O papel social, econômico e, principalmente ambiental da soja do Brasil, por Carla Mendes

Publicado em 16/07/2020 14:15 e atualizado em 16/07/2020 15:48

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O Brasil é o maior produtor de soja do mundo. O país lidera hoje não só a produção de uma das commodities mais importantes do planeta, como também suas exportações e vem, safra a safra, consolidando seu protagonismo. E para tudo isso, a sojicultura ocupa apenas 4% do território nacional. Sim, 4%. Contabilizando todas as lavouras chegamos a 8%.

A oleaginosa tem importância enorme e crescente no desenvolvimento brasileiro, não só do agronegócio, mas da economia do país. A soja, principal item da pauta exportadora do Brasil, é responsável hoje por gerar divisas à nação, ajudando a fomentar a agricultura de uma forma geral, financiando a compra de outros alimentos, e mitigando os efeitos de uma das crises mais severas dos tempos modernos, sofridas por nós e pelo mundo todo.

Ainda assim, artistas, ambientalistas rasos, generalistas e desinformados de todas as naturezas insistem em chamar áreas de produção de soja de ‘desertos verdes’. E o conceito é adquirido, (mal) entendido e comprado pela população urbana. Mas alguma coisa ficou faltando nessa explicação.

Em um resumo bastante claro, a influenciadora digital do agro, Camila Telles, pontuou alguns dos benefícios promovidos pela sojicultura ao Brasil: aceleração da mecanização das lavouras brasileiras, modernização do sistema de transportes, expansão da fronteira agrícola, intensficação e incremento do comércio internacional, modificação e enriquecimento da dieta dos brasileiros, aceleração da urbanização do país, interiorização da população, tecnificação de outras culturas e descentralização da indústria nacional.

Em linhas gerais? A soja, e suas exportações crescentes e, graças a Deus, diga-se de passagem, buscando bater seus próprios recordes, trouxe e traz prosperidade ao Brasil, além de comida de qualidade e preço acessível á população brasileira e mundial. E como essa jornalista insiste em dizer, esse é um (bom) caminho sem volta.

Ainda assim, e apesar de tudo, as discussões em torno das questões ambientais voltaram a se aquecer nos últimos dias, insistindo em disfarçar a bandeira de interesses comerciais de preocupação com a preservação ambiental no Brasil – inclusive internacionalmente e ameaçando investimentos colocados no país.

De fato, temos desmatamento. Temos problemas ambientais. Mas também temos 25% das áreas protegidas no Brasil dentro das propriedades rurais. São cerca de 218 milhões de hectares de terra protegidos dentro de imóveis rurais, segundo dados oficiais levantados pela Embrapa, ou uma área equivalente a 10 países europeus.

Temos apenas 1% das propriedades rurais inscritas no CAR (Cadastro Ambiental Rural) com algum registro de desmatamento ilegal. Faça as contas. Isso quer dizer que os outros 99% se comportam de acordo com a lei, o Código Florestal Brasileiro. E apenas a título de curiosidade, a legislação ambiental do Brasil foi a lei mais discutida no país desde a criação da constituição de 1988.

Dados oficiais da Embrapa mostram que 66,3% do território nacional segue preservado, com a vegetação nativa mantida, ou 632 milhões de hectares.

Mesmo diante de tantos números que impressionam positivamente, a grande e generalista mídia, prefere colocar aquele 1% de ilegais como produtores rurais e não criminosos ambientais, ao invés de noticiar agendas positivas ou até mesmo algumas injustiças que comprometem a viabilidade econômica de centenas de municípios que prosperaram ás margens de campos de soja, sem citar, nestas linhas, outras culturas.

Recentemente, sojicultores foram indevidamente cobrados com exigências em contratos de venda de soja para multinacionais como se o Brasil possuísse alguma “moratória do Cerrado”, como existe para o bioma amazônico. São contratos generalistas, que não consideram as proporções do país, tão pouco suas diferenças, a moratória que de fato existe ou o que está exposto no Código Florestal.

Por tudo isso e por mais, nesta quarta-feira (15), eu entrevistei no Notícias Agrícolas o presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz Pereira, para que ele pudesse esclarecer situações como esta e, mais do que isso, para que trouxesse orientação a produtores que sofrem com situações como esta.

“Isso não pode avançar porque o produtor rural tem feito a diferença nessas regiões Central e do Matopiba (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia). Há dados que mostram que nos municípios que começaram a produzir soja nos últimos 10 anos passaram do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de baixo/muito baixo para alto/muito alto. Isso mostra o papel que a soja tem, principalmente, na interiorização das economias. E quando você inibe isso,o tira das pessoas a chance de melhorar de vida, tendo sua própria renda, sem precisar do governo”, afirma Pereira.

Sejam pelas palavras organizadas por essa jornalista, pelas informações da digital influencer e relações públicas, produtora rural Camila Telles ou pelo presidente da Aprosoja Brasil, se informe. Se informe de forma responsável. A Aprosoja definiu 2020 como o ano da COMUNICAÇÃO. Eles certamente sabiam o que estava por vir. Temos a soja mais competitiva e mais sustentável do mundo.

>> Clique AQUI para ver os dados da Embrapa

No link a seguir, assista à íntegra da entrevista de Bartolomeu Braz Pereira ao Notícias Agrícolas:

>> Contratos generalistas dão falsa impressão de existência de moratória para o Cerrado e geram insegurança jurídica ao sojicultor 

E veja ainda a entrevista do ex-ministro Aldo Rebelo ao jornalista João Batista Olivi também no Notícias Agrícolas:

>> Debate das queimadas da Amazônia esconde outra intenção: a de retirar os habitantes do Cerrado, diz Aldo Rebelo

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Fonte:
Carla Mendes

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