Plano Safra atende pleitos, mas desafio é fazer recurso chegar ao produtor, diz CNA
![]()
SÃO PAULO (Reuters) - A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avaliou nesta terça-feira que as propostas apresentadas pela entidade para o Plano Safra 2023/24 foram contempladas no anúncio do governo, tanto em relação ao volume de recursos como nas linhas de crédito e programas e na redução de algumas taxas de juros.
Mas a entidade ponderou que o principal desafio do plano é fazer com que os recursos tenham previsibilidade e cheguem até os produtores rurais de forma "contínua, garantindo a produção brasileira de alimentos".
O Plano Safra 2023/24 terá um valor recorde de 364,22 bilhões de reais em financiamentos para apoiar a produção de médios e grandes produtores rurais brasileiros, um aumento de 27% ante o programa do ciclo anterior.
Em abril, a CNA entregou ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, um documento com sugestões ao Plano Safra que foi construído em conjunto com as federações de agricultura e pecuária, sindicatos rurais, produtores e entidades setoriais, e em encontros realizados com representantes das cinco regiões do país.
"O grande desafio é ver o recurso chegar de forma contínua, sem ruptura e sem falhas no meio do caminho. Vamos acompanhar a liberação de recursos para que eles possam chegar aos produtores rurais. E que eles possam, dentro do seu planejamento, comprar seus insumos, suas sementes...", disse o vice-presidente da CNA, José Mário Schreiner, em nota.
Schreiner esteve nesta terça-feira na cerimônia no Palácio do Planalto onde foram anunciados os detalhes do Plano Safra 2023/2024, em evento que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro da Agricultura e outras autoridades.
Segundo Schreiner, as taxas de juros poderiam ser melhores, mas ele ressaltou que o mais importante é ter o recurso garantido. Neste contexto, citou como exemplo o Programa de Construção de Armazéns (PCA).
"Tivemos um aporte de quase 80%, bem expressivo nos recursos. É necessário ter o recurso garantido para que os produtores possam construir seus armazéns e silos, já que temos uma grande deficiência de armazenagem no nosso país."
Na nota, o vice-presidente da CNA disse que o produtor rural brasileiro já pratica agricultura e pecuária sustentáveis, em referência aos juros mais baixos para quem adotar tais práticas.
Ele ponderou que a aceleração das análises do Cadastro Ambiental Rural (CAR) é de responsabilidade do governo federal e dos Estados. "Apenas 20% dos produtores no Brasil tiveram o CAR analisado. Análise do CAR é de responsabilidade dos governos federal e estaduais, não é culpa do produtor. Portanto, não podemos concordar com um critério como esse para se ter acesso a uma política pública. Precisa haver celeridade no processo”, afirmou Schreiner.
(Por Roberto Samora)
0 comentário
Minerva Foods avança em duas frentes estratégicas e alcança categoria de liderança do Carbon Disclosure Project (CDP)
Pesquisador do Instituto Biológico participa da descoberta de novo gênero de nematoide no Brasil
Secretaria de Agricultura de SP atua junto do produtor para garantir proteção e segurança jurídica no manejo do fogo
Manejo do Fogo: Mudanças na legislação podem expor produtores a serem responsabilizados por "omissão" em casos de incêndios
Primeira Turma do STF forma maioria por perda imediata do mandato de Zambelli
Receita com exportação do agro do Brasil sobe 6,2% em novembro e é recorde no ano