Açúcar reduz ganhos, mas ainda fecha 2ª em alta nas bolsas de NY e Londres
![]()
Depois de máximas de quatro anos e meio nesta tarde de segunda-feira (11), os futuros do açúcar reduziram os ganhos nas bolsas de Nova York e Londres, mas ainda fecharam no positivo. O dia foi de atenção para o petróleo, além de dados da safra global 2021/22.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York subiu 0,20%, cotado a US$ 20,33 c/lb, com máxima de 20,61 c/lb e mínima de 20,22 c/lb. No terminal de Londres, o tipo branco registrou alta de 0,42%, a US$ 521,90 a tonelada.
Os preços do petróleo WTI e Brent subiam expressivamente neste início de semana no mercado internacional em meio uma crise de energia nas principais economias globais, recuperação da atividade econômica depois do pico da pandemia e oferta restrita do óleo.
Segundo analistas ouvidos pela agência de notícias Reuters, a tendência é de que o petróleo siga valorizado no curto prazo e influenciando o açúcar. Um óleo mais alto dá suporte para os preços da gasolina, dando maior competitividade ao etanol.
Com isso, as usinas tendem a maximizar a produção do biocombustível em detrimento ao adoçante, reduzindo sua oferta no cenário global.
"Os futuros do petróleo bruto dos EUA atingiram altas de sete anos antes, uma vez que a crise de energia que atingiu as principais economias não mostra sinais de abrandamento", destacou a agência de notícias sobre as movimentações do açúcar no dia.
Além disso, o mercado segue trabalhando com ideia de um déficit global na temporada 2021/22 depois de quebra na safra brasileira, mas algum suporte para o cenário de oferta e demanda com a chegada da safra indiana neste mês.
"O mercado (de açúcar) está apertado, mas suficientemente abastecido para o próximo ano, mas depois disso parece estar em déficit - e déficit extremo se sofrermos mais surpresas climáticas", destacou a corretora Marex Spectron em relatório semanal.
A Alvean projeta o déficit global de até 6 milhões de toneladas na nova temporada, enquanto vê o uso global de açúcar crescendo 1,2% em 2021/22, segundo reportagem da Reuters.
"Sem a Índia preencher essa lacuna, de novembro a março ou abril, o mercado global de açúcar teria um sério problema", disse à agência Paulo Roberto de Souza, presidente-executivo da Alvean Sugar SL, maior trader de açúcar do mundo.
O mercado do adoçante chegou a subir expressivamente nesta sessão acompanhando os fundamentos e financeiro. A trading inglesa Czarnikow revisou a safra 2021/22 do Centro-Sul, apesar de esperar recuperação para o próximo ciclo.
A safra atual é apontada em 32,5 milhões de toneladas pela trading, sobre estimativa anterior de cerca de 34 milhões de t. Em 2022/23, há potencial de atingir 32,9 milhões de t, mas um cenário ainda condicionado ao clima melhor.
"Se este ano foi emocionante, a safra 22/23 no Brasil tem tudo para ser outra agitada", destacou a trading.
"O reduzido potencial de produção do Brasil ainda está impactando o mercado. A Índia não está oferecendo porque os preços mundiais estão bem abaixo dos domésticos e também teve alguns problemas climáticos", complementou o analista da Price Futures Group, Jack Scoville.
No financeiro, o mercado olha com atenção a alta moderada do petróleo, que acaba impactando todo o cenário de oferta e demanda de etanol e açúcar. Além disso, o dólar recuava sobre o real e também dava suporte aos preços.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar seguem em alta no mercado brasileiro. Como referência, no último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, saltou 0,76%, negociado a R$ 144,81 a saca de 50 kg.
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar caiu 2%, a R$ 135,14 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 20,67 c/lb com alta de 0,35%.
ETANOL
O Indicador do etanol hidratado CEPEA/ESALQ - São Paulo teve valorização de 1,49% na última semana, a R$ 3,3411 o litro, enquanto que o anidro subiu 0,86%, a R$ 3,8432 o litro.
0 comentário
Açúcar sobe mais de 2% nesta 6ªfeira (19) mas encerra semana com baixas em NY e Londres
Mercado do açúcar sobe mais de 1% nesta sexta-feira (19)
Cotações do açúcar ampliam queda com sinalização de novas exportações pela Índia
Mercado do açúcar mantém pressão negativa nos preços internacionais nesta quinta (18)
Com pressão do câmbio, açúcar fecha em queda e recua pela terceira sessão seguida
Açúcar recua e safra no Centro-Sul caminha para o fim com foco no etanol