Queda nos estoques americanos pode ser mais intensa do que apontam as projeções para o relatório do USDA
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Entrevista com Ginaldo de Sousa - Diretor Geral do Grupo Labhoro sobre o Fechamento de Mercado da Soja
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Às vésperas do novo boletim do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e se recuperando das últimas perdas, o mercado da soja na Bolsa de Chicago fechou o dia com boas altas, as quais variaram entre 8,75 e 12,75 pontos nos principais contratos. Dessa forma, o janeiro encerra o dia com US$ 11,58 e o março, US$ 11,63 por bushel.
"As questões fundamentais estão bem latentes. O clima relativamente seco na América do Sul, a questão da demanda, e todo esse pacote e mais a espera pelo relatório de amanhã fez com aqueles que estavam vendidos fizessem coberturas", explicou Ginaldo de Sousa, diretor geral do Grupo Labhoro.
O reporte de dezembro do USDA, tradicionalmente, não é um boletim de grandes mudanças. Todavia, como 2020 tem sido um ano atípico, os traders estão ansiosos pelos novos números dos estoques finais norte-americanos dadas as vendas antecipadas muito agressivas nesta temporada. São 86% do total estimado para as exportações de 2020/21 já comprometidos.
"O USDA vai colocar esses estoques em um nível tão baixo que não ficaríamos surpresos se, em maio, junho, os EUA já estariam comprando soja na América do Sul", acredita Sousa. E com essa confirmação, o mercado deve continuar subindo, testando ganhos de 20 a 30 pontos pelo menos. "E se o USDA mantiver tudo como está, o mercado pode sim cair", complementa.
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Enquanto isso, a demanda chinesa já começa a se voltar, novamente, para a soja do Brasil. O produto americano já começa a ficar mais caro e a estreitar as margens das indústrias da China, atraindo os importadores para o mercado nacional.
"É o timing da China se voltar para cá e esquecer os EUA", explica o diretor da Labhoro. "Os chineses, com toda essa briga que houve recentemente com os EUA, podem dar um stop em futuros negócios temporariamente, porque o Biden pode assumir e resolver isso de maneira mais tranquila", complementa.
Assim, as cotações no mercado brasileiro, apesar de uma recente pressão em função do dólar, sustentam patamares importantes e muito elevados, bem como os prêmios, ainda positivos.
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