"O movimento não acabou!, prestem atenção nos caminhoneiros", diz o líder do tratoraço, Gustavo Chavaglia
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Entrevista com Gustavo Chavaglia - Presidente Aprosoja SP sobre o Tratoraço contra o aumento do ICMS
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O governador João Doria recuou da sua intenção de taxar o Agro após a repercussão do "tratoraço" em cerca de 200 cidades do interior paulista. O secretário da Agricultura, Gustavo Junqueira, deixou claro que não mais haverá aumento na cobrança de impostos sobre hortifrutigranjeiros. Em matéria divulgada agora à tarde, a agencia Reuters confirmou a informação, mas admitiu que combustíveis, como diesel e etanol, não entraram na discussão.
Gustavo Chavaglia, presidente da Aprosoja SP, disse em entrevista ao site Notícias Agrícolas que está marcado para esta sexta-feira (08/01) um protesto na Ceagesp e nas Ceasas de São Paulo. Ele ressaltou também que o movimento de hoje se estenderá até a retirada do ICMS nos combustíveis e que essa ação será feita em colaboração com o setor de transportes de carga. O aumento de impostos no diesel e no etanol resultará em aumento do frete de produtos agropecuários, além de impactar a renda dos caminhoneiros que escoam a produção agrícola pelas estradas do país.
Veja abaixo algumas das fotos das manifestações que ocorreram por todo o estado de São Paulo:
Em posicionamento oficial sobre o tratoraço, Mônika Bergamaschi, presidente do conselho da ABAG/RP, fez o seguinte posicionamento:
A classe produtora unida mostrou sua força, e levou o Governo Paulista a rever a errônea, inoportuna e infeliz ideia de aumentar a carga tributária que incide sobre a produção agropecuária. Os impactos dessa arbitrariedade seriam sentidos primeiro pelos produtores, mas posteriormente no bolso de todos os consumidores brasileiros, e não apenas os paulistas, e até do próprio governo, que veria sua arrecadação cair. Surpreende a insensibilidade, tanto do executivo quanto do legislativo, não apenas em virtude da Pandemia, mas porque a promessa de não aumentar impostos alicerçou a campanha eleitoral de muitos que, neste episódio ao menos, disseram NÃO ao Agro! Vencida esta batalha, mas não a guerra.
Secretário de SP garante que ICMS de produtos agrícolas não subirá

Por Luciano Costa e Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - Uma planejada alta do ICMS de produtos agropecuários e insumos em São Paulo foi cancelada em meio a um recrudescimento de casos de Covid-19 no Estado e com o governo paulista atendendo a pedidos de representantes do agronegócio após um "tratoraço" na manhã desta quinta-feira em centenas de cidades.
A manifestação, que envolveu tratores e caminhões desde as 7h e transcorreu de forma pacífica até o início da tarde, foi mantida apesar de um anúncio na noite da véspera do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de que a alta das alíquotas sobre alimentos, insumos agrícolas e medicamentos não mais ocorreria.
O setor agropecuário, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), manteve o movimento porque ainda não havia clareza se o anúncio do governador valeria para todos os produtos.
O protesto, que mobilizou nesta quinta-feira mais de cem sindicatos rurais e cooperativas, em cerca de 300 cidades paulistas, teve o objetivo de alertar para a alta do tributo, que elevaria custos que seriam repassados aos consumidores, segundo a Faesp.
O secretário de Agricultura de São Paulo, Gustavo Junqueira, garantiu nesta quinta-feira o cancelamento da alteração tributária para todos os produtos agropecuários, incluindo leite, hortifruti, além de energia elétrica rural, itens sobre os quais pairavam incertezas.
Ele acrescentou que o governo percebeu que o aumento da arrecadação não compensaria os custos gerados para o setor.
"Quando altera essa tributação, tem que se fazer análise de custo e benefício. E essa foi a análise que o governo fez, o benefício não é suficiente para a justificar o custo", afirmou o secretário à Reuters.
A Secretaria da Fazenda e Planejamento de São Paulo projetava uma arrecadação da ordem de 7 bilhões de reais com a medida, recursos vistos como importantes para fazer frente a perdas causadas pela pandemia.
"Foi uma luta dura e silenciosa, tem muitos interlocutores, todos percebem que o agro é a espinha dorsal da economia brasileira...", afirmou.
Ele lembrou que a pandemia traz um déficit para as contas públicas, que é preciso ser equilibrado, mas o governo entendeu que "não pode zerar este déficit transferindo o problema para o setor privado".
Junqueira acrescentou que, diante do cancelamento, a Fazenda terá que refazer os cálculos de como ficará a arrecadação. Ele admitiu que combustíveis, como diesel e etanol, não entraram na discussão.
A alíquota subirá de 12% para 13,3%, segundo entidades participantes do movimento, que consideram o diesel um importante insumo agropecuário.
As mudanças em alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de diversos produtos teriam alteração ou elevação a partir de 1° de janeiro, após decretos relacionados a uma lei publicada em outubro passado.
Adubos e fertilizantes, milho em grão, farelo de soja, sementes, produtos veterinários, defensivos e rações, por exemplo, passariam de isentos para taxa de 4,14%.
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