Desvalorização global do dólar é positiva para o agro brasileiro, diz a Agrinvest

A desvalorização global do dólar tem se mostrado bastante positiva para o agronegócio brasileiro. A pandemia do novo coronavírus mudou o rumo da economia mundial e obrigou bancos centrais em diversos países a promoverem políticas monetárias para contribuir para uma retomada econômica e os movimentos também mudaram a trajetória da moeda americana.
"Desde abril temos visto o dólar - contra todas as outras moedas - perdendo valor, batendo mínima de três anos na última semana, e o mercado percebendo isso está buscando alternativas. Os investidores correndo do dólar e buscando outras commodities, inclusive o ouro, que registrou, na semana passada, máxima histórica", explica o analista de mercado Eduardo Vanin.
O destaque para a desvalorização do dólar é frente ao yuan. "Para a indústria esmagadora da China isso significa que é menos yuan que ela gasta para comprar a mesma quantidade de produto. A taxa de câmbio para eles caindo aumenta o poder de compra, o chinês está ficando mais rico em dólares. E isso é um ponto muito importante que ajuda a aumentar o consumo, inclusive de alimentos. Então, a margem de esmagamento para a soja importada do Brasil aumentou", completa o executivo.
Daqui em diante, a recuperação da economia americana - e também global - deverá se dar de forma bastante díspar em relação aos mais diversos setores. Assim, para que o cenário passe por uma transformação ou para que 'volte à sua antiga normalidade' seriam necessários, pelo menos, cerca de quatro anos.
E enquanto isso, o momento continua favorecendo o agronegócio brasileiro, sendo muito positivo para a balança comercial nacional. "Poderíamos ver um período melhor para o produtor que vende em dólares e não que vende em reais, mas como estão todos no Brasil é bom para o Brasil", diz o analista.
COMERCIALIZAÇÃO
No Brasil, em meio às incertezas que ainda rondam a economimia global, é importante que o produtor transfira seus riscos para operações de estratégia e gestão e se valer do atual momento para formar bons preços.
"Temos os preços da soja no mercado internacional nos piores níveis em 10 anos, com o preço da soja custo e frete China ao redor de US$ 350,00 a US$ 370,00 por tonelada, que é um preço muito baixo. Mas fazendo um paralelo, no auge do Covid-19, entre os meses de março e junho, também tivemos preços de fertilizantes muito baixos e isso proporcionou excelente poder de compra para o produtor brasileiro. Quase 20% de ganho mesmo com Chicago baixíssimo", explica o analista de mercado Marcos Araújo, analista de mercado da Agrinvest.
Ao lado dessas condições, há ainda a necessidade de o produtor se proteger com operações de comercialização que possam mitigar os efeitos de problemas climáticos, cenários diferentes que mudam a rentabilidade em cada região do Brasil a depender das realidades.
Ainda assim, segundo Aaraújo, segundo relatos de produtores nos principais estados produtores do Brasil a renda esperada para a soja 2020/21 é, historicamente, a maior da atividade. "Se pegarmos os preços futuros para soja da safra nova no Brasil liquida no porto a R$ 112,00 e se levarmos esse preço, conforme o dólar futuro de R$ 5,50 para Passo Fundo/RS, por exemplo, é um preço de R$ 106,00. Esse é o maior ganho nominal desde o plano real", diz.
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