Notificação da China de coronavírus em embalagem não assusta mercado do boi, que segue firme

Publicado em 13/11/2020 12:44 e atualizado em 15/11/2020 16:23
Yago Travagini Ferreira - Analista de Mercado da Agrifatto
Oferta restrita de animas continua. No mercado físico, poucos negócios estão sendo efetivados nesta sexta-feira já que os grandes frigoríficos ainda estão fora das compras. Porém, algumas ofertas estão acontecendo a R$ 300/@ por parte das pequenas indústrias que são habilitadas a exportar para a China e que precisam cumprir contratos.

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Entrevista com Yago Travagini Ferreira - Analista de Mercado da Agrifatto sobre o Mercado do Boi Gordo

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Nesta sexta-feira (13), a cidade chinesa de Wuhan notificou que encontrou o coronavírus em embalagem de um lote de carne bovina que foi enviada pelo o Marfrig em agosto. Em seu comunicado, a China reportou que três amostras foram positivas na parte externa de embalagens de carne bovina congelada e desossada do Brasil.

De acordo com o Analista de Mercado da Agrifatto, Yago Travagini, não é a primeira vez que os chineses reportam que identificaram o coronavirus nas embalagens das carnes importadas pelo o Brasil. “A notícia é preocupante de certa forma, mas ainda sim é um mercado que continua firme por conta da escassez de oferta de animais”, relata.

É importante ressaltar que houve notificações nos meses anteriores se coronavírus em outras embalagens de proteína animais enviados a China.  “Os chineses emitiram o mesmo comunicado cerca de dois meses atrás, mas não deixou de comprar novos lotes de carne bovina e tivemos uma média diária recorde em outubro com as compras da China aquecidas”, destaca.

Com relação ao mercado futuro, o analista aponta que as cotações estão tentando encontrar uma referência de preço na sessão desta sexta-feira. “A notificação da China assustou o mercado futuro no início da manhã, que registrou quedas de R$ 3,00 a R$ 5,00 nos principais contratos. O mercado já vinha de um pessimismo com os frigoríficos fora das compras, só que agora os contratos se posicionam com uma estabilidade e buscando por uma referência”, afirma.

O mercado segue sustentado com a baixa disponibilidade de animais e com bons volumes exportados que não fica abalado com certas informações, conforme ressaltou o analista durante a entrevista. No mercado físico, os frigoríficos e os pecuaristas estão passando por um momento de queda de braço para determinar os preços da arroba.

“A referência que temos de negócio hoje para o animal que atende exportação é de R$ 290,00/@ e do boi comum está próxima de R$ 288,00/@. Houve registros pontuais de ofertas de preços a R$ 300,00/@ de pequenas indústrias que são habilitadas a exportar e que precisam cumprir contratos”, disse Travagini.

As programações de abate estão curtas e estão ao redor de 3 a 4 dias úteis, sendo que em alguns estados estão próximas de 3 dias úteis. “As escalas não vão andar, pois não tem oferta disponível no mercado e confinamento está chegando ao fim com um volume muito menor do que no ano passado”, aponta.

Nesta quinta-feira (12), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que foram abatidas 7,58 milhões de cabeças de bovinos no 3º trimestre de 2020. Isso representa uma queda de 10,8% na comparação com o 3º trimestre de 2019. Se comparado com o 2º semestre desse ano tivemos um aumento do volume abatido de 3,8%.

“Nos últimos cinco anos, o Brasil tem evoluído muito a suplementação a pasto e os animais estão sendo entregues em julho a agosto. Isso tem contribuído para que a oferta de confinamento fique concentrada no 3º trimestre”, conclui.

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Por:
Andressa Simão
Fonte:
Notícias Agrícolas

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