Argentina entra em crise com ameaça de demissão de ministros ligados a Cristina Kirchner
![]()
Por Walter Bianchi e Nicolás Misculin
BUENOS AIRES (Reuters) - O governo argentino entrou em crise, nesta quarta-feira, depois que vários ministros que pertencem à ala alinhada à ex-presidente Cristina Kirchner apresentaram seus pedidos de demissão ao presidente Alberto Fernández, após a retumbante derrota eleitoral sofrida pelo peronismo nas eleições legislativas de domingo.
As demissões, que ainda não foram aceitas por Fernández, implicam em uma crise para coalizão governista peronista de centro-esquerda, que sofreu uma surra ao obter apenas 30% dos votos nas primárias para as eleições intermediárias, contra cerca de 38% da centro-direita.
Caso o resultado se repita nas eleições legislativas de novembro, o governo perderia o controle do Congresso.
A mídia local tem noticiado nas últimas semanas sobre o crescente descontentamento da ala "kirchnerista" mais radical do governo com as políticas econômicas moderadas de Fernández.
O presidente se reuniu à tarde com os ministros mais leais, que manifestaram publicamente seu apoio, para analisar os passos a seguir e definir se as renúncias serão aceitas.
“Todo o meu apoio a Alberto Fernández, uma síntese da unidade popular para alcançar o país que queremos”, disse a ministra da Segurança, Sabrina Frederic, no Twitter.
Claudio Moroni, ministro do Trabalho, afirmou que mantém seu apoio “total e incondicional ao presidente Alberto Fernández por tudo o que ele representou como a síntese do que o povo votou em 2019”.
Mais cedo, os ministros do Interior, Eduardo De Pedro; da Cultura, Tristán Bauer; Meio Ambiente, Juan Cabandié, e Ciência e Tecnologia, Roberto Salvarezza, apresentaram seus pedidos de demissão, segundo porta-vozes do governo e da coalizão governista.
“Escutando suas palavras na noite de domingo, onde levantou a necessidade de interpretar o veredicto expresso pelo povo argentino, considerei que a melhor forma de colaborar com essa tarefa é colocando minha renúncia à sua disposição”, disse De Pedro em uma carta pública.
De Pedro é um elo fundamental com líderes de todo o país e o principal representante do "kirchnerismo" dentro do governo. Os demais ministros também pertencem ao grupo comandado pela poderosa ex-presidente e atual vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
Aníbal Fernández, ex-chefe da Casa Civil entre 2009 e 2011 e em 2015 durante a Presidência de Cristina, afirmou após uma reunião com o presidente Fernández que não há "crise política" e que a apresentação dos pedidos de demissão foi "um bom gesto político".
0 comentário
Preços mundiais dos alimentos caem pelo terceiro mês em novembro, diz FAO
Minério de ferro encerra semana em baixa devido à melhora na oferta e demanda fraca da China
Comércio dos EUA com a China provavelmente precisa ser menor, diz Greer
Ações da China interrompem três dias de quedas com otimismo sobre chips domésticos
Índices de Wall Street fecham quase estáveis com impulso de apostas de corte do Fed, mas pressionados pela Amazon
Amcham: novembro registra 4ª queda seguida nas exportações aos EUA e reforça necessidade de acordo bilateral