas a próxima deve ser menor, pois é de bienalidade negativa. Ainda assim, as ideias são que ela será grande já que o clima tem sido bom", disse o vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
O site internacional Barchart destacou que o mercado também repercutiu a divulgação da INTL FCStone, que aponta produção no Brasil de 53 milhões de sacas de 60 kg neste ano. O número fica acima do apontado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
A colheita do café da safra 2019/20 já começou em áreas do cinturão produtivo do Brasil, maior produtor e exportador do grão. No entanto, produtores temem pelas chuvas nos próximos dias, que poderiam atralhar de alguma forma os trabalhos no campo e a secagem.
Na última sexta-feira, quando recuou cerca de 100 pontos, o mercado acompanhava a exportação. Segundo a OIC (Organização Internacional do Café), os embarques mundiais do grão caíram 3,8% em março ante o mesmo mês do ano anterior, totalizando 10,98 milhões de sacas.
Além dos fundamentos que voltaram a pesar sobre os futuros do arábica, as oscilações do dólar ante o real também exerceram pressão ao mercado. Às 16hh4, após o fechamento na ICE, o dólar subia 0,48% no Brasil, cotado a R$ 3,958 na venda, acompanhando o exterior.
O dólar mais valorizado em relação ao real tende a encorajar a exportações das commodities e o Brasil, por ser o maior produtor e exportador de café, sente reflexos mais latentes. Em contrapartida, quando a moeda estrangeira avança, os preços externos recuam.
Mercado interno
Os negócios com café no mercado brasileiro continuar ocorrendo, mas de forma mais lenta do que em anos anteriores. Com o início da colheita no cinturão brasileiro, produtores tendem a negociar maiores volumes de suas produções com a necessidade de caixa, segundo analistas.
"O mercado físico brasileiro continua comprador para todos os padrões de café e os mais procurados são os arábicas de boa qualidade a finos. Os baixos preços praticados no mercado não animam os produtores a fecharem vendas em maiores volumes, mas pouco a pouco os negócios vão saindo", destacou o Escritório Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 416,00 – estável. Não houve oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 390,00 – estável. Não houve oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 390,00 – estável. A maior oscilação ocorreu na Média Rio Grande do Sul com queda de 1,33% e saca cotada a R$ 370,00.
Na sexta-feira (03), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 382,47 e alta de 0,09%.
1 comentário
Onda de calor no Brasil consolida ganhos do café arábica no fechamento desta 6ª feira (26)
Após Natal, preços do café arábica trabalham em campo misto em NY nesta 6ª (26)
Mais da metade do café analisado em compras públicas no Paraná apresenta fraude, aponta fiscalização
Dedicação e resiliência: Desafios climáticos não conseguiram abalar a qualidade dos cafés brasileiros
Após fortes oscilações, mercado cafeeiro fecha sessão desta 3ª feira (23) em lados opostos nas bolsas internacionais
Preços do café robusta sobem em Londres na manhã desta 3ª feira (23) diante demora nas vendas no Vietnã
Carlos Rodrigues
Os produtores vivem uma das maiores crises dos últimos 20 anos mas, pelo visto, andam todos satisfeitos... pois, medidas a serio, ninguém sugere... o futuro está seriamente comprometido...