Dólar mostra volatilidade com atenção a Brasília e exterior

O dólar mostrava volatilidade nesta terça-feira, já variando entre altas e baixas em reação a dados nos Estados Unidos e à persistente incerteza sobre o rumo da política fiscal doméstica.
Às 10h55, a moeda caía 0,20%, a 5,7148 reais, após ir de 5,7567 reais (+0,54%) a 5,6906 reais (-0,61%).
A cotação iniciou o dia em alta, ainda repercutindo o noticiário da véspera sobre flexibilização do teto de gastos, mas virou para baixo seguindo o comportamento do câmbio no exterior após dados de inflação nos Estados Unidos não referendarem apostas de redução de estímulos pelo banco central norte-americano.
Apesar da influência do movimento externo, analistas reiteram que a deterioração do cenário fiscal doméstico é o principal fator a manter o real depreciado.
"A gente está brincando com a última âncora fiscal que a gente tem", disse Roberto Motta, responsável pela mesa de derivativos da Genial Investimentos. "Acredito que a reação (negativa de ontem) do mercado continue hoje."
O real teve o pior desempenho global na segunda-feira, quando o dólar fechou em alta de 0,90%, a 5,7258 reais, após notícias de que Paulo Guedes e o Ministério da Economia, em meio a pressões do Congresso sobre o Orçamento, estariam estudando a criação de uma PEC que abrigue gastos extraordinários, como medidas de apoio a emprego e recursos da Saúde, deixando essas despesas fora do teto de gastos.
Operadores têm repetido que, com tantos riscos em volta, o mercado tem evitado elevar posições, o que reduz a liquidez e deixa os negócios mais suscetíveis a vaivém.
A incerteza sobre a política monetária tampouco tem ajudado o câmbio. Quase metade dos gestores na América Latina consultados pelo Bank of America calcula que uma Selic entre 5,00% e 6,75% ao fim do ano conseguiria evitar depreciação adicional do real.
O juro nominal está em 2,75%, e o mercado projeta taxa de 5,25% no término de 2021.
A sondagem do BofA mostrou ainda que 75% dos investidores consultados esperam que o dólar finalize o ano abaixo de 5,60 reais.
Ajudando no viés de queda do dólar no Brasil nesta terça, a moeda norte-americana caía 0,17% contra uma cesta de divisas, após dados de inflação nos EUA não serem vistos como suficientemente fortes para mudar a direção de política monetária do Federal Reserve.
A inflação ao consumidor dos EUA foi puxada em março por um salto nos preços de energia, item considerado volátil. Além disso, analistas lembraram que há um efeito de base relevante, já que em março de 2020 a economia sentia o golpe da pandemia.
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