Soja fecha com quase 30 pts de baixa na CBOT em 5ª feira de aversão ao risco e forte queda do petróleo

Publicado em 18/03/2021 16:24 e atualizado em 18/03/2021 18:07

LOGO nalogo

A quinta-feira (18) foi muito tensa para todas as commodities agrícolas no mercado internacional. As baixas foram fortes e lideradas pelo petróleo, que recua mais de 7% na Bolsa de Nova York, levando o barril do WTI a menos de US$ 60,00. As perdas no brent superavam os 5%. Na sequência, os futuros da soja e dos grãos negociados na Bolsa de Chicago perdem quase 2%, enquanto o café perde quase 3%. 

+ Dólar fecha em queda de 0,37%, a R$ 5,5672

Segundo analistas internacionais, as baixas fortes no petróleo vêem de preocupações com a demanda e a forma como a incerteza e a insegurança sobre como a retomada da economia global pode impactrar sobre estes mercados. 

O atraso do processo de vacinação em diversos países ajuda a pesar sobre as incertezas e deixa os mercados ainda mais cautelosos e na defensiva, como se observou nesta quinta. 

"A retórica do superciclo do petróleo está finalmente tendo um choque de realidade. O sentimento negativo veio por dúvidas na Europa sobre a vacina da AstraZeneca, e se consolidou pela alta de quase 2,4 milhões de barris nos estoques de petróleo dos EUA", disse Louise Dickinson, analista de petróleo da Rystad Energy à Reuters.

+ Preços do petróleo caem 5% com alta do dólar e suspensão de vacinações na Europa

Nas análises técnicas, os especialistas apontam ainda como motivo das baixas uma reversão de parte das posições compradas dos investidores entre as commodities, o que também é bastante natural na sequência de altas fortes e consecutivas como as que vinham sendo observadas. 

+ Açúcar recua pela segunda sessão seguida nesta 5ª em NY e Londres

+ Café acompanha demais commodities e cai mais de 300 pts em dia de aversão ao risco

FUNDAMENTOS

Para a soja negociada na Bolsa de Chicago, especificamente, o mercado também foi pressionado por alguns fundamentos, principalmente o clima nos Estados Unidos, onde o plantio está prestes a começar da safra 2021/22. 

Assim, o mercado terminou o dia com perdas de quase 30 pontos entre as posições mais negociadas, levando o maio a US$ 13,92, o julho a US$ 13,80 e o setembro a US$ 12,54 por bushel. 

As condições se mostraram melhores nos últimos dias e veio dando espaço à correção dos preços na CBOT. 

+ Futuro do milho recua nesta 5ªfeira com B3 começando a se acomodar

"De uma semana para cá, choveu no Estados Unidos nas principais regiões produtoras, no centro do país. Melhora do clima, melhora do nível de água disponível nos solos e isso traz uma projeção, quem sabe, de um aumento maior do que se espera na área 2021/22 para a soja americana", explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities. 

Vanin destaca ainda como ponto de pressão para a oleaginosa a melhor competitividade da soja brasileira em relação à americana para o mercado chinês neste momento. As margens de esmagamento estão ruins, limitando a demanda da nação asiática, também pressionando as cotações. 

"A margem na China continua muito ruim, isso por conta da baixa demanda interna por rações e, por tabela, por ingredientes para a alimentação animal, a exemplo do farelo. Se não precisa de tanto farelo, não precisa de tanta soja importada", complementa o analista. 

Nesta quinta-feira, o Ministério de Agricultura e Assuntos Rurais da China deu início a uma campanha para que as indústrias de ração reduzam o volume de farelo de soja e milho, segundo uma notícia trazida pela Reuters Internacional.

"O documento, enviado a produtores de ração e outros departamentos do governo, apresenta um plano para que especialistas em nutrição tracem diretrizes até o final deste mês sobre como o milho e o farelo de soja poderiam ser substituídos por outros grãos (...) O documento vem em meio a um crescente déficit de milho na China, que tem pressionado a máximas recorde os preços do grão, utilizado principalmente para ração. Isso também levou a um salto nas importações do segundo maior consumidor global de milho", informa a agência.

+ China reduzirá volume de milho e farelo de soja usado em ração animal, dizem fontes

+ Preços dos leitões chineses disparam com peste suína aumentando temores de oferta

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

1 comentário