Por conta da Covid-19, exportação de ovo fértil tende ao menor volume em 7 anos
À primeira vista, as exportações brasileiras de ovos férteis do último mês registraram resultado excepcional, pois foram mais de 50% superiores às alcançadas um ano antes. O grande senão, neste caso, é que em setembro de 2019 o total embarcado recuou quase 70% em relação ao ano anterior, retrocedendo ao menor volume em mais de uma década..
Em outras palavras, os dados da SECEX/ME apontam que também em setembro, pelo sexto mês consecutivo, a exportação de ovos férteis destinados à produção de pintos de corte continuou extremamente restrita. Os embarques do período totalizaram 8,277 milhões de unidades, recuando mais de 8% em relação ao mês anterior.
Notar, neste caso, que o baixo volume de um ano atrás foi determinado por um repentino aumento da demanda interna, ocorrência que forçou o setor a reduzir o volume embarcado no bimestre agosto/setembro (média mensal inferior a 6 milhões de unidades, queda de 67% em relação aos sete meses anteriores). Mas já em outubro elas voltaram a se expandir e superaram o total acumulado nos dois meses anteriores. Vieram num crescendo praticamente contínuo até março de 2020. Foi quando o mundo, às voltas com inesperada pandemia, praticamente parou.
Com o último resultado, o total exportado nos nove primeiros meses do ano ultrapassa ligeiramente os 90 milhões de unidades, correspondendo a cerca de dois terços do acumulado entre janeiro e setembro de 2019 - redução de 34%, quase o mesmo índice de queda observado nos últimos 12 meses.
Com o volume embarcado entre janeiro e setembro e supondo-se que as exportações do quarto trimestre de 2020 se mantenham no mesmo nível do terceiro trimestre, o total anual ficará em torno dos 115 milhões de ovos, o menor volume dos últimos sete anos.
Comparativamente ao recorde registrado – 215,2 milhões de unidades em 2018 – o volume apontado será 46% menor.