Preço da carne suína segue em queda nos supermercados
Em meio à alta variação do preço dos alimentos, alguns produtos se destacam por irem na contramão dessa tendência. É o caso da carne suína e dos pescados. O Índice de Preços aos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) e pela FIPE, mostra uma inflação de 2% em agosto. Mesmo assim, os cortes suínos baixaram 1,6% no mês, acumulando uma queda de 6,8% desde janeiro. Já o preço dos pescados se manteve estável no período.
Ambos são alternativas para substituir proteínas como a carne bovina e o frango, que estão em alta. Este último, em agosto, registrou um aumento de 8,6%. O economista Diego Pereira, do Departamento de Economia e Pesquisa da APAS, lembra que os preços já vinham pressionados pela valorização das commodities e pelo efeito das geadas registradas em julho. Agora são impactados também pelos aumentos sucessivos da tarifa de energia elétrica.
“O caso do frango exemplifica o efeito dominó causado pelos aumentos da bandeira tarifária, já que a energia elétrica é fundamental para a criação de aves. Soma-se a isso o alto custo praticado nas commodities de soja e milho, que compõem 70% da ração animal, além do preço no combustível utilizado no transporte”, explica Pereira. Segundo o levantamento da APAS, a carne de frango registrou a maior alta no mês passado, acumulando 21,42% desde janeiro. A dúzia de ovos ficou 1,46% mais cara em agosto e acumula 12% desde o começo do ano.
Para fazer o dinheiro render, o consumidor deve ficar de olho nos itens que tiveram aumentos abaixo da média do mês (2%) e no acumulado do ano (6,1%). É o caso das bebidas não alcoólicas, dos produtos de limpeza e dos artigos de higiene. As bebidas não alcoólicas subiram 1,6% e 3,5%, respectivamente.
Os produtos de limpeza registram alta de 1,57% em agosto e 5,78% no ano, e os artigos de higiene e beleza, 1,4% e 5,3%, respectivamente. O café e o açúcar, dupla inseparável para boa parte dos brasileiros, deve continuar registrando elevação nos preços e amargando o bolso do consumidor. “A safra de cana deste ano é 4,3% menor em relação à do ano passado e as geadas prejudicaram aproximadamente 30% do cultivo no Estado de São Paulo, maior produtor brasileiro. Já a safra do café deve ser 22,6% menor em relação a 2020, forçando a utilização dos estoques privados, que somam mais de 11.4 milhões de sacas. A safra menor, que já era prevista pelo mercado, foi impactada pela geada e ligou o alerta aos preços futuros já negociados, uma vez que o auge da colheita foi em julho”, destaca Pereira. O preço do açúcar aumentou 2,48% no mês de agosto, acumulando alta de 31,95% neste ano. O café, por sua vez, ficou 8,05% mais caro no mês de agosto, uma inflação acumulada de 20,21% no ano.
Os produtos in natura, que costumam registrar deflação nessa época do ano em virtude da queda na demanda, tiveram aumento de 6,23% devido à geada, mas no acumulado de janeiro a agosto, registram deflação de 3,67%. Entretanto, nos últimos 12 meses, a inflação desses itens é de 8,05%.
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