AbriLivre vê alta do etanol alinhada com oferta do momento e que redução seria plausível com venda direta

A safra 2021/22 de cana-de-açúcar começou em abril no Centro-Sul do Brasil, mas ainda não tem conseguido elevar a oferta de etanol a ponto de reverter a trajetória de alta nos preços do biocombustível. A venda direta de etanol, que deve ser discutida no plenário da Câmara dos Deputados, seria uma alternativa plausível para a redução dos preços, segundo a Associação Brasileira de Revendedores de Combustíveis Independentes e Livres (AbriLivre).
“A safra 2021/22 está no seu início. Como todo início, há um pouco de demorada para alavancar o volume... Então, se temos uma safra que está aquém daquilo que era esperado, segundo os especialistas, e menor em termos de moagem de cana em relação ao ano passado, a tendência é uma redução da oferta de etanol e um aumento de preços”, disse ao Notícias Agrícolas Rodrigo Zingales, diretor executivo da AbriLivre.
Além da menor oferta, os postos de combustíveis também têm acompanhado a preferência dos consumidores pela gasolina, que tem compensado mais neste momento, mas que também está valorizada por conta dos preços do petróleo. Na demanda, o mercado de combustíveis também sente impacto da Covid-19. “Em média, os postos perderam durante a pandemia entre 30% e 50% da sua demanda e isso prejudicou consideravelmente o setor”, destaca Zingales.
A AbriLivre acredita que a venda direta de etanol possa ser uma alternativa para conter os altos preços do etanol no país. O projeto sobre o assunto deve ser pautado no plenário da Câmara dos Deputados nos próximos dias. “Aumentando o preço do etanol hidratado ou do anidro, automaticamente há um repasse. A venda direta poderia ser uma alternativa bastante plausível para evitar esse processo de repasse imediato”, explica o diretor.
A associação também defende discussões mais profundas quanto à redução da mistura do anidro na gasolina, possibilidade levantada em decorrência da menor oferta neste início de safra. “Nós não podemos ser casuísticos. Não é porque estamos em um momento de alta do etanol anidro que a gente precise imediatamente rever essa questão de redução, como sugerido por alguns sindicatos da revenda”.
“O que a gente precisa é olhar, analisar e ponderar do ponto de vista da política energética o quão o Brasil quer ter um combustível próprio. E o etanol da cana-de-açúcar é o nosso combustível próprio. Então, a gente defende e apoia que o governo repense, eventualmente, subsídios, isenções e reduções de tributos para o etanol”, complementa Zingales.
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