Escassez de soja no mercado interno faz disparar importação do grão e aumentar rumores sobre washouts pelas tradings

Publicado em 15/07/2020 17:00 e atualizado em 15/07/2020 18:35
Luiz Fernando Gutierrez Roque - Analista da Consultoria Safras & Mercado
Variação nos preços da soja em Chicago segue apoiada em clima e demanda chinesa

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Entrevista com Luiz Fernando Gutierrez Roque - Analista da Consultoria Safras & Mercado sobre o Fechamento de Mercado da Soja

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A quarta-feira (15) foi de preços em alta para a soja na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa terminaram o dia com ganhos de 4 a 8,25 pontos nos principais contratos, levando o agosto a US$ 8,86 e o novembro a US$ 8,82 por bushel. 

Como explica o analista de mercado Luiz Fernando Gutierrez, da Safras & Mercado, os traders se mantêm focados nas condições climáticas do Corn Belt, além das questões ligadas à demanda chinesa. 
Segundo ele, o mercado ainda reflete a redução da qualidade das lavouras norte-americanas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na última segunda-feira (13), além dos anúncios de novas vendas de soja dos EUA para a China, apesar de serem volumes pequenos. 

Foram 389 mil toneladas de soja e 132 mil toneladas de milho, sendo ambos os volumes da safra 2020/21. O anúncio é o segundo da semana, já que ontem o USDA já havia reportado operações com mais de 1 milhão de toneladas do cereal e 129 mil toneladas da oleaginosa. 

Na análise de Gutierrez, os maiores volumes da oleaginosa sendo comprados pela nação asiática no mercado norte-americano deverão começar a ser vistos a partir de meados de agosto e setembro, "mas os atuais volumes já ajudam a trazer o mercado para patamares um pouco melhores". 

Mais do que isso, questões técnicas também trouxeram os preços para cima depois de baixas intensas em sessões anteriores. 

"Podemos esperar muita volatilidade. O mercado climático americano está chegando ao seu auge em agosto, mas o mercado climático americano é formado por grande volatilidade. Semanas de clima bom vamos ter mercado mais fraco, sem força fundamental, em semanas de clima ruim, com mais força fundamental. Mas, claro que a questão da demanda chinesa continua sendo importante", diz. 

Assim, para que o mercado se concretize no patamar dos US$ 9,00 por bushel e teste algo acima disso é preciso que as compras da nação asiática aumentem nos EUA e problemas na nova safra americana apareçam. 

Leia mais:

>> China compra mais 389 mil t de soja dos EUA nesta 4ª e mercado não reage em Chicago

Ainda para Gutierrez, o último trimestre do ano deve trazer números sobre a demanda chinesa nos EUA que poderiam surpreender. 

MERCADO NACIONAL

Nesta quarta-feira, os preços da soja no mercado brasileiro se mantiveram estáveis em quase todas as principais regiões do país e, onde houve variação, as cotações subiram. As altas na Bolsa de Chicago vieram acompanhadas de uma nova alta do dólar e a combinação dos dois fatores dá suporte aos indicativos. 

Há pouca soja no Brasil, a escassez pode se agravar no último trimestre do ano e esse continua sendo o principal combustível para os ganhos no quadro nacional. E como explica o analista da Safras & Mercado, já circulam rumores no mercado de que estariam sendo feitos washouts - ou movimentos de recompra - para que a demanda interna possa ser atendida. 

No porto de Paranaguá, a soja spot encerrou o dia com R$ 115,00 e alta de 1,32%, enquanto a safra nova ficou estável nos R$ 105,00; em Rio Grande, R$ 112,00 e ganho de 0,27%, e R$ 103,00 para a nova temporada. 

Veja ainda:

>> Tendência de alta para os preços da soja continua para 2021 até chegada de nova safra do Brasil

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Por:
Aleksander Horta e Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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