Dona de cargueiro encalhado no Canal de Suez tentará desobstrução neste sábado

Publicado em 26/03/2021 11:41
Empresa tentará remoção; quer retirar 20 mil m³ de terra; EUA oferecem apoio técnico (no Poder360)

A empresa japonesa Shoei Kisen, dona do cargueiro atolado no Canal de Suez desde 3ª feira (23.mar.2021), afirmou nesta 6ª feira (26.mar) que vai tentar liberar a passagem no sábado (27.mar), quando já for noite no Japão.

Para conseguir desatolar o cargueiro será preciso tirar 20 mil metros cúbicos de terra, o que equivale a aproximadamente 8 piscinas olímpicas. Esse trabalho demanda um esforço maior do que calculava-se inicialmente. A demora pode trazer uma série de consequências globais, como a interrupção das cadeias de abastecimento para diversas mercadorias, desde petróleo a grãos e automóveis.

A cada dia em que a navegação segue suspensa,  há impacto de mais de US$ 9 bilhões em mercadorias que deixam de passar pela hidrovia, de acordo com estimativa do Lloyd’s List, publicação especializada em comércio marítimo.

A porta-voz da empresa japonesa disse que não garante que a tentativa de liberar o canal será bem-sucedida.

O navio teria encalhado devido a uma forte rajada de vento com areia, que prejudicou a visibilidade do Canal de Suez

O navio, alugado para a empresa Evergreen Marine, de Taiwan, encalhou na 3ª feira (23.mar) e bloqueou o canal, uma das vias mais importantes para o comércio entre a Europa e a Ásia.

A paralisação prolongada do tráfego de embarcações em uma das hidrovias mais importantes do mundo está sobrecarregando a indústria de transporte de contêineres, que já está operando com capacidade total. Isso representa uma ameaça de atrasos para as empresas europeias que dependem de um fluxo constante de importações asiáticas e para os consumidores que amplicaram os hábitos de compras online rápidas durante a pandemia.

Veja imagens da embarcação no vídeo (2min54seg) e fotos abaixo:

 

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CNES2021/ DISTRIBUTION AIRBUS DS

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Navio de contêineres encalhou no Canal de Suez, no Egito, na 3ª feira (23.mar.2021)

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A retenção de contêineres também pode agravar a escassez global causada pela pandemia

Com 400 metros de comprimento – quase a altura do edifício Empire State, em Nova York– e peso de 200 mil toneladas, o navio Ever Given ficou encalhado diagonalmente no canal. Imagens de satélite de 25 de março mostram o Ever Given encalhado e travando a circulação no Canal de Suez.

Os Estados Unidos ofereceram ajuda técnica e operacional para liberar a hidrovia. O órgão que administra o Canal de Suez afirmou que vai aceitar os esforços internacionais.

De acordo com informações da consultoria Refinitiv, há mais de 30 cargueiros de tanque de óleo em cada um dos lados do canal, esperando para atracar ou zarpar. É possível enxergar cerca de 20 barcos a partir da cidade de Port Said, no Egito.

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No mapa, é possível ver a embarcação Ever Given que está bloqueando a passagem e outros navios cargueiros (Reprodução/Vesselfinder.com)

O Canal de Suez conecta a Ásia e a Europa, ligando o Mar Mediterrâneo ao Vermelho. É uma rota comercial vital para petroleiros e comerciantes de produtos manufaturados como roupas, eletrônicos e maquinário pesado.

Cerca de 19.000 navios cruzaram o canal em 2020, segundo a Autoridade do Canal de Suez. São, em média, 50 navios que transitam por lá todos os dias. A rota responde por 12% do comércio do planeta.

Na 3ª feira (23.mar), rebocadores e escavadores –equipamentos pequenos em comparação com a embarcação de 400 metros de altura comprimento– iniciaram os esforços para abrir espaço para a manobra do cargueiro. Não tiveram sucesso até o momento. Enquanto as equipes de resgate trabalhavam, a fila de espera de transportadores marítimos carregados com bilhões de dólares em petróleo e bens de consumo aumentou na 4ª feira (24.mar).

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Na manhã da 3ª feira (23.mar), retroescavadeiras foram usadas para começar a cavar parte do leito do canal

Bloqueio no Canal de Suez eleva fretes e provoca desvio de navios

LOGO REUTERS

CAIRO (Reuters) - O Canal de Suez intensificou nesta sexta-feira os esforços para desencalhar um navio gigantesco que transporta contêineres e bloqueia a rota marítima vital.

O bloqueio fez os fretes de tanqueiros com derivados de petróleo dispararem e transtornou as cadeias de suprimento globais, de grãos a roupas de bebê.

Os fretes de navios com derivados de petróleo quase dobraram desde que o Ever Given, de 400 metros de comprimento, encalhou no canal na terça-feira.

Os esforços para liberar a embarcação podem levar semanas e ser complicados por condições climáticas instáveis, o que cria o risco de atrasos custosos para empresas que já lidam com as restrições da Covid-19.

A proprietária do navio, Shoei Kisen, negou uma reportagem segundo a qual ela pretende soltá-lo até a noite de sábado, dizendo que os trabalhos para que ele volte a flutuar continuam.

A Autoridade do Canal de Suez (SCA) disse que os esforços de rebocadores para liberar o navio serão retomados assim que as operações de dragagem feitas em sua proa para retirar 20 mil metros cúbicos de área forem finalizadas.

"Além das dragas já no local, uma draga especial de sucção está com a embarcação agora e começará a trabalhar em breve. Esta draga pode retirar dois mil metros cúbicos de material por hora", disse a Bernhard Schulte Shipmanagement, a administradora técnica do Ever Given.

A SCA disse que acolheu uma oferta de ajuda dos Estados Unidos. A Turquia também disse que pode enviar uma embarcação ao canal, parte de uma iniciativa recente de Ancara para consertar seus laços tensionados com o Egito depois de anos de animosidade.

A suspensão do tráfego pelo canal estreito que liga Europa e Ásia aprofunda os problemas de empresas de transporte que já enfrentam transtornos e atrasos no suprimento de bens de varejo para os consumidores.

Analistas acreditam em um impacto maior em tanqueiros menores e derivados de petróleo, como a nafta, e nas exportações de combustíveis de petróleo da Europa à Ásia se o canal permanecer fechado durante semanas.

"Cerca de 20% da nafta da Ásia é suprida pelos mares Mediterrâneo e Negro através do Canal de Suez", disse Sri Paravaikkarasu, diretor de petróleo asiático da FGE, acrescentando que redirecionar navios pelo Cabo da Boa Esperança pode aumentar as viagens em duas semanas e elevar custos com combustíveis.

O impacto sobre os fretes para os mercados de energia provavelmente será mitigado pelo fato de a demanda de petróleo cru e gás natural liquefeito (LNG) estar na baixa temporada, disseram analistas.

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Fonte:
Poder360

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